Descrição de chapéu Futebol Feminino

Brasil recebe melhor avaliação na disputa para ser sede da Copa feminina de 2027

Após retirada da candidatura de EUA e México, país foi mais bem avaliado do que candidatura conjunta de Alemanha, Bélgica e Holanda

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São Paulo

Após a retirada da candidatura de EUA e México para sediar a Copa do Mundo feminina de 2027, o Brasil ganhou mais uma boa notícia na corrida para ser o escolhido para receber a competição, em disputa contra a candidatura conjunta de Bélgica, Alemanha e Holanda.

Em relatório publicado pela Fifa (Federação Internacional de Futebol) na noite de terça-feira (7) no qual avalia os principais aspectos levados em consideração para decidir a sede do mundial das mulheres, como estádios, acomodação e centro de mídia, o Brasil alcançou nota 4, de uma escala de 0 a 5, enquanto a candidatura conjunta europeia recebeu 3,7.

Os dez estádios indicados pela candidatura brasileira, que foram reformados há dez anos para receber partidas da Copa de 2014, tiveram nota 3,7. Os 13 estádios dos países europeus —entre os quais a Johan Cruyff Arena, do Ajax, em Amsterdã, e o BVB Stadion, do Borussia Dortmund— ganharam 3,4.

Maracanã, palco das decisões das Copas masculinas de 1950 e 2014, é candidato a receber também jogos do Mundial feminino de 2027 - Sergio Moraes - 2.mai.23/Reuters

Os estádios tiveram o maior peso entre os critérios avaliados (35% da nota final). Em seguida vêm o apelo comercial da competição na região, com 30% de peso. O Brasil foi avaliado com a nota 4,5, enquanto os europeus receberam 4. Campos de treinamento para jogadoras e árbitros, acomodações para os torcedores e centros de mídia também foram considerados.

A decisão da sede da Copa do Mundo feminina de 2027 acontece no próximo dia 17, na Tailândia, durante o Congresso Anual da Fifa. A cerimônia tem previsão de início às 9h no horário de Bangkok, 23h do dia 16 no Brasil. Na ocasião, as 211 associações filiadas à Fifa votam para decidir a candidatura que vai realizar a Copa de 2027.

"O resultado divulgado pela Fifa aumenta ainda mais a nossa força para trabalhar mais nesta reta final. Vamos intensificar o trabalho em busca do maior número de votos possíveis", declarou Ednaldo Rodrigues, presidente da CBF.

"A candidatura do Brasil oferece bons estádios, geralmente configurados para os maiores torneios internacionais de futebol, tendo sediado a Copa do Mundo de 2014. Também apresenta uma forte posição comercial, com uma combinação de potencial de receita competitiva e eficiências claras de custo", diz o relatório.

Ainda de acordo com as considerações da Fifa em relação à candidatura brasileira, a CBF (Confederação Brasileira de Futebol) e o governo brasileiro demonstraram apoio à candidatura e comprometimento em sediar o evento, "o que é especialmente importante, considerando que certos investimentos em infraestrutura e serviços seriam necessários para garantir o sucesso do torneio."

"Receber uma Copa do Mundo depois de 13 anos, já contando com o know-how de uma grande operação, estrutura de estádios que precisará de poucas adaptações e rede hoteleira adequada, pode ser uma ótima aposta caso os custos sejam bem geridos e os aspectos de retorno para o país e cidades-sede bem metrificados para que possam ser atingidos", diz Ivan Martinho, professor de marketing esportivo pela ESPM.

Segundo os cálculos preliminares preparados pela candidatura brasileira, podendo contar com as estruturas preparadas para a Copa realizada no Brasil dez anos atrás, os gastos para receber a competição devem ser relativamente modestos. Os custos devem ser relacionados principalmente a instalações temporárias nos estádios, somando cerca de R$ 65 milhões. Já a receita projetada pela venda de ingressos, hospedagem e patrocínios é da ordem de quase R$ 500 milhões.

"O país tem promovido um trabalho importante de desenvolvimento do futebol feminino desde 2015, mas ainda tem muita coisa a melhorar e a Copa do Mundo, com a presença de grandes atletas e equipes, pode acelerar esse processo", afirmou Valesca Araújo, responsável pelo planejamento de infraestrutura e operações da candidatura brasileira, em entrevista à Folha em março.

"Caso o Brasil conquiste o direito de realizar a Copa do Mundo de 2027, a modalidade receberá uma atenção ainda maior da mídia. Muitas empresas começarão a realizar investimentos no futebol feminino, e aquelas que já investem devem aumentar os seus recursos. Teremos uma atenção especial por parte do governo. Será um período de avanço acelerado da modalidade no país", afirma Fábio Wolff, sócio-diretor da Wolff Sports.

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