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05/06/2003 - 07h30

Energia solar e gás natural são alternativas para o ambiente

da Folha de S.Paulo

O futuro desenvolvimento econômico-tecnológico da humanidade está, direta e indiretamente, vinculado à fonte de energia que está na sua própria origem: o Sol.

Ao mesmo tempo, o gás natural deverá superar o petróleo como a maior fonte de energia do mundo durante os próximos 50 anos e servirá como etapa intermediária na transição da matriz energética global para fontes renováveis.

Essas são as previsões das principais entidades de estudo do meio ambiente no mundo e a conclusão de projeções recentes feitas pelo governo dos Estados Unidos.

Energia solar

Sem o calor proporcionado pela estrela em torno da qual a Terra gira, a existência de vida no planeta não teria sido possível.

A curto e médio prazos, deverá aumentar a exploração direta dessa energia. À medida que fica mais caro, mais raro e politicamente mais inviável queimar combustíveis como petróleo e carvão, usar a "limpa" radiação solar tende a ser uma opção mais sensata e prática --e a tecnologia futura de armazenamento de energia poderá resolver o problema dos países que têm menos dias ensolarados.

Mas um desenvolvimento realmente "sustentável", isto é, sem que exista a ameaça de esgotamento da fonte de energia, só poderá ser feito a longo prazo por intermédio da energia nuclear, mais especificamente e principalmente da "fusão" nuclear.

É preciso deixar claro a diferença entre as duas energias nucleares. Hoje, a energia nuclear depende da "fissão", da quebra do núcleo de átomos de elementos químicos pesados como o urânio. Mas muito mais energia pode ser gerada pelo processo oposto: fundir átomos de elementos leves, o mesmo processo que é o motor da energia das estrelas.

Uma matéria-prima da fusão nuclear poderia ser o elemento químico lítio. Calcula-se que bastaria 1,8 kg de lítio para produzir um megawatt de energia por ano. E o mundo tem cerca de dez milhões de toneladas desse elemento.

Gás natural

"Até a metade do século 21, o gás irá se transformar na fonte número um de energia. Depois disso, fontes renováveis, como a energia solar e a eólica (ventos), começarão a predominar", afirma Christopher Flavin, pesquisador responsável pelos estudos de energia do Worldwatch Institute, um dos grandes centros mundiais de estudos ambientais, localizado em Washington (EUA).

Embora não seja tão taxativo quanto o instituto, o governo norte-americano reconhece que o papel do gás natural será fundamental no próximo século.

O secretário de energia, Bill Richardson, afirma ter tirado essa conclusão observando a procura pelo gás durante a crise econômica que derrubou os preços do petróleo no ano passado para seus patamares mais baixos desde o embargo árabe de 1973 --quando a Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) elevou o preço do barril de US$ 1,5 para US$ 12, deflagrando recessão de alcance mundial.

Esse consenso em direção ao consumo do produto, no entanto, parece não indicar o fim da era do petróleo nem o fracasso da viabilidade econômica das energias alternativas. As razões são simples. O secretário Richardson prevê que a demanda global por energia vá dobrar até o ano 2010.

Fontes renováveis

"Isso significa uma só coisa: fontes renováveis terão um papel muito maior, mas o mundo vai continuar a usar quantidades maciças de todos os combustíveis fósseis", disse Richardson.

Limitações técnicas impedem que um gerador de energia solar distribua eletricidade para uma cidade. Mas vários distribuidores prometem repassar parte do dinheiro dos consumidores para instituições que estudam formas de baratear o uso de energia vinda de fontes renováveis.

A produção de energia eólica e solar vem crescendo no mundo nos últimos anos. Mesmo assim, essas fontes alternativas não chegam a representar 1% da energia consumida em todo o mundo.

Supercondutores

A economia e a produção de energia também serão melhoradas graças a tecnologias futuras com base no fenômeno da supercondutividade, a propriedade de certos materiais, como cerâmicas especiais, de oferecer uma grande diminuição da resistência elétrica.

Com isso a corrente elétrica pode fluir pelo material sem perda de energia (pelo calor, por exemplo) pelo caminho. Teoricamente, a supercondutividade permitiria uma transmissão mais eficiente da energia elétrica, mas ela hoje só é possível em compostos resfriados a temperaturas muito baixas. Supercondutores deverão ter aplicações fundamentais também nos reatores de fusão nuclear.

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