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04/01/2007
-
19h17
da Folha Online
O jornalista Sergio Costa, da sucursal do Rio da Folha de S.Paulo participou nesta quinta-feira de um bate-papo com 213 internautas sobre a recente onda de violência no Rio. Para Costa, as iniciativas do governador Sérgio Cabral (PMDB) e do governo federal para coibir a violência não vão resolver o problema da violência no Estado.
"Honestamente, acho ridícula [a ajuda federal]. Vão mandar 500 caras da FNS (Força Nacional de Segurança) para cá. Uma gota num oceano. Exército é máquina de guerra, treinada para matar. Melhor investir em investigação e numa administração rigorosa. Taí o trabalho da PF (Polícia Federal), que tem prendido muita gente sem dar tiro, só na inteligência. É uma prática a ser disseminada", reflete Costa.
Ontem, Cabral e representantes das Forças Armadas anunciaram que a FNS deve atuar patrulhando as divisas do Estado com São Paulo, Minas Gerais e Espírito Santo. Hoje, Cabral enviou um ofício ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pedindo que as Forças Armas patrulhem as regiões dos quartéis.
Mesmo assim Costa classificou como "positiva" a atitude de Lula, que chamou de terrorismo a ação dos criminosos no Rio. "Acho positivo ele atentar e chamar a atenção para a questão da violência, que atinge grandes cidades e parece ter chegado ao fundo do poço no Rio e em São Paulo no ano passado, mas não acho que o termo usado mude alguma coisa."
O jornalista ainda comentou a proposta de mudanças no Código Penal para que crimes como os registrados no Rio sejam punidos de modo mais severo. "Pelo que temos visto os crimes estão se desenvolvendo mais rápido do que conseguimos atualizar as leis. Não dá para achar que incendiar um ônibus com gente dentro seja um crime comum."
Costa ainda comparou a escolha do Rio como sede do Pan-07, em julho, com a realização da Eco-92, também ocorrida no Rio e criticada na época devido à violência da cidade. "Não é perigoso. Da mesma forma diziam que era arriscado realizar a realizar a Eco-92, quando Fidel Castro e George Bush, o original, estiveram por aqui. Se tudo correr como nos outros eventos, a chance de o Rio ter um Pan tranqüilo é muito grande. Qual a alternativa? A gente se esconder em casa? Não trabalhar para que esta cidade sedie eventos, tenha uma agenda positiva? É assim que se supera os problemas", avalia.
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Para jornalista, patrulhar divisas não vai reduzir violência no Rio
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O jornalista Sergio Costa, da sucursal do Rio da Folha de S.Paulo participou nesta quinta-feira de um bate-papo com 213 internautas sobre a recente onda de violência no Rio. Para Costa, as iniciativas do governador Sérgio Cabral (PMDB) e do governo federal para coibir a violência não vão resolver o problema da violência no Estado.
"Honestamente, acho ridícula [a ajuda federal]. Vão mandar 500 caras da FNS (Força Nacional de Segurança) para cá. Uma gota num oceano. Exército é máquina de guerra, treinada para matar. Melhor investir em investigação e numa administração rigorosa. Taí o trabalho da PF (Polícia Federal), que tem prendido muita gente sem dar tiro, só na inteligência. É uma prática a ser disseminada", reflete Costa.
Ontem, Cabral e representantes das Forças Armadas anunciaram que a FNS deve atuar patrulhando as divisas do Estado com São Paulo, Minas Gerais e Espírito Santo. Hoje, Cabral enviou um ofício ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pedindo que as Forças Armas patrulhem as regiões dos quartéis.
Mesmo assim Costa classificou como "positiva" a atitude de Lula, que chamou de terrorismo a ação dos criminosos no Rio. "Acho positivo ele atentar e chamar a atenção para a questão da violência, que atinge grandes cidades e parece ter chegado ao fundo do poço no Rio e em São Paulo no ano passado, mas não acho que o termo usado mude alguma coisa."
O jornalista ainda comentou a proposta de mudanças no Código Penal para que crimes como os registrados no Rio sejam punidos de modo mais severo. "Pelo que temos visto os crimes estão se desenvolvendo mais rápido do que conseguimos atualizar as leis. Não dá para achar que incendiar um ônibus com gente dentro seja um crime comum."
Costa ainda comparou a escolha do Rio como sede do Pan-07, em julho, com a realização da Eco-92, também ocorrida no Rio e criticada na época devido à violência da cidade. "Não é perigoso. Da mesma forma diziam que era arriscado realizar a realizar a Eco-92, quando Fidel Castro e George Bush, o original, estiveram por aqui. Se tudo correr como nos outros eventos, a chance de o Rio ter um Pan tranqüilo é muito grande. Qual a alternativa? A gente se esconder em casa? Não trabalhar para que esta cidade sedie eventos, tenha uma agenda positiva? É assim que se supera os problemas", avalia.
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