Descrição de chapéu Seleção Brasileira

Fernando Diniz é demitido da seleção brasileira

Demissão ocorre um dia após STF reconduzir Ednaldo Rodrigues à presidência da CBF; alvo é Dorival Júnior

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São Paulo

O treinador Fernando Diniz, 49, foi demitido da seleção brasileira nesta sexta-feira (5), um dias após o dirigente Ednaldo Rodrigues ter sido reconduzido à presidência da CBF (Confederação Brasileira de Futebol). A informação foi publicada inicialmente pelo ge e confirmada pela Folha.

Diniz foi contratado em julho do ano passado como interino, a princípio pelo período de um ano. O desejo da entidade era que o italiano Carlo Ancelotti assumisse o comando da seleção a partir da disputa da Copa América, nos Estados Unidos, entre junho e julho. Ancelotti, porém, renovou recentemente seu contrato com o Real Madrid até 2026.

O treinador italiano está no clube espanhol desde 2021 e afirmou que tinha como prioridade a renovação com a equipe madrilena, com a seleção brasileira representando apenas uma segunda opção.

Fernando Diniz durante partida entre Brasil e Argentina no Maracanã - Daniel Ramalho - 21.nov.2023/AFP

Logo após ser reconduzido ao cargo de presidente da CBF por força de liminar concedida pelo ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Gilmar Mendes, que ainda precisa ser ratificada pelo plenário do tribunal, Ednaldo estabeleceu como um dos objetivos principais definir o técnico da seleção de maneira definitiva.

Nesse cenário, não fazia mais sentido manter Diniz. Havia um acordo com o Fluminense pelo qual, ao fim do período de interinidade, o treinador voltaria a trabalhar exclusivamente com o clube —seu contrato vai até dezembro de 2024.

Com a renovação de Ancelotti no Real Madrid, a ideia passou a ser abrir mão de um tampão e acertar com um profissional que possa conduzir a equipe até a Copa de 2026.

O treinador do São Paulo, Dorival Júnior, é um dos cotados para assumir a posição. No posto atual desde abril de 2023, o técnico está em alta no mercado por ter conduzido o time paulista ao seu primeiro título da Copa do Brasil, depois de já ter conquistado o mesmo torneio e a Copa Libertadores no ano anterior pelo Flamengo.

O nome do português José Mourinho chegou a ser especulado como um dos possíveis candidatos a assumir a seleção pentacampeã mundial, mas o treinador da Roma afirmou nesta semana que não foi contatado pela CBF e que tem como prioridade renovar seu contrato com a equipe italiana.

Também pesou para a demissão, é claro, o retrospecto ruim de Diniz na seleção. Ele comandou a equipe em apenas seis jogos, todos pelas Eliminatórias para a Copa de 2026, com resultados péssimos.

O mineiro acumulou no período duas vitórias, com uma goleada de 5 a 1 na estreia contra Bolívia e um triunfo por 1 a 0 sobre o Peru. Na sequência, houve um empate por 1 a 1 com a Venezuela e uma sequência inédita de três derrotas, diante de Uruguai (2 a 0), Colômbia (2 a 1) e Argentina (1 a 0).

Levantamento da Folha com base no histórico da seleção mantido pela RSSSF Brasil (braço nacional da Rec.Sport.Soccer Statistics Foundation) mostra que o técnico teve o terceiro pior início entre todos que já dirigiram a equipe. Apenas Paulo Roberto Falcão e Chico Netto tiveram desempenho pior nas seis primeiras partidas oficiais.

A entidade define como oficiais as partidas entre seleções (incluindo amistosos) e como não oficiais os duelos com times e combinados nacionais ou estrangeiros.

Para Diniz, as estatísticas não eram suficientes para refletir o trabalho. Após a mais recente derrota, ele admitiu as oscilações do time, mas viu isso como parte do processo de reformulação do elenco, necessário após os fracassos nas duas últimas Copas do Mundo, sob comando de Tite.

"Na vida, não se pode pegar e colocar uma estatística. Achar que é apenas estatística. Se é só estatística, está tudo muito ruim, mas a gente precisa analisar como um processo de mudança", afirmou.

O argumento não foi suficiente para mantê-lo no cargo. Seu substituto vai assumir a equipe na sexta colocação nas Eliminatórias da América da Sul, a última que garante vaga direta na Copa. O Brasil voltará a entrar em campo pelo torneio apenas em outubro, quando enfrentará o Peru.

Antes, disputará amistosos contra Inglaterra e Espanha, em março, e, em seguida, partirá rumo aos Estados Unidos para a disputa da Copa América. Para os compromissos no primeiro semestre, a seleção não poderá contar com Neymar. O atacante teve lesão grave em outubro de 2023, durante confronto com o Uruguai, e só deverá retornar aos gramados no segundo semestre.

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