Programas
de "outplacement" ganham abordagem mais ampla
Os programas
de "outplacement" vêm ganhando uma abordagem mais
ampla. "Não se trata apenas de arrumar um novo emprego,
mas de reorientar a carreira", explica Silvana Case, 42, vice-presidente-executiva
da Catho.
"O processo
não consiste só em ajudar na elaboração
do currículo e em técnicas de entrevista", completa
Gutemberg de Macedo, 56, da Gutemberg Consultores.
O novo conceito
de ajuda a profissionais demitidos passou a ser chamado de "personal
coaching" (aconselhamento de carreira).
"Oferecemos
o serviço também para quem sente que precisa de direcionamento,
mesmo estando empregado", afirma Silvana Case.
O foco do "outplacement"
na orientação de carreira tem agradado a executivos
como Guilherme Ramos, 33, que deixou a Avon após uma reestruturação
na área de recursos humanos.
"Se fosse
apenas para fazer uma "maquiagem" de currículo
e um "adestramento" para entrevistas, em um método
tradicional de "outplacement", eu preferiria que a empresa
me desse o dinheiro que queria aplicar", afirma.
Segundo ele,
com a nova metodologia adotada, "a preocupação
agora é com a adequação do emprego ao objetivo
do candidato".
Em cinco meses,
Ramos passou por 79 entrevistas e se recolocou como gerente de recursos
humanos para a América do Sul da Deloitte Consulting (empresa
da área de recrutamento e seleção).
As empresas
de "outplacement" levam, em média, de três
a dez meses para reempregar os profissionais que assessoram.
Manter o hábito
ou mesmo o status de frequentar diariamente um escritório
é outra vantagem citada por quem se reempregou com um auxílio
especializado.
"A consultoria
ajuda a vencer o estigma de desempregado", conta Edgar Dias
Falcão, 45, que saiu da área industrial e, em quatro
meses, foi contratado como gerente-geral da Mercedes Imec (do setor
de equipamentos hospitalares).
Mas ele faz
ressalvas: "O processo é maçante e exige que
você seja um bom aluno. A empresa de "outplacement"
só dá a estrutura. Ela sozinha não recoloca
o profissional, ele mesmo é quem o faz".
Mas o maior
problema é que, na maioria dos casos, quem demite não
se preocupa com o futuro do ex-funcionário. A assistente
administrativa-financeira Jaqueline de Souza, 30, pagou a recolocação
do próprio bolso, após perder o cargo. "Demitiram
metade das pessoas de uma filial e pagaram só os benefícios
obrigatórios."
Também
é preciso ponderar que a ajuda de consultorias não
garante a obtenção da vaga. Sua principal meta é
facilitar a busca.
Além
disso, o profissional que contrata por conta própria uma
empresa de recolocação deve verificar a sua idoneidade,
os custos e a seriedade do processo.
(Folha de S.Paulo)
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