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27/03/2006
-
18h54
ROSE ANE SILVEIRA
EPAMINONDAS NETO
da Folha Online, em Brasília e SP
O afastamento do ministro Antonio Palocci da Fazenda foi recebido com calma pelo meio empresarial, com raiva pelos políticos da oposição mas foi aprovado por representantes da sociedade civil.
Para o presidente da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), Roberto Busato, a saída do ministro "pode ser até melhor para o governo e o País, pois contra Palocci pesam graves acusações --e por isso ele renunciou". Segundo Busato, "pode ser escolhido alguém para substituí-lo, por certo isento de acusações tão graves".
A Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) divulgou nota onde afirma que "será mantido o diálogo hoje existente [entre governo e entidade] e prevalecerão, sempre, os interesses do Brasil".
Sobre a indicação do presidente do BNDES, Guido Mantega, para o cargo, a federação informa que ele "desde a presidência do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) tem excelente relacionamento com a Fiesp".
O governador do Rio Grande do Sul, Germano Rigotto, afirmou que "o ministro pediu demissão porque se sentiu enfraquecido com as denúncias envolvendo seu nome e para que a sua permanência não significasse maior turbulência na economia".
Para Rigotto, "a decisão do ministro foi correta, porque a situação é insustentável".
Oposição no Congresso
A oposição não aceitou bem a notícia do pedido de afastamento de Palocci, que pode configurar uma manobra para garantir o foro privilegiado de ministro. Para a oposição, o ministro deveria ter pedido demissão e não se afastado do cargo.
"Se é um afastamento, é mais uma prova de que o ministro está com receio das conseqüências jurídicas do seus atos enquanto prefeito de Ribeirão Preto", disse o presidente nacional do PFL, o senador Jorge Bornhausen (SC).
"Espero que seja um afastamento definitivo", afirmou o presidente do PFL. "Se não for o governo ficou com um ministro fantasma, sem autoridade".
As notícias sobre a saída de Palocci foram desencontradas. A nota oficial divulgada pelo ministério da Fazenda aponta o pedido de afastamento do cargo, o que não é a mesma coisa que exoneração. Com o afastamento, ele mantém o foro privilegiado.
Bornhausen avaliou que a queda do ministro foi o "coroamento da incompetência do governo Lula. Este é o início da derrocada", afirmou.
Ele disse esperar que o afastamento do ministro seja definitivo.
Para o líder da minoria da Câmara, deputado José Carlos Aleluia (PFL-BA), "a falta de ética neste governo é inacreditável". "Se for só um afastamento, o ministro fica apenas para manter o título e o foro privilegiado. É o último degrau da corrupção de qualquer forma, sendo saída ou exoneração", avaliou Aleluia.
Para o líder tucano no Senado, Arthur Virgílio (AM), não se trata de um simples afastamento, mas de uma demissão real. "Quem derrubou o ministro não foi a oposição. Foi a sociedade, foi o caseiro", afirmou.
O "caseiro" mencionado por Virgílio é Francenildo dos Santos Costa, que trabalhou na mansão do Lago Sul alugada por ex-assessores de Palocci do período em que foi prefeito de Ribeirão Preto. Em depoimento à CPI dos Bingos, Francenildo afirmou que Palocci freqüentava a casa, suspeita de ser usada para encontros de lobbistas e festas com prostitutas.
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EPAMINONDAS NETO
da Folha Online, em Brasília e SP
O afastamento do ministro Antonio Palocci da Fazenda foi recebido com calma pelo meio empresarial, com raiva pelos políticos da oposição mas foi aprovado por representantes da sociedade civil.
Para o presidente da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), Roberto Busato, a saída do ministro "pode ser até melhor para o governo e o País, pois contra Palocci pesam graves acusações --e por isso ele renunciou". Segundo Busato, "pode ser escolhido alguém para substituí-lo, por certo isento de acusações tão graves".
A Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) divulgou nota onde afirma que "será mantido o diálogo hoje existente [entre governo e entidade] e prevalecerão, sempre, os interesses do Brasil".
Sobre a indicação do presidente do BNDES, Guido Mantega, para o cargo, a federação informa que ele "desde a presidência do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) tem excelente relacionamento com a Fiesp".
O governador do Rio Grande do Sul, Germano Rigotto, afirmou que "o ministro pediu demissão porque se sentiu enfraquecido com as denúncias envolvendo seu nome e para que a sua permanência não significasse maior turbulência na economia".
Para Rigotto, "a decisão do ministro foi correta, porque a situação é insustentável".
Oposição no Congresso
A oposição não aceitou bem a notícia do pedido de afastamento de Palocci, que pode configurar uma manobra para garantir o foro privilegiado de ministro. Para a oposição, o ministro deveria ter pedido demissão e não se afastado do cargo.
"Se é um afastamento, é mais uma prova de que o ministro está com receio das conseqüências jurídicas do seus atos enquanto prefeito de Ribeirão Preto", disse o presidente nacional do PFL, o senador Jorge Bornhausen (SC).
"Espero que seja um afastamento definitivo", afirmou o presidente do PFL. "Se não for o governo ficou com um ministro fantasma, sem autoridade".
As notícias sobre a saída de Palocci foram desencontradas. A nota oficial divulgada pelo ministério da Fazenda aponta o pedido de afastamento do cargo, o que não é a mesma coisa que exoneração. Com o afastamento, ele mantém o foro privilegiado.
Bornhausen avaliou que a queda do ministro foi o "coroamento da incompetência do governo Lula. Este é o início da derrocada", afirmou.
Ele disse esperar que o afastamento do ministro seja definitivo.
Para o líder da minoria da Câmara, deputado José Carlos Aleluia (PFL-BA), "a falta de ética neste governo é inacreditável". "Se for só um afastamento, o ministro fica apenas para manter o título e o foro privilegiado. É o último degrau da corrupção de qualquer forma, sendo saída ou exoneração", avaliou Aleluia.
Para o líder tucano no Senado, Arthur Virgílio (AM), não se trata de um simples afastamento, mas de uma demissão real. "Quem derrubou o ministro não foi a oposição. Foi a sociedade, foi o caseiro", afirmou.
O "caseiro" mencionado por Virgílio é Francenildo dos Santos Costa, que trabalhou na mansão do Lago Sul alugada por ex-assessores de Palocci do período em que foi prefeito de Ribeirão Preto. Em depoimento à CPI dos Bingos, Francenildo afirmou que Palocci freqüentava a casa, suspeita de ser usada para encontros de lobbistas e festas com prostitutas.
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