Descrição de chapéu Olimpíadas 2024 Futebol

Desacreditada e sem Marta, seleção bate as donas da casa e está na semifinal das Olimpíadas

Gabi Portilho marcou, Lorena pegou mais um pênalti, e, antes azarona, a seleção feminina vai em busca da medalha

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Gabi Portilho celebra o gol da vitória do Brasil sobre a França - Romain Perrocheau / AFP

São Paulo

Com um gol da atacante Gabi Portilho no segundo tempo, a seleção brasileira feminina de futebol derrotou a anfitriã França por 1 a 0, no estádio La Beaujoire, em Nantes, e se classificou para as semifinais das Olimpíadas de Paris neste sábado (3).

Embora tenha sido o único jogo das quartas de final que não foi para a disputa de pênaltis, as brasileiras tiveram de superar praticamente uma prorrogação de 19 minutos de acréscimos para confirmarem a vitória.

O time do técnico Arthur Elias vai enfrentar a campeã mundial Espanha na semifinal, às 16h (de Brasília) da próxima terça-feira (6). As espanholas passaram pela Colômbia no duelo de quartas de final, vencendo por 4 a 2 nos pênaltis após empate por 2 a 2 no tempo normal. A outra semifinal será entre EUA e Alemanha, que passaram por Japão e Canadá, respectivamente.

Gabi Portilho comemora gritando logo após marcar o seu gol nas quartas de final das Olimpíadas, contra a França. Ela está à frente da goleira francesa, caída no chão, e de uma outra jogadora, correndo ao fundo
Gabi Portilho logo após marcar o seu gol nas quartas de final das Olimpíadas, contra a França - Romain Perrocheau/AFP

O Brasil já foi prata (Pequim-2008 e Atenas-2004). Com o resultado deste sábado, tem uma nova chance de buscar o sonhado ouro. Em Tóquio-2020, o Brasil perdeu para o Canadá nas quartas de final, na decisão por pênaltis.

Classificada como segunda melhor terceira colocada, a seleção brasileira chegou desacreditada para a disputa das quartas de final, justamente contra a anfitriã França, que foi líder do grupo A. Sem apresentar um bom futebol, o Brasil terminou a fase de grupos com uma vitória e duas derrotas e se classificou como segundo melhor terceiro colocado.

A seleção também foi ajudada pela vitória dos Estados Unidos por 2 a 1 sobre a Austrália na última rodada. Assim, o saldo de gols australiano ficou -3 e, do Brasil, -2, o que garantiu a última vaga nas quartas.

Na fase de grupos, a vitória por 1 a 0 sobre a Nigéria deu ânimo na estreia, mas a virada sofrida para o Japão por 2 a 1, jogou uma ducha de água fria sobre o grupo, assim como a derrota por 2 a 0 para a Espanha, ainda mais com a expulsão da atacante Marta.

Já a França vinha de duas vitórias (sobre Colômbia e Nova Zelândia) e uma derrota (Canadá), o que deu confiança para enfrentar o Brasil.

No duelo deste sábado, após um bom início brasileiro, com marcação em cima e uma chance pela direita, duas brasileiras se trombaram na intermediária em uma bola aérea, aos 11 min, e a bola sobrou limpa para Cascarino entrar na área sozinha. Correndo por trás, a zagueira Tarciane acertou a rival com um carrinho e a juíza marcou pênalti. Após mais de 3 minutos de análise do VAR, Karchaoui cobrou de canhota, mas a goleira Lorena caiu para a direita e espalmou para escanteio, salvando o Brasil. Contra o Japão, ela já havia defendido uma cobrança, mas levou gol na sequência da mesma forma.

Aos 29 min, outra chance francesa, com Mbock acertando o travessão numa cabeçada após cruzamento.

As brasileiras até tentaram alguns ataques, pela direita, com Gabi Portilho, mas algumas vezes o passe saía errado e, em outras, o cruzamento não chegava até uma companheira em posição para finalizar. Enquanto isso, na defesa, os passes errados deram muitas bolas às adversárias. Por sorte, elas não encontraram o caminho do gol. Assim, o primeiro tempo chegou ao fim com as melhores chances do lado do time da casa.

Logo no segundo tempo, a zagueira Rafaelle, que fez seu 100º jogo com a camisa da seleção brasileira, sentiu dores no tornozelo e pediu para ser substituída. Entrou Tamires, que foi para a lateral esquerda.

Aos 6 min, Katoto recebeu um cruzamento sozinha na pequena área, mas cabeceou por cima. Uma grande chance perdida pela França.

Quatro minutos depois, o Brasil deu o troco. Gabi Portilho tomou a bola de uma rival no bico da grande área e, na sequência, chutou cruzado, mas a bola passou rente à trave na maior chance de gol brasileiro no duelo.

Aos 28, Cascarino entrou pela direita, passou por Tamires e chutou com força, para boa defesa da goleira brasileira. As francesas continuavam melhores na partida.

A torcida brasileira vibrou aos 37 min, quando, após uma cobrança de lateral do Brasil, Adriana chutou a bola para o meio do campo e Gabi Portilho chegou na bola antes de duas zagueiras. Ela ficou sozinha com a bola e tocou na saída da goleira francesa, abrindo o placar para o Brasil. O estádio, que estava lotado de franceses, se calou. Depois do gol, as francesas partiram para cima e o Brasil se armou para aproveitar os contra-ataques, com a entrada da atacante Ludmila. A zagueira Lauren também entrou para reforçar a defesa, ao lado de Tarciane e Yasmim.

Aos 45, Gabi Portilho perdeu outra chance incrível. A goleira Picaud deu um passe na intermediária e a brasileira chegou antes da rival. Sozinha, pela direita, na frente da goleira, ela chutou forte, mas a bola bateu na trave esquerda e saiu.

O drama aumentou quando a juíza apontou 16 minutos de acréscimos. As francesas partiram com tudo para o ataque, enquanto as brasileiras tentavam se defender de todas as formas, mesmo que precisassem dar chutões.

A França, então, teve outra boa oportunidade para empatar aos 55 min. Num bate e rebate dentro da área brasileira, Katoto chutou, a bola bateu na perna de Lauren e no braço de Yasmim, antes de a goleira Lorena segurar. As francesas pediram pênalti, mas foi uma jogada normal e a juíza mandou seguir.

Quando parecia que o jogo terminaria, a juíza deixou a bola continuar rolando, embora os 16 minutos já tivessem passado. Assim, após 19 minutos de acréscimo, ela apitou o fim da partida, para alívio das brasileiras e de Marta, que apareceu nas imagens chorando na arquibancada.

Brasil na semifinal! E mais uma oportunidade para Marta se despedir das Olimpíadas uma vez que ela poderá entrar em campo na final ou na disputa do bronze. Expulsa após uma falta dura em uma rival contra a Espanha, na fase de grupos, ela não queria que aquele fosse o seu adeus aos Jogos. Pelo cartão, ela tem de cumprir dois jogos de suspensão, mas a CBF vai recorrer para tentar liberá-la para a semifinal.

"É muito difícil chegar até aqui, poucos sabem o quanto passamos de dificuldades. Agradeço a confiança do Arthur em mim. Agora, vamos à semifinal como zebra, e que todos continuem torcendo e mandando boas energias e apoio para nós. Sabemos que é um campeonato muito difícil, mas vamos com tudo para a revanche contra a Espanha em busca do pódio", desabafou a artilheira Gabi Portilho, à Globo.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.