Pacote
econômico é recebido sem entusiasmo e oposição
acusa governo
As medidas anunciadas
ontem (13/06) pela equipe econômica do governo para tranqüilizar
instituições e investidores, reduzir o risco Brasil
e conter a desvalorização do real, foram recebidas
sem entusiasmo pelo mercado e ainda serviram de arsenal para as
críticas da oposição. O pacote envolve a disponibilidade
de US$ 13,6 bilhões para intervir no mercado de câmbio,
ou US$ 11,6 bilhões se descontados os pagamentos de dívida
externa no ano.
Por um lado,
o mercado está cauteloso pela falta de clareza quanto ao
gerenciamento da dívida pública e ao excesso de liquidez
em reais. De outro, a oposição que acusa o governo
de promover uma economia à base do "quanto pior, melhor",
empurrando os problemas para frente. Na avaliação
de economistas, a medida é paliativa, já que tranquilizará
o mercado por curtíssimo prazo - no máximo 60 dias.
O candidato
do PSDB à Presidência da República, José
Serra, foi o único a elogiar as medidas tomadas pelo governo
para frear a crise financeira. Segundo ele, o "fundamental"
foi a redução do nível mínimo de reservas
e o saque de US$ 10 bilhões no Fundo Monetário Internacional
(FMI). Ele argumenta que, com US$ 23 bilhões, o país
tem um bom "colchão de recursos" para enfrentar
as situações de tensão. Como não podia
deixar de ser, o candidato também virou motivo de chacota.
Sobre seu apoio à ajuda do FMI alguns críticos chegaram
a dizer: "não existe dinheiro fácil"
Leia
mais:
- Governo anuncia medidas e mercado reage com cautela
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Governo
anuncia medidas e mercado reage com cautela De Brasília e
São Paulo
O mercado recebeu
com pouco entusiasmo as medidas anunciadas ontem pela equipe econômica
para tranqüilizar instituições e investidores,
reduzir o risco Brasil e conter a desvalorização do
real.
O arsenal envolve
a disponibilidade de US$ 13,6 bilhões para intervir no mercado
de câmbio, ou US$ 11,6 bilhões se descontados os pagamentos
de dívida externa no ano, redução do piso de
reservas líquidas para US$ 15 bilhões e recompra de
até US$ 3 bilhões de títulos da dívida
externa de 2003 e 2004.
Além
disso, o BC poderá realizar leilões de compra e venda
de dólar a termo e o Tesouro, recomprar títulos públicos.
A meta de superávit primário do setor público
subiu de 3,5% para 3,75% do PIB.
O mercado reconheceu
que o BC tem recursos para conter o dólar. A moeda chegou
a despencar 5,87%, para
R$ 2,631, mas
reagiu e fechou em queda de 3,04%, a R$ 2,710. Os juros de prazos
curtos caíram e os longos subiram. O cupom cambial não
cedeu.
Além
de dúvidas sobre como o BC atuará, o mercado estranhou
a falta de clareza quanto ao gerenciamento da dívida pública
e ao excesso de liquidez em reais. Esperava-se o aumento da alíquota
nos recolhimentos compulsórios sobre depósitos e a
transferência desses recursos para a compra de papéis
federais.
O compulsório
não foi alterado e aumentou a expectativa de que o BC poderá
cortar o juro básico (Selic) na próxima semana. Além
de fundamental para tirar a economia do limbo, juro menor ajudaria
o governo a fazer a rolagem de Letras do Tesouro Nacional (LTN).
Esse papel com
juro prefixado, que atrai comprador quando o juro é menor
no futuro, já supera o estoque de títulos cambiais
em mercado, que caiu para US$ 15,92 bilhões até dezembro.
O volume de LTN é de US$ 16,48 bilhões. Os dois ativos
correspondem a 96,4% do total de US$ 33,60 bilhões em títulos
que vencem este ano.
(Valor Econômico)
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