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03/04/2004
-
09h25
da Folha de S.Paulo, no Rio
da Folha Online
Um dia após ser preso e confessar a morte do executivo da Shell Zera Todd Staheli e de sua mulher, Michelle, o caseiro Jossiel Conceição dos Santos, 20, mudou a versão e disse, ontem à noite, que não cometeu o crime. Ele foi solto porque a Justiça negou o pedido de prisão feito pela polícia e pelo Ministério Público.
Segundo o secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro, Anthony Garotinho, Santos disse que o crime foi cometido por dois homens. Ele só teria fornecido informações sobre a casa e cedido o pé-de-cabra que teria sido usado na ação, em troca de R$ 40 mil.
Santos disse também que não chegou a receber os R$ 40 mil que haviam sido prometidos pelos dois homens.
Garotinho não revelou os nomes citados pelo caseiro nem os motivos do crime, mas disse que os acusados moram no Rio e não eram suspeitos.
Segundo a polícia, o caseiro teria contado que os dois homens eram "pessoas da sua convivência" e teriam interesse em assaltar os Staheli.
Garotinho disse que o caseiro afirmou que estava sendo ameaçado pelos supostos assassinos.
Segundo Garotinho, Santos será incluído no Programa de Proteção à Testemunha, do Estado.
A polícia informou que o caseiro foi solto pela polícia, mas está "sob proteção policial em local desconhecido".
Mudança de versão
Anteontem, após ter sido preso no condomínio Porto dos Cabritos (Barra da Tijuca, zona oeste), onde moravam os Staheli, Santos disse que os matou com um pé-de-cabra porque o executivo o chamou de crioulo.
Garotinho considera os depoimentos contraditórios, mas vê como próxima a elucidação do crime.
"Acho que o crime está caminhando para uma solução. Tudo caminha em direção dele [Santos], só que, agora, o caseiro envolveu duas outras pessoas. Vamos ver se isso é verdadeiro. Mas há um fato concreto: uma pessoa que assume que deu o pé-de-cabra, que deu o quarto, que deu por onde entrava."
Garotinho disse não ter se surpreendido com a nova versão. "Sempre duvidei da motivação que ele apresentou anteriormente [ter sido chamado de crioulo]."
A Justiça alegou, para soltar Santos, que a polícia não apresentara provas suficientes para incriminá-lo. Segundo o juiz de plantão do TJ (Tribunal de Justiça), Renato Barbosa, só a confissão não bastava para mantê-lo preso.
A decisão, tomada às 3h, foi mantida no fim da tarde pela juíza do 4º Tribunal do Júri, Maria Guerra Guedes. Ela ainda concedeu habeas corpus ao caseiro, que responde pelos crimes de tentativa de furto e invasão de domicílio.
A promotora Marcele Navega pediu a reconsideração da decisão, mas a juíza a manteve.
Santos foi preso anteontem ao pular o muro de uma casa no condomínio. Levado à delegacia, confessou ter matado o casal Staheli.
A suposta arma do crime será periciada. O diretor do Instituto Médico Legal, Roger Ancillotti, disse que o pé-de-cabra é compatível com os ferimentos e que tentará achar sangue na ferramenta. "A arma está enferrujada. Vamos fazer raspagem e colher material para saber se há sangue. A partir daí faremos um exame de DNA."
A dona da casa onde Santos trabalhava, Luci Malta, depôs, mas não deu entrevistas. Horas antes do depoimento, os jornalistas ouviram uma conversa dela com o porteiro do condomínio, César Almeida. Na ocasião, ela disse não acreditar na culpa de Santos.
A consulesa da Turquia, Cigden Bagci Felix, dona da casa invadida, disse que o caseiro chegou a entrar em seu quarto com as mãos para trás, parecendo esconder algo.
Segundo a consulesa, ele disse ter ido ao quarto avisar que recuperara um cachorro. Ela disse não crer na versão --entende que Santos pretendia roubar a casa.
