Depois de um primeiro encontro com a bola Brazuca, os ex-jogadores Luizão e Deco chegaram à mesma conclusão: "os goleiros vão sofrer nessa Copa".

A pedido da Folha, os dois deram alguns chutes no objeto mais cobiçado do Mundial-2014 antes de assistirem a um amistoso entre equipes sub-20 no campo do União Agrícola Cardeal, em Elias Fausto (cidade próxima à Indaiatuba, interior de SP).

Atacante de times como La Coruña, Palmeiras, Corinthians, Grêmio, São Paulo e da seleção pentacampeã em 2002, Luizão foi o primeiro a experimentar a Brazuca. "Não trouxe chuteira", avisou.

Descalço, dirigiu-se ao gramado e chamou um dos meninos para ficar no gol. Demorou um tempo até calibrar a pontaria, mas, mesmo aposentado desde 2009, exigiu reflexo do goleiro.

"É uma bola gostosa, leve, macia. Dá para dar cada pancada! Os goleiros estão perdidos", disse, um pouco ofegante após a série de chutes.

Com medo de "sentir lesão", não quis abusar do corpo e voltou logo à arquibancada.

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Luizão contou ainda ter preferido a Brazuca à Fevernova, modelo oficial da Copa-2002. "Aquela era muito dura, difícil de pegar curva."

Antes de pendurar as chuteiras em agosto deste ano, quando jogava no Fluminense, Deco fez carreira em clubes europeus, entre eles Porto, Barcelona e Chelsea. Naturalizado português, vestiu a camisa da seleção lusa nos Mundiais de 2006 e 2010.

Durante o intervalo do amistoso em Elias Fausto, o meia tirou os chinelos e aproveitou para "bater na bola". Também deu trabalho ao goleiro do sub-20, entretanto, desistiu das finalizações depois de mandar a Brazuca no terreno vizinho.

"É uma bola rápida, que ganha velocidade sem precisar colocar muita força. Parece a da Champions League e é melhor do que a Jabulani", afirmou, em tom de aprovação.

Deco lembra que demorou para se adaptar à bola da Copa-2010, na África do Sul. "Era mais difícil dar direção a ela."

Branca com detalhes nas cores laranja, verde, e azul, a Brazuca pesa 437 gramas e tem circunferência de 68 cm. Segundo a Adidas, fabricante, o modelo foi testado ao longo de dois anos e meio por mais de 600 atletas de diferentes países.

"Os caras que baterem bem na bola vão deitar e rolar nessa Copa", concordaram os dois ex-jogadores.