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12/11/2003 - 19h25

Polícia identifica mais 2 suspeitos pelo assassinato de namorados

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da Folha Online

A Polícia Civil de São Paulo afirmou nesta quarta-feira ter identificado mais dois acusados de envolvimento no assassinato dos estudantes Liana Friedenbach, 16, e Felipe Silva Caffé, 19. No total, cinco pessoas teriam participação nas mortes. Um dos acusados ainda não foi localizado.

Segundo a polícia, Antonio Matias de Barros, 48, foi preso durante a madrugada, na região de Juquitiba, com uma espingarda calibre 28 usada no crime. A arma pertenceria a Paulo César da Silva Marques, 32, conhecido como Pernambuco, que permanece foragido.

Pernambuco costumava praticar caça ilegal na região e guardaria a espingarda na casa de Barros --que deverá responder por porte ilegal de arma.

O outro homem suspeito de envolvimento no crime não teve o nome revelado pela polícia. Foi identificado apenas como Antonio e seria caseiro do sítio onde Liana foi mantida refém pelos criminosos. Ele teria servido alimentos ao grupo, mas a Polícia Civil ainda não sabe se foi conivente.

Aguinaldo Pires, 41, e R.A.C., 16., já estavam detidos sob acusação de envolvimento no crime.

Arma

Os namorados estavam desaparecidos desde o último dia 31, quando foram acampar em um sítio abandonado em Embu-Guaçu, na Grande São Paulo. Os corpos foram encontrados na última segunda-feira. O rapaz foi morto com um tiro na nuca. Liana foi atacada a facadas.

A polícia acredita que a estudante tenha sido esfaqueada porque a munição da espingarda havia terminado.

R.A.C. está custodiado. A Justiça decretou a prisão temporária dos outros envolvidos.

Envolvimento

De acordo com o delegado Silvio Balangio Jr, seccional de Taboão da Serra, somente agora, com a prisão decretada, a polícia poderá investigar o envolvimento de cada um dos acusados nos assassinatos.

No entanto, a polícia afirma, de acordo com a versão do adolescente, que R.A.C. conheceu Pernambuco na manhã do dia 1º. Eles avistam o casal e planejam um assalto. Aguinaldo Pires é chamado para participar da ação. No final da tarde, o trio retorna ao local do acampamento e rende os namorados. Felipe teria dito que não tinha dinheiro, e Liana afirmado pertencer a uma família rica.

No dia seguinte, o casal foi obrigado a caminhar por uma trilha. Pernambuco teria disparado um tiro na nuca de Felipe, enquanto Liana ficou com o adolescente e com Pires, a cerca de 100 metros do crime. A garota não teria visto o assassinato, mas ouvido o tiro. A arma, de acordo com a polícia, foi guardada na casa de Barros.

Liana foi levada para a casa do suspeito identificado como Antonio, que serviu como uma espécie de cativeiro. Com a aproximação da polícia, e sem pedir resgate à família, os criminosos decidiram matar a estudante, afirma a Polícia Civil.

Pernambuco teria dado o primeiro golpe, usando uma faca de cozinha, no pescoço de Liana. R.A.C., então, teria desferido os outros golpes. A faca não foi localizada.


J.Patrício/Folha Imagem
Policial mostra local onde corpo de Liana foi encontrado
Acareação

R.A.C. e Aguinaldo passaram por uma acareação nesta quarta-feira. Segundo a Polícia Civil, apesar de os dois admitirem envolvimento no crime, atribuem a culpa um ao outro.

Nesta terça-feira, durante entrevista coletiva, a polícia afirmara que Aguinaldo, em um primeiro momento, negou envolvimento no assassinato.

Uma reconstituição do crime poderá ser feita para que a polícia avalie o envolvimento de cada um dos acusados.

Motivação

O adolescente disse, segundo a polícia, que caminhava pela mata, no dia 1º, quando conheceu Pernambuco, que caçava na região. Eles, então, avistaram o casal, cuja aparência física destoava das pessoas que normalmente frequentam o local.

A polícia afirma, ainda de acordo com a versão de R.A.C., que o casal seria vítima de um assalto. Como estavam sem dinheiro, no local do acampamento, as vítimas foram levadas para uma casa localizada em um sítio da região, que serviu como uma espécie de cativeiro. Liana teria insinuado pertencer a uma família "de posses", despertando nos criminosos um plano de sequestro.

Felipe teria sido morto no dia 2, a tiros. Liana foi poupada por mais alguns dias, disse R.A.C. Teria sido morta no dia 5. O plano de pedir resgate à família de Liana teria falhado, com a aproximação da polícia, resultando na morte da estudante. A família da estudante não recebeu nenhum pedido de resgate.

As datas das mortes relatadas por R.A.C. e as divulgadas pelo IML (Instituto Médico Legal) não batem. Segundo o IML, Felipe foi assassinado na última quinta-feira e Liana, no domingo.

Reprodução
Os estudantes Felipe e Liana
Viagem

Os estudantes mentiram sobre a viagem para os pais. Liana havia dito que iria para Ilhabela, no litoral, com um grupo de jovens da comunidade israelita. A família de Felipe disse que sabia que o rapaz iria acampar, mas acreditava que ele estaria com amigos.

Os pais descobriram a mentira dois dias depois de os estudantes viajarem, porque eles não retornavam para casa. Para chegar ao sítio, o casal pegou um ônibus para Embu-Guaçu, em uma viagem de cerca de duas horas. Na cidade, compraram miojo, água, biscoitos e leite em pó.

De lá, pegaram um outro ônibus para Santa Rita, um lugarejo perto do sítio abandonado. Os estudantes ainda andaram 4,5 km a pé até o local em que acamparam, sob um telhado caindo aos pedaços.

Os corpos dos estudantes foram enterrados nesta terça-feira (11).

Com Folha de S.Paulo

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