Descrição de chapéu Seleção Brasileira

CBF confirma Diniz como técnico da seleção até a chegada de Ancelotti

Treinador vai conciliar trabalho no Fluminense e direção da equipe nacional nas Eliminatórias para a Copa do Mundo

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São Paulo

Fernando Diniz, técnico do Fluminense, assinou nesta terça-feira (4) um contrato para comandar a seleção brasileira interinamente, durante um ano, enquanto a CBF (Confederação Brasileira de Futebol) aguarda a chegada do italiano Carlo Ancelotti, do Real Madrid.

Diniz continuará à frente do time carioca no restante da temporada, mas ficará a serviço da seleção em dias de convocação e nas datas Fifa, reservadas para duelos entre times nacionais. O técnico deverá estrear no dia 4 de setembro, quando o Brasil enfrentará a Bolívia pela primeira rodada das Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2026. A informação foi publicada inicialmente pelo ge.globo.

À noite, o acerto foi confirmado pelo presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues. "Ele vai dirigir a seleção com autonomia. Mesmo que o Ancelotti queira que ele continue, ele não quis focar nisso agora. Entendemos que não tem prejuízo para o Fluminense", disse o dirigente.

O italiano tem acerto verbal com a CBF, mas só se apresentará quando estiver liberado por seu clube atual, com o qual tem contrato de mais um ano.

O treinador interino será apresentado na sede da entidade nesta quarta-feira (5), às 15h (de Brasília).

"É um sonho para qualquer um. Uma honra e um orgulho enorme poder prestar serviço à seleção. De fato, é uma convocação. Ainda mais do jeito que aconteceu, um trabalho conjunto da CBF com o Fluminense. Eu tenho convicção de que a gente tem tudo para levar isso adiante e fazer tudo certo", afirmou o técnico em um vídeo divulgado pela confederação.

Fernando Diniz assume a seleção brasileira como técnico interino
Fernando Diniz assume a seleção brasileira como técnico interino - Divulgação/CBF

Além de duelos contra Bolívia e Peru, em setembro, Diniz terá, ainda, mais quatro partidas neste ano, todas pelo torneio que classifica para o próximo Mundial: contra Venezuela e Uruguai, em outubro, e contra Argentina e Colômbia, em novembro.

Caso Ancelotti não deixe o Real Madrid em janeiro, no meio da temporada europeia, o treinador do Fluminense ainda estará no cargo na data Fifa de março de 2024, mês em que estão previstos dois amistosos para a seleção, um deles já marcado, contra a Espanha, em Madri.

Não está definido quem será o responsável por convocar e dirigir a seleção brasileira nos compromissos do mês de junho de 2024 no caso de Ancelotti ficar mesmo no time espanhol até o fim de seu contrato. O compromisso com o Real expira em 30 de junho de 2024.

O calendário de seleções prevê janela Fifa de 3 a 11 de junho, além da disputa da Copa América, com início marcado para o dia 20.

Ramon Menezes, treinador interino nos três primeiros amistosos do ano, com derrotas para Marrocos e Senegal e vitória sobre Guiné, deverá voltar a comandar a seleção brasileira sub-20.

Ao acumular os cargos na seleção brasileira e no Fluminense, Fernando Diniz evita deixar o clube em um momento importante da temporada. A formação das Laranjeiras está nas oitavas de final da Copa Libertadores e busca se aproximar das primeiras posições do Campeonato Brasileiro. Atualmente, está em sexto lugar.

Embora atípica, a situação não é inédita no futebol brasileiro e já ocorreu com Vanderlei Luxemburgo, atualmente no Corinthians.

Em 1998, após a Copa do Mundo na França, Zagallo deixou o comando da seleção, e a CBF teve dificuldade para achar um substituto.

Quando o nome de Luxemburgo ganhou força, o então presidente da entidade, Ricardo Teixeira, teve de aceitar uma condição para fechar o acordo. À época, o treinador estava em sua primeira passagem pelo Corinthians e pediu para permanecer no Parque São Jorge até o final daquele ano.

Com o aval de Teixeira, Luxemburgo levou a equipe alvinegra ao título brasileiro, com vitória sobre o Cruzeiro na decisão.

Naquele Corinthians de 1998, o então meia Fernando Diniz foi dirigido por Luxemburgo. O jogador, que chegara ao clube no anterior, foi escalado por Vanderlei em duas partidas.

Já à frente da seleção, Luxemburgo acumulou 34 jogos entre 1998 e 2000, com 21 vitórias, oito empates e cinco derrotas, e ganhou a Copa América de 1999.

Diniz conquistou neste ano seu primeiro título de expressão - Ricardo Moraes - 2.mai.23/Reuters

Caso tenha uma trajetória semelhante, Diniz poderá ampliar sua galeria de títulos. Em 14 anos como treinador, ele conquistou na atual temporada seu primeiro título de expressão, o do Campeonato Carioca.

A decisão contra o Flamengo ficou especialmente marcada por uma virada no confronto de volta. O Fluminense ganhou por 4 a 1 depois de ter perdido o primeiro jogo por 2 a 0.

Em seu currículo, o técnico tem ainda a Copa Paulista e a Série A3 de 2009 (pelo Votoraty) e a Copa Paulista de 2010 (pelo Paulista de Jundiaí).

Desde 2018, ele tem feito trabalhos em clubes da elite do país, como Athletico, São Paulo, Santos e Vasco, além do próprio Fluminense.

"[A escolha dele para assumir a seleção] foi por conta de um trabalho inovador, desde o Audax. Filosofia de jogo. Sempre o mesmo método. Renovação na aplicação tática. A proposta de jogo é quase parecida com a do treinador que assumirá a partir da Copa América, o Ancelotti. Tem quase a mesma proposta", disse o presidente da CBF.

Quando Tite deixou a seleção após a última Copa do Mundo, Diniz foi o único profissional brasileiro que a CBF considerou para o cargo. O presidente da entidade, Ednaldo Rodrigues, traçou como meta buscar técnicos estrangeiros de renome, como o espanhol Pep Guardiola, do Manchester City, e o italiano Carlo Ancelotti, do Real Madrid, que acabou topando.

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