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12/09/2004
-
08h04
da Folha de S.Paulo
O deputado federal Fernando Lucio Giacobo (PL-PR), 34, recebeu R$ 134 mil em 12 vitórias em prêmios diversos da Caixa num período de apenas 14 dias, em junho de 1997. Segundo ele, foi Deus quem olhou para ele e o ajudou. A seguir, trechos da entrevista.
Folha - No ano de 97, o sr. venceu 12 vezes em jogos diversos...
Fernando Lucio Giacobo - É.
Folha - A que o sr. atribui essa seqüência de vitórias?
Giacobo - [Rindo] O que que você acha?
Folha - Não tenho a mínima idéia.
Giacobo - Tem como atribuir [a algo diferente] quando o cara ganha num sorteio alguma coisa?
Folha - À sorte?
Giacobo - Ué, só tem isso né, tchê. Só tem sorte. E Deus, ele deu uma olhadinha lá e uma benzida. Eu não joguei mais, isso foi há muito tempo. Se você somar todos os bilhetes, não dá R$ 100 mil.
Folha - Deu R$ 134 mil.
Giacobo - É uma fortuna, né, tchê, perto do que Maluf rouba e os outros fizeram aí.
Folha - Por que motivo o sr. resolveu parar de jogar?
Giacobo - Eu nunca parei... Eu até jogo, mas não jogo mais com freqüência, não jogo mais na loteria esportiva, só jogo na loto.
Folha - Na época o sr. jogava quanto?
Giacobo - Não me lembro, chefe. Faz tantos anos, né, faz quantos anos isso, companheiro?
Folha - Em 1997.
Giacobo - Para você ter uma idéia, eu não era nem filiado a partido nenhum.
Folha - O que chama a atenção é que tudo ocorreu num único mês, em jogos diversos. O que ocorreu neste mês preciso?
Giacobo - Rapaz, deve ter sido um mês que eu devo ter jogado bastante. Você vai lá, consulte a Caixa, manda a Polícia Federal averiguar se o jogo não é quente, aí você me liga se não for.
Folha - O sr. costumava jogar em que lotérica nessa época?
Giacobo - Não me lembro.
Folha - Não se lembra também.
Giacobo - Sete anos atrás. Mas eu não estou entendendo por que você está... Só por que eu sou político você quer averiguar isso?
Folha - É pelo volume num curtíssimo espaço de tempo.
Giacobo - Ah, mas você não acha que é muito dinheiro? Eu quero saber se chama a atenção R$ 130 mil para você.
Folha - Acho que é muito acima de um salário mínimo.
Giacobo - Se alguém for roubar, para ganhar R$ 130 mil é muito pouco, né?
Folha - O sr. acha que acima de quanto seria muito?
Giacobo - Não, o cara que vai roubar, vai fazer alguma coisa, por causa de 130 pilas? Não estou dizendo que é pouco. Roubar um centavo é muito.
Folha - O sr. acertou no dia 5 de junho, 17 de junho, 19 de junho, às vezes duas vezes num mesmo dia com dois jogos diferentes...
Giacobo - Pura sorte, hein. Pura sorte. Juro por Deus. Eu sou um cara de muita fé.
Folha - Na hora do sorteio, o sr. se valeu de algum método...
Giacobo - [Interrompendo] Mas como é que vai valer? Você acha que um cara da Caixa vai se sujar, vai querer comprar... Se você souber de alguém que consegue comprar o resultado, você me fala que nós vamos denunciar para a polícia. Você acha que eu vou querer fazer isso para roubar R$ 130 mil? Não faço nem por um centavo.
Folha - A pergunta é se o sr. se valeu de um método para jogar.
Giacobo - Ah, nenhum. Só sorte. Bolão, bolão. Eu não me lembro.
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O deputado federal Fernando Lucio Giacobo (PL-PR), 34, recebeu R$ 134 mil em 12 vitórias em prêmios diversos da Caixa num período de apenas 14 dias, em junho de 1997. Segundo ele, foi Deus quem olhou para ele e o ajudou. A seguir, trechos da entrevista.
Folha - No ano de 97, o sr. venceu 12 vezes em jogos diversos...
Fernando Lucio Giacobo - É.
Folha - A que o sr. atribui essa seqüência de vitórias?
Giacobo - [Rindo] O que que você acha?
Folha - Não tenho a mínima idéia.
Giacobo - Tem como atribuir [a algo diferente] quando o cara ganha num sorteio alguma coisa?
Folha - À sorte?
Giacobo - Ué, só tem isso né, tchê. Só tem sorte. E Deus, ele deu uma olhadinha lá e uma benzida. Eu não joguei mais, isso foi há muito tempo. Se você somar todos os bilhetes, não dá R$ 100 mil.
Folha - Deu R$ 134 mil.
Giacobo - É uma fortuna, né, tchê, perto do que Maluf rouba e os outros fizeram aí.
Folha - Por que motivo o sr. resolveu parar de jogar?
Giacobo - Eu nunca parei... Eu até jogo, mas não jogo mais com freqüência, não jogo mais na loteria esportiva, só jogo na loto.
Folha - Na época o sr. jogava quanto?
Giacobo - Não me lembro, chefe. Faz tantos anos, né, faz quantos anos isso, companheiro?
Folha - Em 1997.
Giacobo - Para você ter uma idéia, eu não era nem filiado a partido nenhum.
Folha - O que chama a atenção é que tudo ocorreu num único mês, em jogos diversos. O que ocorreu neste mês preciso?
Giacobo - Rapaz, deve ter sido um mês que eu devo ter jogado bastante. Você vai lá, consulte a Caixa, manda a Polícia Federal averiguar se o jogo não é quente, aí você me liga se não for.
Folha - O sr. costumava jogar em que lotérica nessa época?
Giacobo - Não me lembro.
Folha - Não se lembra também.
Giacobo - Sete anos atrás. Mas eu não estou entendendo por que você está... Só por que eu sou político você quer averiguar isso?
Folha - É pelo volume num curtíssimo espaço de tempo.
Giacobo - Ah, mas você não acha que é muito dinheiro? Eu quero saber se chama a atenção R$ 130 mil para você.
Folha - Acho que é muito acima de um salário mínimo.
Giacobo - Se alguém for roubar, para ganhar R$ 130 mil é muito pouco, né?
Folha - O sr. acha que acima de quanto seria muito?
Giacobo - Não, o cara que vai roubar, vai fazer alguma coisa, por causa de 130 pilas? Não estou dizendo que é pouco. Roubar um centavo é muito.
Folha - O sr. acertou no dia 5 de junho, 17 de junho, 19 de junho, às vezes duas vezes num mesmo dia com dois jogos diferentes...
Giacobo - Pura sorte, hein. Pura sorte. Juro por Deus. Eu sou um cara de muita fé.
Folha - Na hora do sorteio, o sr. se valeu de algum método...
Giacobo - [Interrompendo] Mas como é que vai valer? Você acha que um cara da Caixa vai se sujar, vai querer comprar... Se você souber de alguém que consegue comprar o resultado, você me fala que nós vamos denunciar para a polícia. Você acha que eu vou querer fazer isso para roubar R$ 130 mil? Não faço nem por um centavo.
Folha - A pergunta é se o sr. se valeu de um método para jogar.
Giacobo - Ah, nenhum. Só sorte. Bolão, bolão. Eu não me lembro.
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