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Juiz da Satiagraha diz que presidente do STF ficou irado com 2ª ordem de prisão de Dantas
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GABRIELA GUERREIRO
da Folha Online, em Brasília
Em depoimento à CPI das Escutas Clandestinas da Câmara, o juiz Fausto Martin De Sanctis, da 6ª Vara Criminal da Justiça Federal de São Paulo, disse nesta terça-feira que o presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Gilmar Mendes, ficou "irado" com a sua decisão de prender pela segunda vez o banqueiro Daniel Dantas, na Operação Satiagraha --depois que Mendes havia concedido habeas corpus para liberar o banqueiro.
De Sanctis disse que a desembargadora Suzana Camargo, do TRF (Tribunal Regional Federal) de São Paulo, lhe relatou em conversa telefônica que Mendes havia ficado irritado com a sua decisão.
"Ela [desembargadora] tomou conhecimento por parte do ministro da prisão. O ministro estava, segundo a versão dela, realmente irado. Tomou para o pessoal, o que não foi. Ela disse isso para mim', afirmou o juiz.
De Sanctis disse que, na conversa, a desembargadora se mostrou "perplexa" com a sua postura de decretar uma nova prisão de Dantas mesmo após a decisão do STF de libertá-lo pela primeira vez.
"Houve ligação dela para mim querendo saber se eu tinha decretado a prisão preventiva. Eu disse que sim. Ela ficou um pouco perplexa. Minha decisão não tem nada a ver com a do [delegado] Protógenes Queiroz. Tentei fazer um trabalho técnico, só isso", afirmou.
De Sanctis voltou a negar que, na conversa com a desembargadora, tenha afirmado que havia autorizado o monitoramento do gabinete de Mendes no STF.
O juiz disse à CPI que nunca autorizou qualquer escuta telefônica ou ambiental contra ministros da Corte. O juiz não descarta processar judicialmente os envolvidos no caso pelo que chama de 'informação incorreta' supostamente repassada a Mendes.
"Me causou surpresa tudo isto. Custo acreditar que isso seja realidade, o comentário feito pela Corte superior. Ainda penso se é caso de se tomar uma medida ou não. Ligações de desembargadores para mim não têm ocorrido. Cada advogado sabe como é o juiz. Às vezes pode ligar para tirar dúvidas, mas não mais que isso. Qualquer tentativa de influência sobre a minha pessoa, todo mundo sabe que é um caminho furado."
Escuta
Em meio à Operação Satiagraha, da Polícia Federal, o presidente do STF recebeu da desembargadora a informação de que seu gabinete no tribunal teria sido monitorado pela Polícia Federal a pedido de Sanctis.
Relatório da Secretaria de Segurança do STF, publicado pela revista "Veja" desta semana, diz que o gabinete do presidente da Corte foi alvo de "um possível monitoramento [escuta ilegal] que pode ter ocorrido nas proximidades do edifício sede". O Supremo informou que adotou "medidas necessárias" para evitar escutas.
O relatório diz que, em 10 de julho, numa varredura de rotina, foi detectada suspeita de um grampo, que, mesmo instalado fora do prédio, seria capaz de captar conversas no gabinete do assessor-chefe da presidência do STF, sala que, diz a revista, é usada pelo ministro para reuniões. A varredura ocorreu um dia após o presidente do STF mandar soltar Daniel Dantas, preso em 8 de julho.
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Imagine aquela estatual que representa a justiça como ela realmente deveria sr. A balança que ela segura estaria pendendo para o lado em que a bandeja estaria cheia de ouro e a venda nos olhos é transparente. Esta é a justiça brasileira. Besta de quem acha que dinheiro não compra qualquer coisa.
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