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04/09/2003 - 19h54

Entenda o caso dos meninos mutilados em Altamira (PA)

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da Folha Online
da Agência Folha

Meninos com idades entre 8 e 14 anos foram sequestrados, castrados e mortos em Altamira (777 km de Belém, PA), entre 1989 e 1993. De acordo com o Ministério Público, os crimes ocorreram em rituais de magia negra.

Dois médicos, um ex-policial militar, o filho de um empresário local e uma paranaense que supostamente lideraria uma seita ligada a magia negra foram acusados pelos crimes. Um sexto homem acusado de integrar o bando, também ex-policial militar, está foragido. Os acusados negam qualquer envolvimento no caso.

Segundo o Ministério Público, o grupo é responsável pela castração de nove meninos --seis deles foram mortos--, por cinco tentativas de sequestro e pelo desaparecimento de outras cinco crianças.

As crianças mortas e as três sobreviventes tiveram os órgãos genitais tirados com instrumento cirúrgico, segundo laudos periciais realizados na época. Algumas delas foram abusadas sexualmente.

A paranaense Valentina de Andrade seria a líder de uma seita, com sede na Argentina, chamada LUS (Lineamento Universal Superior). Ela é apontada, ainda, no desaparecimento de um menino e no assassinato de outro, no Paraná, em 1992. A seita seria acusada, na Argentina, de crimes não esclarecidos.

Julgamento

Dois dos envolvidos foram condenados, em julgamento encerrado na última sexta-feira (29).

O ex-policial militar Carlos Alberto dos Santos foi considerado culpado pelo Tribunal do Júri por um homicídio e duas tentativas, recebeu 35 anos de prisão. O comerciante Amailton Madeira Gomes foi considerado responsável por três homicídios e foi condenado a 57 anos de prisão.

As sentenças aplicadas aos acusados somam as penas dos crimes atribuídos a eles. Pelas leis brasileiras, porém, o período máximo de detenção é de 30 anos.

O julgamento foi desmembrado pelo juiz Ronaldo Valle, titular da 15ª Vara Penal do Estado.

Nesta quinta-feira, o médico Anísio Ferreira de Souza foi condenado hoje a 77 anos de reclusão pela participação em três assassinatos e duas tentativas de homicídio.

O médicos Césio Flávio Caldas Brandão e a paranaense Valentina de Andrade --que supostamente lideraria uma seita ligada a magia negra-- são os próximos a serem julgados.

Prisão

O juiz Ronaldo do Valle, que preside o processo, decretou nesta quinta-feira a prisão preventiva de Valentina de Andrade Teruggi.

Ela ficou sabendo da decisão da Justiça assim que chegou no TJ (Tribunal de Justiça) do Pará, por volta das 9h30.

Valentina deveria comparecer, na última terça-feira (2), no início do julgamento do médico Anísio Ferreira de Souza, mas tentou sair do país e foi detida pela PF (Polícia Federal) de São Paulo.

Segundo a PF, ela tentou embarcar, na manhã do dia 2, do aeroporto de Guarulhos, na Grande São Paulo, para Buenos Aires, na Argentina. Ao ser descoberta pela polícia, a acusada fugiu e se hospedou em um hotel com um nome falso --Valentina Munhoz.

Para garantir a sua presença, Valentina ficará aguardando o seu julgamento, que será no próximo dia 22, no Centro de Detenção Feminino, na região metropolitana de Belém.

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