Dispara
número de jovens desempregados
Em uma época de retração das
ofertas de trabalho, o segmento mais atingido na População
Economicamente Ativa (PEA) são os mais jovens. Para se ter
uma idéia, só nos primeiros quatro meses de 2002,
a média de desemprego aberto entre as pessoas com 15 a 17
anos é de 17,4%. Isso representa um aumento de quatro pontos
percentuais ante a média do ano passado, que já se
mostrava decrescente. Entre os jovens com 18 a 24 anos, o desemprego
subiu dos 12,5%, registrados no primeiro quadrimestre de 2001, para
14,1% da PEA no mesmo período deste ano, segundo dados do
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Nos anos de
2000 e 2001, a taxa de desemprego entre a população
com 18 a 24 anos havia diminuído de 14% para 12,5% da PEA.
No entanto, esse comportamento se deve mais à desistência
na procura por um posto de trabalho do que a criação
de novos postos. Além de conviver com o alto desemprego,
o jovem ainda encontra problema nas relações de trabalho
que, normalmente, são precárias. Quase 50% dos ocupados
entre 18 e 24 anos trabalham no setor de serviços. Outros
32% dividem-se entre um trabalho na agricultura e na indústria.
Vale lembrar
que incapacidade de a sociedade ocupar os jovens vem criando uma
grande frustração, que pode levar a uma série
de problemas, principalmente à violência. Estudos da
Fundação Getúlio Vargas mostram que situações
temporárias de desemprego entre jovens podem fazer com que
eles optem pelo crime como uma atividade permanente.
Leia
mais:
- Procura por vagas aumenta e faz crescer o desemprego
entre jovens
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Procura
por vagas aumenta e faz crescer o desemprego entre jovens
Os jovens têm
sido os mais atingidos pelo malogrado comportamento do mercado de
trabalho, que se mantém este ano. Nos primeiros quatro meses
de 2002, a média de desemprego aberto entre as pessoas com
15 a 17 anos é de 17,4% da população economicamente
ativa (PEA), o que representa um aumento de quatro pontos percentuais
ante a média do ano passado.
Entre os jovens
com 18 a 24 anos, o desemprego subiu dos 12,5%, registrados no primeiro
quadrimestre de 2001, para 14,1% da PEA no mesmo período
deste ano, segundo dados da Pesquisa Mensal de Emprego (PME), do
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A
taxa também cresceu nas demais faixas etárias, mas
próximo a um ponto percentual. O desemprego aberto no período
ficou em 7,1%.
"A procura
de trabalho voltou aos níveis de 2000 para os jovens, após
uma queda no ano passado", comenta a coordenadora da PME, Shyrlene
Ramos. É comum, lembra ela, que em momento de recuperação
da economia os mais jovens tentem ingressar no mercado.
A maior preocupação
está entre as pessoas de 18 a 24 anos. Boa parte delas está
começando a constituir uma família e já se
defronta com o problema do desemprego. Segundo a Pesquisa Nacional
por Amostra de Domicílios (Pnad), de 1999, também
do IBGE, 80% dos jovens entre 15 e 18 eram filhos, ou seja, membro
secundário no sustento da casa. Ao passar para a faixa etária
seguinte, até 24 anos, este percentual cai a 50%, tomando
corpo o número de chefes de domicílio e cônjuge
que, juntos, respondem por 40% do total.
Entre 2000 e
2001, a taxa de desemprego entre a população com 18
a 24 anos havia diminuído de 14% para 12,5% da PEA. Muito
deve comportamento se deve à desistência na procura
por um posto de trabalho. Agora, parece que os jovens têm
retornado ao mercado, apesar de a economia não ter dado indício
concreto de retomada.
"A cada
mês um grande número de jovens está entrando
no mercado e a economia não está dando conta desta
oferta de trabalho", afirma o economista e professor da Fundação
Getúlio Vargas, Marcelo Neri, que ressalta que metade dos
7,2 milhões de desempregados no país tem entre 15
e 25 anos.
De janeiro a
abril, o nível de ocupação aumentou entre os
que tem entre 18 e 24 anos, em 100 mil postos, para 3,1 milhões,
mas este crescimento não foi suficiente para absorver o número
de desempregados juvenis, que também cresceu em 80 mil no
período.
"Mesmo
não pujante, o aumento na ocupação sinaliza
um rompimento com a estabilização que se manteve por
pelo menos o segundo semestre de 2001", observa o economista
do Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas, Lauro Ramos.
"Esse grupo é sensível aos altos e baixos do
mercado de trabalho, dividindo o tempo entre estudar ou estudar
e trabalhar".
A dificuldade
em encontrar uma vaga tem desestimulado principalmente os mais jovens,
entre 15 e 17 anos, que perdem cada vez mais espaço na PEA.
Se no primeiro quadrimestre de 2001 eles somavam 412 mil pessoas,
a média deste ano até abril já estava em 388
mil.
"Hoje em
dia está se criando uma cultura de resistência a contratar
pessoas muito novas, não apenas por haver trabalhadores mais
experientes interessados na mesma vaga, mas também por uma
importância maior atribuída à escolaridade",
cogita Ramos.
Além
de conviver com o alto desemprego, o jovem ainda encontra problema
nas relações de trabalho que, normalmente, são
precárias. Quase 50% dos ocupados entre 18 e 24 anos trabalham
no setor de serviços. Outros 32% dividem-se entre um trabalho
na agricultura e na indústria.
(Valor Econômico)
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