Festival ODS discute desenvolvimento e futuro do trabalho

Quarta edição promove debates sobre meios de acelerar caminhos até Agenda 2030

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Maria Carolina Trevisan
São Paulo (SP)

As transformações digitais e as inovações tecnológicas têm provocado mudanças nas formas de trabalho e no acesso à renda, educação e saúde. Com os contextos de pandemia, conflitos globais e polarização política, os efeitos dessas adaptações vêm aprofundando a desigualdade no mundo. Mas há saídas para frear retrocessos e acelerar o desenvolvimento sustentável.

Para apontar soluções às consequências negativas e impulsionar os processos positivos desse novo quadro, a Agenda Pública e a Prefeitura de Niterói, com apoio da Fundação Grupo Volkswagen, promovem a quarta edição do Festival ODS. As inscrições para participar dos debates estão abertas a partir desta quinta (4) e são gratuitas. O evento ocorre em Niterói (RJ), em 19 de julho, de forma presencial e online.

Sergio Andrade, diretor da Agenda Pública, durante a abertura do Festival ODS
Sergio Andrade, diretor da Agenda Pública, durante a abertura da primeira edição do Festival ODS - Felipe Cardoso

No Brasil, uma das formas de enfrentar as dificuldades impostas por esses contextos é focar em melhorar a oferta, a inclusão e a qualidade do trabalho, tema central do Festival ODS deste ano.

"O trabalho assume centralidade na agenda de desenvolvimento sustentável porque ele é um fator de inclusão primordial, permite o acesso a bens essenciais de consumo e é um fator de dignidade, porque as pessoas precisam de trabalho para a sua plena realização e obtenção daquilo que precisam para viver bem", diz Sergio Andrade, diretor executivo da Agenda Pública.

Com o objetivo de discutir soluções práticas compartilhadas entre gestores públicos, organizações sociais e sociedade civil, o evento aborda quatro eixos principais: novas tecnologias, transformação digital e automação; mercado de trabalho, empreendedorismo e trabalho informal; desafios geracionais; e educação inclusiva.

"Ao discutirmos condições de trabalho no futuro e fatores de inclusão, estamos pensando também em temas econômicos fundamentais, como a transição para uma economia de baixo carbono, empregos verdes, inclusão tanto de jovens como de pessoas com mais de 50 anos e educação ao longo da vida", afirma Andrade.

O Festival ODS 2024 trará exemplos de políticas públicas e iniciativas da sociedade civil que funcionam e cujos efeitos podem impulsionar os caminhos até a Agenda 2030, à qual o Brasil se comprometeu.

Entre os palestrantes estarão lideranças como Sergio Nobre, presidente da CUT (Central Única dos Trabalhadores), André Godoy, diretor executivo da Associação Brasileira de Desenvolvimento, Pedro Fernando Nery, economista e autor de "Extremos" (Editora Zahar), Marcos Lima, gestor de investimentos do BNDES e Fernanda Castanheira, vice-presidente de Sustentabilidade da Vale.

AGENDA 2030

O propósito do Festival ODS é desenvolver soluções conjuntas para alcançar os compromissos estabelecidos pela Agenda 2030, um conjunto de objetivos e metas de desenvolvimento sustentável, ao qual se comprometeram 193 Estados-membro da ONU (Organização das Nações Unidas), incluindo o Brasil.

Faltam apenas seis anos para o prazo determinado nesse acordo. O Relatório sobre os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável 2024, apresentado pela ONU (Organização das Nações Unidas) na última sexta (28), alerta para a necessidade de acelerar investimentos em desenvolvimento sustentável para atingir as metas da Agenda 2030.

"É o momento de investir em desenvolvimento como nunca antes", diz o secretário-geral da ONU, António Gutierrez. De acordo com o documento, a pandemia de Covid-19, os conflitos globais e a polarização política foram fatores que pioraram indicadores sociais e ambientais e fizeram com que os países retrocedessem em suas metas.

Mesmo com o ambiente hostil dos últimos anos, o Brasil vem se destacando no caminho para alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. Segundo um estudo do IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) apresentado em abril, entre 2016 e 2022, dos 17 objetivos e 169 metas da agenda, o Brasil conquistou 14 metas, sendo 35 indicadas com evolução positiva.

Nos desafios da agenda socioambiental e de mudança climática, o país também se destaca positivamente: é uma das principais lideranças nas negociações para financiar medidas contra a poluição plástica previstas no 'Acordo de Paris'. Um tratado global sobre essa pauta deve ser fechado em novembro, na Coreia do Sul.

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