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12/05/2005 - 18h32

Meirelles diz que permanece à frente do Banco Central

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JANAINA LAGE
da Folha Online, no Rio

O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, confirmou nesta quinta-feira que vai permanecer no cargo apesar da decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) de determinar quebra do sigilo fiscal. "Eu me sinto absolutamente confortável para permanecer no cargo por ter uma vida pautada pelo respeito à lei", disse.

Meirelles, que é suspeito de cometer crime contra o sistema financeiro, evasão de divisas e crime eleitoral, disse que considerou positiva a decisão do Supremo. "Vai permitir que os questionamentos sejam apresentados em um fórum isento de motivações políticas. Além do mais, ela me dará oportunidade de mostrar que a minha conduta sempre foi pautada pela legalidade, pela ética e pela transparência", declarou.

Sobre as declarações do presidente da Câmara, Severino Cavalcanti (PP-PE), que se mostrou favorável ao afastamento de Meirelles durante as investigações, o presidente do BC afirmou que o debate é livre e que esse tipo de declaração faz parte do exercício da democracia. Segundo o presidente da Câmara, se o STF optou pela abertura de inquérito é porque existem indícios de irregularidades.

Indagado sobre a possibilidade de concorrer ao governo de Goiás, Meirelles disse que está totalmente concentrado no seu trabalho no BC.

Meirelles fez hoje o encerramento do 17º Fórum Nacional e defendeu a política de aumento de juros aplicada pelo BC desde setembro para conter a inflação.

Política monetária

Durante a palestra, o presidente do BC criticou o "ceticismo renitente" de parte dos comentaristas em relação à eficácia da política monetária.

Segundo Meirelles, os críticos à política monetária avaliam que juros mais altos agravam as preocupações com a dinâmica da dívida, provocando fuga de capitais e depreciação cambial, o que serviria para realimentar a inflação. Outra parcela de críticos, ainda segundo Meirelles, afirma que os juros altos têm reflexo na apreciação do câmbio.

O presidente do BC destacou a queda de 12 pontos percentuais da inflação entre maio de 2003 e junho de 2004. Neste período, a inflação medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) passou de 17,2% para 5,2%. Meirelles classificou a mudança como "um resultado desinflacionário impressionante em qualquer circunstância".

Na avaliação de Meirelles, os argumentos contrários ao desempenho da política monetária têm em comum uma acolhida indiscriminada entre os brasileiros que gostariam de ver taxas de juros mais baixas. Ele reclamou, no entanto, do excesso de críticas.

"Mas não parece razoável que um anseio legítimo, respaldado por uma infinidade de argumentos contraditórios entre si, produza a equivocada avaliação de que a luta do Banco Central contra a inflação deva ser abrandada", disse.

A intensidade das críticas tende inclusive a prejudicar o funcionamento da política monetária, segundo Meirelles. "A política monetária continua a produzir seus efeitos. O que ocorre é que ela precisa fazer um esforço maior para alcançar o mesmo resultado. A eficácia é a mesma. O que aumenta, com graves conseqüências para toda a sociedade, é o custo de sua implementação", afirmou

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