O subsecretário de Esportes argentino, Julio Garro, afirmou nesta quarta-feira (17) que Lionel Messi e o presidente da federação de futebol do país (AFA) deveriam se desculpar pelos cânticos racistas de alguns jogadores da seleção após a conquista da Copa América 2024, embora tenha voltado atrás poucas horas depois.
"Acho que o capitão da seleção nacional (Messi) também deveria pedir desculpas por esse caso, assim como o presidente da AFA (Claudio Tapia)", disse o dirigente à rádio local Urbana Play na manhã de quarta-feira.
Poucas horas depois, e após ser repudiado nas redes sociais, Garro escreveu no X: "Desminto categoricamente que tenha solicitado a Messi que peça desculpas. Seria uma falta de respeito a quem nos honra permanentemente com sua qualidade humana e esportiva".
Mais cedo, em sua entrevista à rádio, Garro havia dito que o vídeo com os cânticos "nos deixa mal perante o país".
Desde segunda-feira circula um vídeo nas redes sociais onde vários jogadores argentinos no ônibus da equipe em Miami após a final da Copa América (vitória por 1-0 sobre a Colômbia) iniciam um cântico racista contra os franceses antes de cortar a transmissão.
A versão completa havia sido cantada por torcedores argentinos em uma transmissão ao vivo durante a Copa do Mundo do Qatar-2022, na qual a Albiceleste venceu a França na final nos pênaltis por 4-2, após empate por 3-3.
Nela são entoadas frases como "jogam na França, mas são todos de Angola", e sobre Kylian Mbappé dizem que "sua mãe é nigeriana" (embora na realidade seja franco-argelina), "seu pai camaronês, mas no documento tem nacionalidade francesa".
O vídeo da polêmica foi gravado e transmitido pelo meio-campista argentino Enzo Fernández, jogador do Chelsea da Inglaterra, que se desculpou pelos fatos em sua conta do Instagram na noite de terça-feira.
A Fifa anunciou nesta quarta-feira a abertura de uma investigação sobre o canto racista e condenou "toda forma de discriminação". O caso também levou o Chelsea a abrir um processo disciplinar contra Fernández.
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