Filha de Dennis Rodman, 'bad boy' ex-astro da NBA, encara Brasil na decisão

Trinity, 22, três gols na campanha nos Jogos de Paris-2024, integra o poderoso ataque dos Estados Unidos no futebol

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Com cabelos em tranças e na cor rosa, a atacante Trinity Rodman, dos EUA, comemora, vibrando, seu gol diante do Japão nas quartas de final das Olimpíadas de Paris
A atacante Trinity Rodman, dos EUA, comemora seu gol diante do Japão, nas quartas de final das Olimpíadas de Paris, no estádio Parque dos Príncipes - Agustin Marcarian - 3.ago.2024/Reuters
São Paulo

Uma atacante de sobrenome famoso é uma das apostas dos EUA na final olímpica do futebol de Paris-2024, neste sábado (10), às 12h, contra o Brasil.

Trinity Rain Moyer-Rodman, 22, é filha de Dennis Rodman, 63, que quando jogava basquete brilhou no Detroit Pistons, equipe conhecida como os "bad boys" (garotos maus), e no Chicago Bulls liderado por Michael Jordan.

Apelidado de "O Verme", Rodman possui cinco anéis de campeão da NBA, a liga profissional norte-americana: dois com o Detroit (1989 e 1990), e três com o Chicago (1996 a 1998).

Dennis Rodman e Michael Jordan em jogo do Chicago Bulls na NBA, na temporada 1995/1996
Dennis Rodman (esq.) e Michael Jordan em jogo do Chicago Bulls na NBA - Gary A. Cameron - 5.jun.1996/Reuters

Aquela equipe dos Pistons recebeu o apelido porque vários de seus jogadores –Rodman era um deles– eram física e mentalmente intimidantes, por vezes maldosos nas jogadas com os rivais e também afrontadores dos árbitros.

O ala-pivô Rodman, pouco notável no ataque –tinha deficiência nos arremessos–, excedia na defesa. Era ótimo marcador e excepcional nos rebotes, mesmo não sendo tão alto (2,01 m) na comparação com muitos dos adversários com os quais duelava no garrafão.

Além das encrencas no ambiente do basquete, Rodman ficou marcado por seu jeito e comportamento extravagantes, que fizeram dele uma figura controversa.

Pintava o cabelo de diferentes cores, tinha tatuagens espalhadas por todo o corpo e piercings. Teve um affair com a pop star Madonna, vestiu-se de noiva para promover autobiografia, comandou programa de TV, estrelou filmes detonados pela crítica, participou de reality shows e de exibições de luta livre.

Também enfrentou problemas conjugais (casou-se e separou-se três vezes, sendo que o primeiro casamento durou menos de três meses) e de alcoolismo.

A californiana Trinity, pelo que se sabe, é regrada e não tem traços da personalidade tresloucada de Rodman. Não há escândalos registrados em sua vida profissional ou pessoal. Não é uma "bad girl" (garota má).

A atacante nasceu em 2002, quando o pai já havia saído da NBA. Rodman quase não esteve presente na infância e adolescência dela, que foi criada pela mãe, Michelle Moyer, terceira esposa de Dennis.

Começou a jogar bola aos dez anos, e uma das jogadoras que admirava era a brasileira Marta, adversária na decisão no estádio Parque dos Príncipes.

Praticou o "soccer" durante roda a carreira escolar, obtendo grande destaque. Hábil, rápida, inteligente, viu sua carreira crescer ano a ano e tornou-se a jogadora mais jovem a ser escolhida no draft (seleção de calouras) da NWSL, a liga de futebol dos EUA.

Defende desde 2021 o Washington Spirit, clube pelo qual foi campeã em seu primeiro ano, além de ser eleita a melhor novata.

Nas horas vagas, namora um jogador de futebol americano, curiosamente xará dela: Trinity Benson, 27, que já defendeu Denver Broncos, Detroit Lions e Cleveland Browns e atualmente está desempregado.

É também autora de um livro infantil, "Wake Up and Kick It" (Acorde e Chute), publicado em 2022, com o objetivo de inspirar as crianças a seguirem seus sonhos desportivos.

Capa do livro 'Wake Up and Kick It', de autoria da jogadora de futebol norte-americana Trinity Rodman, que traz a ilustração de uma jogadora executando uma bicicleta
Capa do livro 'Wake Up and Kick It', de autoria da jogadora de futebol norte-americana Trinity Rodman - Reprodução

Nestas Olimpíadas, a jogadora, que apesar de atuar no ataque veste a camisa 5 (usada por volantes), tem sido uma das melhores do time dirigido pela treinadora inglesa Emma Hayes, ex-Chelsea.

Integrante de um ataque poderoso, Trinity anotou três gols em cinco partidas, incluindo o único do duelo de quartas de final contra o Japão, nos acréscimos do primeiro tempo da prorrogação.

Suas companheiras no setor ofensivo são Mallory Swanson, 26, a camisa 9, e Sophia Smith, 23, a número 11. Cada uma delas também marcou três vezes em Paris-2024.

Trinity Rodman, da seleção de futebol dos EUA, passa pela marcação da alemã Klara Buehl na semifinal das Olimpíadas de Paris
Em partida em Lyon, Trinity Rodman, da seleção de futebol dos EUA, passa pela marcação da alemã Klara Buehl na semifinal das Olimpíadas de Paris - Nir Elias - 6.ago.2024/Reuters

Trinity, que defende a seleção principal dos EUA desde fevereiro de 2022 e marcou 10 gols em 45 partidas, atua pela direita e deve dar trabalho às brasileiras que marcam naquele setor: a lateral Yasmin e a volante Yayá.

Na decisão do ouro, ela tentará fazer seu primeiro gol na seleção verde e amarela, a qual enfrentou três vezes, uma com a equipe sub-20 e duas com a equipe adulta dos EUA.

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