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Caseiro diz que só ajudou matadores de casal Staheli
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da Folha Online
Um dia após ser preso e confessar a morte do executivo da Shell Zera Todd Staheli e de sua mulher, Michelle, o caseiro Jossiel Conceição dos Santos, 20, mudou a versão e disse, ontem à noite, que não cometeu o crime. Ele foi solto porque a Justiça negou o pedido de prisão feito pela polícia e pelo Ministério Público.
Segundo o secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro, Anthony Garotinho, Santos disse que o crime foi cometido por dois homens. Ele só teria fornecido informações sobre a casa e cedido o pé-de-cabra que teria sido usado na ação, em troca de R$ 40 mil.
Santos disse também que não chegou a receber os R$ 40 mil que haviam sido prometidos pelos dois homens.
Garotinho não revelou os nomes citados pelo caseiro nem os motivos do crime, mas disse que os acusados moram no Rio e não eram suspeitos.
Segundo a polícia, o caseiro teria contado que os dois homens eram "pessoas da sua convivência" e teriam interesse em assaltar os Staheli.
Garotinho disse que o caseiro afirmou que estava sendo ameaçado pelos supostos assassinos.
Segundo Garotinho, Santos será incluído no Programa de Proteção à Testemunha, do Estado.
A polícia informou que o caseiro foi solto pela polícia, mas está "sob proteção policial em local desconhecido".
Mudança de versão
Anteontem, após ter sido preso no condomínio Porto dos Cabritos (Barra da Tijuca, zona oeste), onde moravam os Staheli, Santos disse que os matou com um pé-de-cabra porque o executivo o chamou de crioulo.
Garotinho considera os depoimentos contraditórios, mas vê como próxima a elucidação do crime.
"Acho que o crime está caminhando para uma solução. Tudo caminha em direção dele [Santos], só que, agora, o caseiro envolveu duas outras pessoas. Vamos ver se isso é verdadeiro. Mas há um fato concreto: uma pessoa que assume que deu o pé-de-cabra, que deu o quarto, que deu por onde entrava."
Garotinho disse não ter se surpreendido com a nova versão. "Sempre duvidei da motivação que ele apresentou anteriormente [ter sido chamado de crioulo]."
A Justiça alegou, para soltar Santos, que a polícia não apresentara provas suficientes para incriminá-lo. Segundo o juiz de plantão do TJ (Tribunal de Justiça), Renato Barbosa, só a confissão não bastava para mantê-lo preso.
A decisão, tomada às 3h, foi mantida no fim da tarde pela juíza do 4º Tribunal do Júri, Maria Guerra Guedes. Ela ainda concedeu habeas corpus ao caseiro, que responde pelos crimes de tentativa de furto e invasão de domicílio.
A promotora Marcele Navega pediu a reconsideração da decisão, mas a juíza a manteve.
Santos foi preso anteontem ao pular o muro de uma casa no condomínio. Levado à delegacia, confessou ter matado o casal Staheli.
A suposta arma do crime será periciada. O diretor do Instituto Médico Legal, Roger Ancillotti, disse que o pé-de-cabra é compatível com os ferimentos e que tentará achar sangue na ferramenta. "A arma está enferrujada. Vamos fazer raspagem e colher material para saber se há sangue. A partir daí faremos um exame de DNA."
A dona da casa onde Santos trabalhava, Luci Malta, depôs, mas não deu entrevistas. Horas antes do depoimento, os jornalistas ouviram uma conversa dela com o porteiro do condomínio, César Almeida. Na ocasião, ela disse não acreditar na culpa de Santos.
A consulesa da Turquia, Cigden Bagci Felix, dona da casa invadida, disse que o caseiro chegou a entrar em seu quarto com as mãos para trás, parecendo esconder algo.
Segundo a consulesa, ele disse ter ido ao quarto avisar que recuperara um cachorro. Ela disse não crer na versão --entende que Santos pretendia roubar a casa.
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