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Brasil está com moral e quer incomodar os favoritos, diz campeão da NBA

Auxiliar técnico Tiago Splitter afirma que a defesa é uma das principais armas do Brasil na França

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São Paulo

Com uma forte atuação defensiva e contando com a experiência do veterano armador Marcelo Huertas, de 41 anos, a seleção brasileira de basquete chega a Paris com a confiança em alta, após o bom desempenho no pré-olímpico disputado na Letônia.

"O Brasil vem com muita moral, nossa defesa mostrou que é capaz de ganhar jogos e realmente fez a diferença no pré-olímpico", diz à Folha Tiago Splitter, primeiro brasileiro campeão da NBA (National Basketball Association) —com o San Antonio Spurs, em 2014— e auxiliar técnico da equipe brasileira comandada por Aleksandar Petrovic.

Após ficar fora de Tóquio-2020, o Brasil carimbou a vaga nos Jogos que começam no próximo dia 26 ao vencer o pré-olímpico realizado no início do mês na Letônia, batendo os donos da casa na final por 94 a 69.

Imagem de um jogador de basquete do time San Antonio Spurs durante uma partida. Ele está usando um uniforme preto com o número 22 e a palavra 'SPURS' escrita na frente. O jogador está apontando com a mão direita e parece estar em movimento. Ao fundo, é possível ver outros jogadores e parte da quadra.
Tiago Splitter em ação pelo San Antonio Spurs nas finais da NBA contra o Miami Heat - Andy Lions - 12.jun.2014/AFP

O ala-pivô Bruno Caboclo, com passagens pela NBA e atualmente no KK Partizan, da Sérvia, é um dos principais destaques do time verde amarelo. "É um jogador muito atlético, que consegue proteger o aro, defender fora do garrafão, contra caras menores e maiores que ele. Então isso ajuda muito."

No ataque, acrescenta o auxiliar, a equipe tem se apoiado na experiência do armador Marcelo Huertas para organizar o jogo. "O Huertas é um jogador de uma idade já avançada, mas com muita experiência, é um cara que já viu de tudo dentro do basquete internacional e segue jogando em um nível muito alto. E a gente espera que isso continue em Paris", afirmou Splitter.

Nos Jogos, o Brasil não terá vida fácil, em um grupo que tem a França dona da casa com um "time físico e talentoso", e a atual campeã mundial Alemanha que "joga muito bem coletivamente", além do Japão, que conta com três jogadores na NBA.

"A gente sabe da dificuldade que é a Olimpíada, mas a gente vai preparar bem os jogadores e tentar, talvez, incomodar muita gente", disse o ex-jogador natural de Blumenau.

"Temos que ter uma nova ambição, estar mais concentrados ainda, ter menos erros. Analisamos os jogos na Letônia e vamos ter um tempo agora para corrigir, tentar melhorar tanto o ataque quanto a defesa e chegar um pouco mais redondo para a Olimpíada."

Anunciado nesta semana como o novo técnico do Paris Basketball a partir da próxima temporada, quando a equipe francesa passa a disputar a EuroLeague (principal competição de basquete da Europa), Splitter atuou por mais de uma década na NBA, como jogador até 2018, e, nos últimos anos, como assistente técnico no Brooklyn Nets e no Houston Rockets.

Pela seleção brasileira, conquistou o bicampeonato da Copa América (2005 e 2009) e o Pan-Americano de Santo Domingo em 2003. Também disputou os Jogos de Londres, em 2012, quando o Brasil caiu nas quartas de final para a Argentina e terminou a competição na quinta colocação.

Segundo ele, para que o basquete brasileiro suba de nível e se aproxime de potências como os Estados Unidos —novamente a grande favorita para ficar com o ouro em Paris— é preciso investir na base. "Temos que pensar em formar jogadores hoje para colher daqui 12, 15 anos. Se não tivermos o basquete em todas as escolas, sem estrutura adequada para começar essa iniciação, a gente está louco da cabeça."

Splitter vê o Brasil com um "potencial enorme", mas assinala que é preciso pensar a longo prazo e trabalhar na construção de uma cultura voltada à formação de jovens atletas. Caso contrário, o país seguirá vivendo apenas de talentos esporádicos que surgem por acaso de tempos em tempos. "É uma cultura do esporte que a gente não tem e acabamos vivendo de ciclos em que aparecem jogadores bons que tentam fazer o milagre de colocar o Brasil na Olimpíada."

Ele acrescenta que é um "exagero" achar que a não classificação para uma Olimpíada representa um "desastre" do esporte no país. "Somente 12 seleções no mundo disputam os Jogos. Se acharmos que o resto das seleções é um desastre, o desastre mundial no basquete seria enorme. E não é assim."

A seleção brasileira feminina não obteve a vaga para Paris, após perder para a Alemanha por 73 a 71 na última rodada do pré-olímpico em fevereiro deste ano, em Belém (PA). A equipe também ficou de fora dos Jogos de Tóquio.

Ao todo, o Brasil tem cinco medalhas olímpicas no basquete, a última delas conquistada há 24 anos. São três bronzes do time masculino (Londres-1948, Roma-1960 e Tóquio-1964) e uma prata (Atlanta-1996) e um bronze (Sydney-2000) da equipe feminina.

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