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Maior nome do atletismo, Duplantis bate recorde mundial e é bi olímpico no salto com vara

Sem rivais a altura, sueco passa 6,25 metros, demole recorde olímpico de Thiago Braz e leva Stade de France ao delírio

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Paris

Duas horas antes da final olímpica do salto com vara, Armand "Mondo" Duplantis postou um story no Instagram dentro do Stade de France, relaxando ao som de "Rebels Kick It", do rapper americano YoungBoy Never Broke Again. "Posso gastar um minuto para te contar como eu vivo? É melhor eu te mostrar", diz a letra.

E Duplantis mostrou, da melhor forma possível, conquistando o bicampeonato olímpico, com novo recorde mundial: 6,25 metros, conquistado, como em um roteiro de cinema, na terceira e última tentativa.

Duplantis, 24, é o nome mais dominante do atletismo hoje, considerando todas as provas olímpicas. Seu favoritismo era tão grande que o maior suspense não era se conquistaria o segundo ouro consecutivo, e sim se bateria recorde mundial de 6,24 metros –que já era seu.

Um atleta está realizando um salto com vara, elevado no ar. Ele usa um uniforme amarelo e azul, e segura a vara com as duas mãos. O fundo mostra uma multidão assistindo ao evento, com várias pessoas visíveis em um estádio.
Sueco Armand Duplantis voa para o ouro no salto com vara em Paris-2024 - Lisa Leutner/Reuters

A facilidade com que o sueco passou pelas primeiras alturas ficou evidente na distância entre seu corpo e o sarrafo. Nos 5,85 metros, Duplantis passou com 28 centímetros de folga. Ou seja, um salto de 6,13 metros sem esforço, que já lhe valeria a medalha de ouro.

Duplantis também superou o recorde olímpico de 6,03 metros estabelecido pelo brasileiro Thiago Braz no Rio-2016. Braz, suspenso por doping, obteve uma liminar para tentar o índice olímpico (5,82 metros) em junho, sem êxito.

A euforia com que os adversários superavam alturas "modestas" como 5,95 metros só reforçava o contraste. Esse patamar se mostrou intransponível para o australiano Kurtis Marschall, o turco Ersu Sasma e o filipino Ernest John Obiena. O grego Emmanouil Karalis garantiu a medalha de bronze com 5,90 metros.

Duplantis ao lado do registro do seu recorde mundial - Kirill Kudryavtsev/AFP

Sobraram Duplantis e Kendricks, que passaram os 5,95 metros na primeira tentativa. A mítica barreira dos 6 metros separou os dois. O sueco superou-a de primeira, pressionando o californiano, que falhou em suas três tentativas. A disputa foi cordial. Antes da última tentativa do americano a 6 metros, os dois trocaram ideias.

Já com a medalha de ouro garantida, Duplantis pediu o sarrafo a 6,10 metros, mais que suficientes para quebrar o recorde olímpico de Braz, mas ainda bem abaixo de sua marca mundial. O próprio medalhista de prata Kendricks marcou o ritmo das palmas para o sueco saltar.

Quebrado o recorde olímpico, restava o próprio recorde mundial. O sarrafo subiu a impressionantes 6,25 metros. "Mondo, Mondo", gritava o público.

Novamente com Kendricks atuando como "cheerleader", Duplantis derrubou a barra na primeira chance. Antes da segunda tentativa, precisou esperar a cerimônia do pódio dos 100 metros rasos, vencidos pelo americano Noah Lyles na véspera. Curiosamente, Duplantis ouviu o hino com a mão no peito –o pai é americano e ele nasceu e foi criado no estado americano de Louisiana.

Para a terceira e última tentativa, o DJ do estádio escolheu como trilha "Allumer le Feu" ("Acender o fogo"), do cantor francês Johnny Halliday. Inspirado pela canção, Duplantis quebrou o recorde e correu para o beijo da namorada, a influencer sueca Desiré Inglander.

Apropriadamente, o DJ começou a tocar "Dancing Queen", do grupo sueco Abba.

Duplantis é filho de atletas. O pai também competiu no salto com vara. A mãe, sueca, foi heptatleta e jogadora de vôlei. Desde que tinha 11 anos, estabeleceu marcas inéditas para sua idade. Em 2018, superou os 6 metros.

Em 2020, saltou 6,17 metros e quebrou pela primeira vez o recorde mundial, que pertencia ao ídolo francês Renaud Lavillenie, campeão olímpico em Londres-2012 e derrotado pelo brasileiro Thiago Braz no Rio-2016.

Em Tóquio, Duplantis venceu com 6,02 metros e só não quebrou o recorde olímpico de Thiago Braz porque pediu o sarrafo diretamente a 6,19 metros, para tentar quebrar seu próprio recorde mundial.

Lavillenie, 37, que vive o ocaso da carreira e não conseguiu índice para disputar os Jogos, estava na arquibancada para aplaudir seu sucessor. O salto com vara é uma das provas do atletismo mais apreciadas pelos franceses, que têm outro ex-campeão olímpico, Jean Galfione (em Atlanta-1996).

Na noite de atletismo desta segunda, foi Galfione o responsável pela abertura padrão os Jogos de Paris, batendo três vezes com um bastão de madeira no chão, à maneira das peças de teatro na França.

Nas demais finais do dia, a americana Valarie Allman triunfou no lançamento do disco (69,50 metros); a queniana Beatrice Chebet venceu os 5.000 metros, em 14min28s56; e a britânica Keely Hodgkinson ganhou os 800 metros em 1min56s72

O brasileiro Renan Gallina avançou às semifinais dos 200 metros rasos. Ele ficou em terceiro lugar em sua bateria na primeira rodada, com o tempo de 20s41.

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