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Sem técnico e desacreditada, Costa do Marfim renasce e vai à final da Copa Africana

Anfitriões superaram desempenho ruim na fase de grupos e demissão de treinador no meio da competição

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São Paulo

Ao vencer a República Democrática do Congo por 1 a 0 em partida realizada nesta quarta-feira (7), no Estádio Olímpico de Ebimpé, em Abidjã, a anfitriã Costa do Marfim garantiu seu lugar na final da CAN (Copa Africana de Nações) e escreveu uma das histórias mais inusitadas do futebol internacional. Os Elefantes, como são conhecidos os jogadores da seleção, têm uma campanha marcada por classificações nos últimos minutos e até a demissão do técnico durante o torneio.

Após estrear na Copa –que não vence desde 2015– com uma vitória por 2 a 0 contra Guiné-Bissau, os donos da casa perderam as duas partidas seguintes pela fase de grupos. Caíram para a Nigéria por 1 a 0 e, no resultado mais surpreendente, foram goleados pela Guiné Equatorial por 4 a 0.

Jogadores da Costa do Marfim comemoram gol que garantiu a equipe na final da Copa Africana
Jogadores da Costa do Marfim comemoram gol que garantiu a equipe na final da Copa Africana - Luc Gnago - 7.fev.2024/Reuters

A derrota da Costa do Marfim, 49ª colocada no ranking de seleções da Fifa (Federação Internacional de Futebol), contra a seleção guineense, apenas a 88ª, custou o cargo do técnico francês Jean-Louis Gasset. A FMF (Federação Marfinense de Futebol) nem esperou o fim da fase de grupos e demitiu o treinador alegando "resultados insuficientes".

De fato, o desempenho ruim dos anfitriões não foi capaz de garantir a classificação direta para a próxima fase. Mas uma combinação de resultados, com tropeços de Gana e Zâmbia, fez os donos da casa avançarem para o mata-mata como um dos quatro melhores terceiros colocados na fase de grupos.

Comandada interinamente pelo marfinense Emerse Faé, que compunha a comissão técnica do demitido, a Costa do Marfim teve pela frente nas oitavas a seleção de Senegal, atual campeã da Copa Africana.

Embalada por uma formação estrelada com nomes como do goleiro Mendy, do zagueiro Koulibaly e do atacante Sadio Mané, que atuam hoje na liga saudita, a seleção de Senegal era apontada como uma das favoritas para conquistar o bicampeonato, sendo a única com 100% de aproveitamento na fase de grupos.

Os senegaleses pareciam estar mesmo dispostos a confirmar o favoritismo e abriram o placar logo aos quatro minutos do primeiro tempo. Apesar do resultado desfavorável, os marfinenses conseguiram segurar a pressão do adversário e buscaram forças para alcançar o empate, aos 43 minutos do segundo tempo, após um pênalti marcado com o auxílio do VAR.

Na disputa por pênaltis para definir a classificação, os marfinenses converteram as cinco cobranças, enquanto Niakhaté, de Senegal, carimbou a trave, o que garantiu a presença da Costa do Marfim na próxima fase.

Nas quartas de final, contra Mali, novamente a classificação veio no sufoco. A Costa do Marfim saiu atrás do placar e só conseguiu o empate aos 45 minutos do segundo tempo, quando tinha um homem a menos. Nos acréscimos do segundo tempo da prorrogação, o atacante Diakité desviou um chute de fora da área para vencer o goleiro de Mali.

Nas semifinais, contra a República Democrática do Congo, a vitória veio com um pouco mais de tranquilidade, com os donos da casa pressionando e criando mais jogadas de perigo ao adversário. O único gol da partida saiu aos 20 da etapa final pelos pés do atacante Sébastien Haller, que acertou um voleio após receber um cruzamento dentro da área, levando os cerca de 60 mil torcedores que lotavam o Estádio Olímpico de Ebimpé à loucura, incluído o ídolo local Didier Drogba.

"Estamos orgulhosos por termos deixado nosso povo feliz. Vamos saborear antes da final", declarou em entrevista à BeIN Sports o herói da classificação, que voltou aos gramados há cerca de um ano após superar um câncer testicular.

O jogo também foi marcado por um protesto dos jogadores congoleses antes da partida. Com uma fita preta nos braços, os jogadores colocaram uma mão na boca e a outra na têmpora simbolizando uma arma. O gesto serviu para denunciar a violência no leste do país.

"É um prazer imenso termos nos classificado para a final da Copa da África em casa, especialmente após a trajetória que todos sabem que tivemos. Estamos muito felizes", disse o meio-campista Franck Kessie, que trocou no ano passado o Barcelona pelo Al Ahli.

A Costa do Marfim agora chega embalada à final após uma campanha improvável para tentar devolver a derrota sofrida na fases de grupos para a Nigéria, que venceu a África do Sul nos pênaltis para chegar à decisão.

A disputa pela taça acontece no domingo (11), às 17h (horário de Brasília), no Estádio Olímpico de Ebimpé. A partida terá transmissão pela Band na TV aberta e fechada (BandSports), no YouTube (Esporte na Band) e na plataforma de streaming do grupo (BandPlay).

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