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05/09/2004 - 07h30

Candidatos ignoram custo da integração

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da Folha de S.Paulo

A palavra da moda entre os principais candidatos à Prefeitura de São Paulo quando o assunto é transporte é integração, mas nenhum deles fala quanto o cidadão terá de pagar pela passagem.

Atualmente, o usuário paga R$ 1,70 para tomar o ônibus por até duas horas e R$ 1,90 pelo metrô. O bilhete integração, em que se pode usar o metrô e pegar um ônibus, custa R$ 3,15.

Quando falam em integrar o bilhete único ao metrô, aos trens e aos ônibus metropolitanos, nenhum dos candidatos informa qual será o valor da tarifa. O eleitor, então, tende a imaginar que será pelo valor do bilhete único, atualmente em R$ 1,70.

Se quiser manter o valor da tarifa e integrar o ônibus ao metrô, a prefeitura, ou o Estado, terá de aumentar brutalmente o subsídio. Caso a injeção de recursos públicos seja mantida no mesmo patamar, o preço da passagem precisará ser maior.

Tanto a prefeita Marta Suplicy (PT) quanto o candidato José Serra (PSDB) propõem em seus programas de governo a criação de um órgão formado pela prefeitura e pelo governo estadual para tratar da questão. O ex-prefeito Paulo Maluf (PP) diz que será necessário "conversar" com o Estado, hoje comandado pelo PSDB, para chegar a um acordo. Luiza Erundina (PSB) também é defensora da integração. E, como os demais, não entra em detalhes.

Serra

O termo "conversa", aliás, é utilizado pelas outras candidaturas. "Vai depender da conversa entre a prefeitura e o Estado, não tem jeito", afirmou Miguel Kosma, coordenador do programa de Serra para a área de transportes.

O técnico admite que ainda não há definição sobre o preço final da passagem da integração. "Se você me perguntar como vai ser a tarifa, é difícil responder agora."

Contrariando o que tem difundido a campanha de Marta, Kosma disse que o candidato tucano vai manter o bilhete único se for eleito no mês que vem: "Há um compromisso assumido".

Marta

Questionada se o valor da passagem de quem utiliza o ônibus e o metrô deve ficar mais próximo de R$ 1,70, a assessoria de Marta não respondeu.

Preferiu criticar o governo do Estado pelo fato de a integração entre os sistemas não ter acontecido até agora.

No programa de governo, no site da candidatura, a equipe dela informa que a meta é "a integração metropolitana do transporte público em modalidades [metrô, trem e ônibus] e tarifas, de sorte a racionalizar o planejamento, a operação e os investimentos".

Maluf

Como os outros, o candidato do PP não faz uma previsão de quanto vai ficar a tarifa. De diferente, o ex-prefeito propõe a ampliação do tempo de validade de uma tarifa do bilhete único, das atuais duas para três horas.

Segundo Maluf, com essa ampliação, os usuários não precisariam ficar "espremidos" na frente do ônibus para otimizar o uso do bilhete.

Isso porque o bilhete único só começa a "contar" o uso quando passa pela catraca. Quem vai para muito longe normalmente fica no começo do ônibus.

Erundina

A candidato do PSB afirmou que o bilhete único é estudado há muito tempo por técnicos em transporte e que "traz enorme benefício, se paralelamente fossem adotadas outras medidas".

Erundina acusa Marta de ter acabado com o bilhete integração (ônibus + metrô), o que é negado pela Secretaria dos Transportes. Assim, depreende-se que sua idéia é promover a integração com o bilhete único.

Entre as propostas da ex-prefeita está a de "tornar pública 10% da frota de ônibus e lotações da cidade", o que remete aos moldes da antiga CMTC. Segundo especialistas, o custo é mais elevado, mas diminui o poder de barganha dos donos das empresas de ônibus em caso de greves.

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