Tarso diz que extradição de Cacciola pode sair 48h após decisão de príncipe Albert

O ministro da Justiça, Tarso Genro, comemorou hoje a decisão da Justiça de Mônaco favorável à extradição do ex-banqueiro Salvatore Cacciola para o Brasil. Segundo ele, a decisão final sobre a extradição de Cacciola caberá ao príncipe Albert 2º --que tem de 20 dias a 30 dias para analisar o processo.

"No momento em que sair a decisão final do príncipe, isso vai transitar num relação do Ministério da Justiça, do Itamaraty e da Polícia Federal. Nós estaremos prontos, em 48 horas, para fazer a extradição assim que ela permanecer deferida", disse Tarso.

Apesar do otimismo, Tarso admitiu que essa primeira decisão da Justiça é simbólica, já que Cacciola pode recorrer da sentença final do príncipe Albert 2º na Suprema Corte de Mônaco. "É importante do ponto de vista simbólico, que sinaliza à sociedade que existe uma disposição de lutar contra a impunidade."

Para o ministro, o príncipe pode ou não consolidar a decisão da Justiça de extraditar Cacciola ao Brasil. "Há uma dupla possibilidade: [a Justiça] vai remeter ao príncipe que pode consolidar ou não. Demonstra que o processo de extradição foi bem feito, foi bem cuidado. Agora é uma decisão política do príncipe."

Tradicionalmente, o príncipe nunca concedeu uma decisão contrária à do Tribunal de Apelações de Mônaco em processos de extradição.

Preso em Mônaco desde 15 de setembro do ano passado, o ex-dono do banco Marka é procurado por desvio de fundos e gestão fraudulenta.

Em 2005, o banqueiro foi condenado no Brasil em um julgamento à revelia a 13 anos de prisão por crimes financeiros.

Foragido do Brasil desde 2000, Cacciola foi preso pela Interpol em Mônaco. Desde então, o governo federal vem tentando a extradição dele para o Brasil.