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09/04/2008 - 13h10

Matilde diz à CPI que usou cartão corporativo em free shop por engano

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GABRIELA GUERREIRO
da Folha Online, em Brasília

A ex-ministra Matilde Ribeiro (Igualdade Racial) afirmou nesta quarta-feira em depoimento à CPI dos Cartões Corporativos que utilizou o cartão do governo federal para pagar despesas pessoais em um free shop por engano. Ela disse que confundiu o seu cartão de crédito com o do governo.

Segundo Matilde, o fato foi "isolado" e não condiz com a sua postura de controle de gastos adotada na pasta. "Foi um fato isolado dentro da minha agenda de trabalho e do tratamento da verba pública. Houve uma troca de cartões. Tenho um cartão pessoal da mesma cor e mesma bandeira do cartão do governo federal. Todas as viagens internacionais que tenho condições, passo no free shop. Eu sabia que tinha que devolver o dinheiro ao erário público uma vez que usei para despesas pessoais em uma troca de cartões", justificou.

A ministra reiterou que devolveu aos cofres públicos os recursos utilizados irregularmente com o cartão corporativo, mas ressaltou que a devolução não significa um atestado de culpa. "Devoluções feitas até o momento por orientação da CGU [Controladoria Geral da União] não implica em reconhecimento de culpa, uma vez que estou dizendo que foi uma decisão interna. À medida que foram indicadas algumas falhas administrativas, entendemos que seria importante devolver verbas glosadas que não se apresentavam naquele momento dentro de todas as regras para nós apresentadas", disse.

Matilde disse que pediu demissão do cargo para garantir que os trabalhos na secretaria tivessem continuidade. Em diversos momentos de seu depoimento à CPI, ela argumentou que não teve "má fé" na utilização irregular dos cartões pela secretaria de Igualdade Racial.

Sobre a acusação de gastos com o aluguel de carros em viagens, a ministra disse que a prática é comum uma vez que os ministros não recebem diárias para gastos extraordinários em missões oficiais. "Trata-se de uma demanda imprevista. Não houve nenhuma intenção de não ter uma licitação, mas o entendimento da facilitação do trabalho a partir de agenda que não tem previsibilidade a longo prazo", disse.

A ex-ministra justificou os gastos com aluguéis de carros em viagens que ela não chegou a realizar com o argumento de que, em algumas ocasiões, não conseguiu cancelar os contratos de locação após surgirem outros compromissos emergenciais de trabalho.

"Em abril de 2007, eu fui acionada em tempo recorde para tratamento de agenda fora do país. Não houve condições de cancelamento das marcações já feitas numa agenda que seria de continuidade no Brasil", disse.

Sobre os aluguéis em cidades e horários diferentes de seus compromissos marcados na agenda oficial, Matilde argumentou que em algumas situações houve atrasos em vôos ou vários eventos no mesmo dia --o que provocou a sobreposição no horário da locação de veículos.

Denúncias

A ex-ministra entregou o cargo em 1º de fevereiro após admitir o uso irregular do cartão corporativo do governo. Matilde argumentou, na ocasião, que houve um "erro administrativo" no uso do cartão depois de ser mal orientada por funcionários da pasta sobre o mecanismo de gastos.

Em 2007, as despesas de Matilde com o cartão corporativo somaram R$ 171 mil. Desse total, ela gastou R$ 110 mil com o aluguel de carros e mais de R$ 5.000 em restaurantes.

Um dos gastos considerados suspeitos foi o pagamento de uma conta de R$ 461,16 em um free shop. Matilde atribuiu parte do problema do uso irregular do cartão à falta de estrutura da pasta. No entanto, ela fez questão de destacar que outros ministros também erraram.

A CGU (Controladoria-Geral da União) determinou em março que ela restitua imediatamente R$ 2.920,15 aos cofres públicos. Desse montante, a CGU informa que a ex-ministra já devolveu R$ 2.815,35.

A CGU concluiu que dos R$ 171.556,09 gastos pela ex-ministra com o cartão corporativo em 2007, R$ 22.405,87 não foram suficientemente justificados até o momento.

Comentários dos leitores
Eduardo Giorgini (345) 12/10/2009 11h02
Eduardo Giorgini (345) 12/10/2009 11h02
"Oposição critica sigilo em gastos do governo após análise das informações no TCU"
Pela lógica, as fichas para corrupção do PT vem da éra FHC ou Serra?
Uma equação um tanto estranha para justificar as falcatruas do PT.
A culpa é de Serra entao?
[]s
Eduardo.
sem opinião
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Luís da Velosa (1172) 18/08/2009 07h48
Luís da Velosa (1172) 18/08/2009 07h48
Cartão Corporativo... mais atos secretos. Cadê a transparência?! Meu Deus, que horror! Quanto cinismo! Quanta corrupção! sem opinião
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Monica Rego (311) 17/08/2009 15h49
Monica Rego (311) 17/08/2009 15h49
La vem a mídia conservadora e os demos tucanos, com memória curta já devem ter se esquecido do serra-card ou alguma coisa mudou?!
Ainda veremos muito tucano e demos pfl na cadeia e o povo paulista, mineiro, gaúcho pedindo desculpas por tamanha ignorância...!!!
33 opiniões
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