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19/01/2004
-
12h24
da Folha Online
A visão dos cientistas da Nasa não é muito nítida quando entra em discussão o futuro do telescópio espacial Hubble. Com aposentadoria anteriormente prevista para 2010, o observatório pode virar peça de museu ou acabar desintegrado ao reentrar a atmosfera como um satélite qualquer.
Muitos fatores pesam na decisão. O telescópio "pop star" da astronomia nesta última década depende de manutenção humana, algo que ficou mais caro --e perigoso-- depois do acidente com o ônibus espacial Columbia no início deste ano.
Por outro lado, desligar o Hubble libera dinheiro para novos projetos. Em 2011, a Nasa prevê o lançamento de um observatório ainda mais poderoso que o Hubble --o James Webb Space Telescope. E agora a agência deve cumprir as metas de George W. Bush, que quer uma nave orbital pronta para substituir os ônibus espaciais até o final da década.
Peça de museu
O Hubble foi posto em órbita em 1990 e foi visitado por astronautas quatro vezes desde então para manutenção e reparos.
Antes do acidente do Columbia, a agência espacial norte-americana planejava enviar um ônibus espacial ao telescópio e trazê-lo de volta à Terra. O Hubble então ficaria exposto no "Smithsonian Institution's Air & Space Museum", em Washington (EUA).
Mas Anne Kinney, diretora da divisão de astronomia e física da Nasa, diz que uma peça de museu não vale o risco de vidas humanas.
Com isso, o Hubble pode acabar enterrado em vala comum. Com o tamanho de um ônibus comum, o telescópio orbita a 612 km de altura da superfície, inclinado 28,5 graus em relação ao equador.
Ele seria "desligado" pela Nasa e começaria a cair pelos céus, baixando de altitude até que se despedaçasse em algum lugar da Terra. Segundo especialistas do Centro de Vôos Espaciais Goddard, da Nasa, a faixa de impacto provável seria considerável.
Sobrevida
De qualquer forma, especialistas acham arriscado tirar o Hubble de operação sem seu sucessor, o James Webb, estar em órbita. A previsão de lançamento do novo observatório permanece no distante agosto de 2011.
Quem defende estender a vida útil do Hubble propõe à Nasa o lançamento de uma sexta missão, que elevaria a órbita do telescópio e faria reparos para que ele tivesse fôlego por mais alguns anos.
Mas a Nasa rebate e afirma que a sobrevida do Hubble custaria mais US$ 700 milhões, verba que teria de sair de outros programas da agência.
Com agências internacionais
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Futuro do telescópio Hubble fica entre museu e "vala comum"
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A visão dos cientistas da Nasa não é muito nítida quando entra em discussão o futuro do telescópio espacial Hubble. Com aposentadoria anteriormente prevista para 2010, o observatório pode virar peça de museu ou acabar desintegrado ao reentrar a atmosfera como um satélite qualquer.
Muitos fatores pesam na decisão. O telescópio "pop star" da astronomia nesta última década depende de manutenção humana, algo que ficou mais caro --e perigoso-- depois do acidente com o ônibus espacial Columbia no início deste ano.
Por outro lado, desligar o Hubble libera dinheiro para novos projetos. Em 2011, a Nasa prevê o lançamento de um observatório ainda mais poderoso que o Hubble --o James Webb Space Telescope. E agora a agência deve cumprir as metas de George W. Bush, que quer uma nave orbital pronta para substituir os ônibus espaciais até o final da década.
Peça de museu
O Hubble foi posto em órbita em 1990 e foi visitado por astronautas quatro vezes desde então para manutenção e reparos.
Antes do acidente do Columbia, a agência espacial norte-americana planejava enviar um ônibus espacial ao telescópio e trazê-lo de volta à Terra. O Hubble então ficaria exposto no "Smithsonian Institution's Air & Space Museum", em Washington (EUA).
Mas Anne Kinney, diretora da divisão de astronomia e física da Nasa, diz que uma peça de museu não vale o risco de vidas humanas.
Com isso, o Hubble pode acabar enterrado em vala comum. Com o tamanho de um ônibus comum, o telescópio orbita a 612 km de altura da superfície, inclinado 28,5 graus em relação ao equador.
Ele seria "desligado" pela Nasa e começaria a cair pelos céus, baixando de altitude até que se despedaçasse em algum lugar da Terra. Segundo especialistas do Centro de Vôos Espaciais Goddard, da Nasa, a faixa de impacto provável seria considerável.
Sobrevida
De qualquer forma, especialistas acham arriscado tirar o Hubble de operação sem seu sucessor, o James Webb, estar em órbita. A previsão de lançamento do novo observatório permanece no distante agosto de 2011.
Quem defende estender a vida útil do Hubble propõe à Nasa o lançamento de uma sexta missão, que elevaria a órbita do telescópio e faria reparos para que ele tivesse fôlego por mais alguns anos.
Mas a Nasa rebate e afirma que a sobrevida do Hubble custaria mais US$ 700 milhões, verba que teria de sair de outros programas da agência.
Com agências internacionais
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