Abril
tem melhora na produção industrial
A indústria
brasileira apresentou em abril uma tendência de recuperação,
de acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
A Pesquisa Industrial Mensal mostrou crescimento de 4,1% na produção
da indústria se comparada a março, e de 6% em relação
a abril do ano passado.
Mas a expectativa
do mercado é de que o resultado não se repita nos
próximos meses, por conta de fatores como emprego em baixa,
crédito escasso e alta inadimplência.
O cenário
de abril foi favorecido pela aproximação à
Copa do Mundo, com o aumento da venda dos aparelhos de TV. No mês,
a produção de eletrodomésticos aumentou 16,2%.
O segmento de eletrodomésticos da linha marrom (TV, rádio
e som) teve expansão de 21,9% na produção.
Por outro lado,
a indústria automobilística continua produzindo menos.
Em abril, houve retração de 2,7% na produção
de automóveis, após queda de 17,4% no mês anterior.
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Copa
e "efeito Páscoa" reanimam indústria
Copa e "efeito Páscoa"
reanimam indústria
A indústria
brasileira apresentou em abril uma tendência de recuperação,
de acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
O resultado, medido pela Pesquisa Industrial Mensal, apresentou
crescimento de 4,1%, na comparação com março,
e de 6% em relação a abril do ano passado.
A expectativa
do mercado, no entanto, é que o resultado não se repita
nos próximos meses, por conta de uma combinação
de fatores, como emprego em baixa, crédito escasso e alta
inadimplência. O resultado de abril foi fortemente influenciado
pelo maior número de dias trabalhados em relação
a março, por causa da Semana Santa.
O economista
Antônio Correia de Lacerda, presidente da Sobeet (Sociedade
Brasileira de Estudos de Empresas Transnacionais e Globalização
Econômica), calcula um resultado de 0,5% da produção
industrial no ano. "Isso indica estagnação industrial",
afirmou. O Produto Interno Bruto industrial do ano passado ficou
em 0,6% negativo.
O chefe do Departamento
de Indústria do IBGE, Sílvio Salles, afirmou que a
expressiva alta de abril foi influenciada pelo maior número
de dias em relação a março. Diferentemente
dos anos anteriores, a Semana Santa caiu em março, o que
afetou o resultado.
Salles disse
que ainda não dá para avaliar se as indicações
do resultado de abril apontam a permanência da recuperação
da atividade industrial. "Isso só será possível
com a divulgação dos indicadores de maio e junho deste
ano", afirmou.
Ainda de acordo
com a Pesquisa Industrial Mensal, a tendência de retomada
do crescimento se deveu ao desempenho positivo de 17 dos 20 ramos
pesquisados, principalmente dos setores de alimentos (variação
de 8,5% na comparação com março) e de mecânica
(8,4%).
O aumento da
produção dos alimentícios resultou do incremento
das exportações, principalmente de frango e de açúcar
cristal.
Na área
de bens de capital, que aumentou 7,1% no período, houve crescimento
da produção voltada ao setor agrícola, com
destaque para máquinas de colheita e tratores.
Também
mereceram destaque o desempenho dos segmentos de bens de consumo
duráveis (a produção cresceu 7%) e semi e não-duráveis
-crescimento de 6% em relação a março.
A alta dos indicadores
foi influenciada também por fatores pontuais, como a Copa
do Mundo, que contribuiu para o aumento de 16,2% na produção
de eletrodomésticos, na comparação com abril
do ano passado. Só a chamada "linha marrom" (TV,
rádio e som), favorecida pelo evento da Coréia do
Sul e do Japão, registrou alta de 21,9%.
Salles disse
que o "efeito Semana Santa" "exagera" o resultado
de abril, mas não excluiu a possibilidade de a indústria
ter apresentado no mês uma tendência de retomada do
crescimento.
Como exemplo,
citou os resultados do primeiro e segundo bimestres do ano. Enquanto
em janeiro e fevereiro a atividade industrial apresentou variação
negativa de 1,3%, a indústria, no segundo bimestre, cresceu
1,2%.
No acumulado
dos primeiros quatro meses do ano, em relação ao mesmo
período de 2001, a variação da produção
ainda está 0,1% negativa. Mesmo no vermelho, o indicador
demonstra uma certa melhoria, segundo Salles, pois o resultado acumulado
de janeiro a março apresentava queda de 2,1%.
No acumulado
de 12 meses, a variação está negativa em 0,7%,
mantendo-se estável em relação ao período
encerrado em março, também de 0,7% negativo.
"O indicador
do acumulado dos últimos 12 meses vinha de quedas sucessivas
desde maio de 2001. A partir de março ele continuou negativo,
mas apresentando uma tendência de estabilização
em 0,7% negativo", afirmou Salles.
O pesquisador
também chama a atenção para o resultado indicado
pelo gráfico da média móvel trimestral, cuja
variação foi de 1,3% nos três meses encerrados
em abril. A média móvel do trimestre encerrado em
março foi de 0,4%.
(Folha de
S.Paulo)
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