Seguro-desemprego
já é a segunda maior fonte de renda social
A escassez de
emprego e renda faz do seguro-desemprego, concessão temporária
paga pelo governo federal a trabalhadores do mercado formal, é
hoje a segunda maior fonte de renda social do país. O benefício
é, por exemplo, um dos principais financiadores de pequenos
negócios, a maioria no mercado informal. A estimativa do
Ministério do Trabalho é que 2002 feche com um total
de R$ 5,5 bilhões de benefícios pagos, com recursos
provenientes do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT).
No ano passado,
o seguro-desemprego pagou R$ 4,8 bilhões a 4,6 milhões
de trabalhadores, de um total de 4,7 milhões de requerimentos.
São números que revelam, mais do que os esforços
do governo federal para dar assistência aos desempregados,
uma economia sem fôlego, incapaz de criar empregos suficientes
para abrigar a mão-de-obra que tenta ingressar anualmente
no mercado de trabalho formal.
Curiosamente,
uma pesquisa feita pelo IBGE mostra que os recursos do seguro-desemprego,
juntamente com as verbas obtidas como compensação
pela perda do emprego (FGTS, multa por rescisão de contrato),
são importantes financiadores de pequenos negócios,
a maioria no mercado informal. A parcela dos desempregados que não
utiliza as verbas rescisórias e o seguro para montar um negócio,
usa o dinheiro para comprar alimentos e para custear a procura por
um novo trabalho.
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mais:
- Seguro-desemprego ganha importância
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Seguro-desemprego
ganha importância
Benefício
é um dos principais financiadores de pequenos negócios,
a maioria no mercado informal. O seguro-desemprego, concessão
temporária paga pelo governo federal a trabalhadores do mercado
formal, é hoje a segunda maior fonte de renda social do País,
superada apenas pelos benefícios cobertos pela Previdência
Social.
No primeiro
trimestre deste ano, foram depositados R$ 1,260 bilhão nas
contas de trabalhadores demitidos sem justa causa e, até
dezembro, mais R$ 4,240 bilhões deverão ser colocados
no mercado.
A estimativa
do Ministério do Trabalho é que 2002 feche com um
total de R$ 5,5 bilhões de benefícios pagos, recurso
proveniente do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT).
No ano passado,
o seguro-desemprego pagou R$ 4,8 bilhões a 4,6 milhões
de trabalhadores, de um total de 4,7 milhões de requerimentos.
"De cada dez demitidos, cinco se beneficiam", diz o diretor
do Departamento de Emprego e Salário do Ministério
do Trabalho, Rodolfo Torelly.
São números
que revelam, mais do que os esforços do governo federal em
dar assistência aos desempregados, uma economia sem fôlego,
incapaz de criar empregos suficientes para abrigar a mão-de-obra
que tenta ingressar anualmente no mercado de trabalho formal.
A dificuldade
do mercado formal em ofertar vagas com carteira assinada explica,
segundo especialistas em trabalho e renda, a estabilização
dos benefícios concedidos. O número de pessoas atendidas
cresce em relação ao universo dos segurados, mas não
é proporcional ao total da massa dos trabalhadores brasileiros
- formal ou informalmente empregados -, estimada em 64 milhões.
Pesquisa realizada
pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos
Sócio-Econômicos (Dieese), divulgada semana passada,
mostra que a taxa de desemprego total atingiu 20,4% na Região
Metropolitana de São Paulo, a maior desde 1985.
Dados conjuntos
do Dieese e do IBGE revelam que menos da metade do conjunto dos
ocupados é de pessoas com carteira assinada e servidores
públicos estatutários ou celetistas. "Num contexto
em que o trabalho se precariza e o desemprego aumenta e atinge mais
quem chega ao mercado, é possível entender porque
o seguro-desemprego tem se mantido estável", observa
o diretor-técnico do Dieese, Sérgio Mendonça.
Entre os que
têm acesso ao seguro-desemprego, o impacto como segunda maior
renda social do País é mais visível nos centros
urbanos. É principalmente nas grandes cidades que o benefício
funciona como um amortecedor da perda de renda nos períodos
de recrudescimento do desemprego.
"O seguro-desemprego
é muito metropolitano e geralmente é o meio urbano
que fica no epicentro das crises econômicas", diz o pesquisador
do Centro de Políticas Sociais da Fundação
Getúlio Vargas (FGV) Marcelo Neri. Ele explica que, em períodos
de crises econômicas, como os observados entre 1996 e1999,
e a partir de 2001, os efeitos são dois: "o primeiro
é o aumento do desemprego e o segundo, o crescimento dos
rendimentos sociais".
Os valores pagos
do seguro são limitados ao piso de um salário mínimo
e ao teto de R$ 374,20 em valores calculados com base nos últimos
três salários recebidos. "Os trabalhadores que
ganham até dois salários mínimos representam
mais da metade dos que se utilizam do seguro e mais de um terço
dos beneficiados recebem entre dois e três salários
mínimos", diz Torelly.
Por outro lado,
mesmo ressaltando que o Brasil é o País da América
Latina que possui o benefício desemprego mais estruturado,
o pesquisador Marcelo Neri considera que o seguro é focado
no trabalhador formal metropolitano, "que não é
o mais pobre dos brasileiros".
Curiosamente,
uma pesquisa feita pelo IBGE citada por Marcelo Neri, mostra que
os recursos do seguro-desemprego, juntamente com as verbas obtidas
como compensação pela perda do emprego (FGTS, multa
por rescisão de contrato), são importantes financiadores
de pequenos negócios, a maioria no mercado informal.
"A pesquisa,
feita com base em dados de 1997, indica que o seguro e o dinheiro
da rescisão são a segunda fonte de capital para a
criação de negócios nanicos e 80% desses negócios
são informais", explica Marcelo Neri. A parcela dos
desempregados que não utiliza as verbas rescisórias
e o seguro para montar um negócio, usa o dinheiro para comprar
alimentos e para custear a procura por um novo trabalho.
"O Centro
de Solidariedade em São Paulo atende cinco mil desempregados
por dia e nós sabemos que o dinheiro do seguro é usado
na compra de alimentos em casa e para pagar a condução",
diz o secretário-geral da Força Sindical, João
Carlos Gonçalves.
(Gazeta Mercantil)
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