São
Paulo é medalha de ouro em acidentes de trabalho
São Paulo é o estado
com o maior número de acidentes de trabalho em todo o país.
Só em 2000, foram registrados 155.247 acidentes do trabalho
no estado, sendo que 5.735 trabalhadores ficaram inválidos
e 722 morreram. Os dados são da Confederação
Nacional da Indústria (CNI) que fez um levantamento baseado
no relatório do Ministério da Previdência.
Segundo o documento, no entanto, o
número em São Paulo é maior porque há
uma mobilização maior, por parte de sindicatos e dos
próprios trabalhadores, pela notificação do
acidente, ao contrário do que acontece em estados do Norte
e Nordeste, onde são comuns os sub-registros.
A principal causa dos acidentes e,
por consequência, o fator que potencializa os erros de avaliação
de riscos no local de trabalho, é a completa falta de dispositivos
de segurança nas empresas, acusa o relatório. Sem
esses métodos, não há como montar serviços
especializados para identificar os riscos que os trabalhadores correm
durante o trabalho.
Em todo o país são notificados
por ano 350 mil acidentes de trabalho. Segundo o presidente da CNI,
Carlos Eduardo Moreira Ferreira, são gastos anualmente para
cobrir as despesas com acidentes e doenças profissionais
R$ 23 bilhões, valor que corresponde a 1,4% do Produto Interno
Bruto (PIB) - que é a soma de todas as riquezas produzidas
no país.
Os números foram divulgados
durante o lançamento da Campanha Nacional da Indústria
para a Prevenção de Acidentes no Trabalho 2002, comandada
pela CNI e pelo Serviço Social da Indústria (Sesi).
Segundo a gerente de negócios do Sesi, Sílvia Yano,
além de ser o estado com a maior concentração
de indústrias - e que, portanto, está sujeito a um
número maior de acidentes -, São Paulo também
é o estado com mais notificações registradas.
Leia
mais:
- São
Paulo encabeça ranking oficial de acidente de trabalho
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Um
crescimento mais sustentável
O movimento seria liderado pela China e pela Índia e beneficiaria
países pobres e de renda média. Este grupo de países
responderia por mais de um terço da taxa de crescimento de
60% no PIB mundial no período.
Para que o crescimento
econômico sustentável seja alcançado, o Bird
recomenda o fortalecimento das instituições, que englobam
desde governos até agências reguladoras do mercado
de capitais. O relatório cita a urbanização
de favelas no Brasil - em especial no Rio de Janeiro e em São
Paulo, com concessão de documento de posse para seus habitantes
- como exemplo de "inovação institucional"
bem sucedida e que pode ser copiada por outros países.
Também
cita o caso da Enron - a maior trader de energia do mundo, com sede
nos Estados Unidos, e cuja falência decretada no início
deste ano trouxe à tona uma série de escândalos
financeiros, com manipulação de dados contáveis
por parte de empresas.
O colapso da
Enron é lembrado pelo Bird como exemplo de falha de instituições
que deveriam proteger as pessoas, no caso os empregados da Enron
e os investidores que compraram ações da empresa na
Bolsa de Valores.
O estudo do
Bird, o 25º da série, afirma: "sem políticas
e instituições melhores, as pressões sociais
e ambientais poderão desviar o progresso do desenvolvimento,
levando a níveis mais altos de pobreza e a um declínio
da qualidade de vida para todos."
O Bird, presidido
por James Wolfensohn, volta a pedir que os países ricos abram
mais seus mercados e cortem subsídios agrícolas "que
deprimem a renda dos agricultores do Terceiro Mundo". O relatório
apela aos países ricos que suspendam "o gasto de US$
1 bilhão por dia em subsídios agrícolas".
As nações ricas também precisam "aumentar
o fluxo da assistência, remédios e novas tecnologias
para os países em desenvolvimento".
A transferência
de tecnologia deveria concentrar-se na prevenção de
doenças e no aumento da eficiência energética
e da produtividade agrícola.
"O mundo
precisa agir para ajudar os mais pobres a gerenciarem seus próprios
recursos e aumentarem sua produtividade e renda agora, dar poder
a essas comunidades e ajudá-las a se preparar para as demandas
das décadas futuras", diz o economista-chefe do Bird,
Nicholas Stern.
O banco dedica
boa parte do relatório, de 250 páginas, ao meio ambiente.
A degradação do solo, a destruição de
florestas e a extinção de animais e plantas vêm
crescendo a taxas preocupantes. "Desde a década de 1950,
quase 2 milhões de hectares de terra, representando 23% de
todas as terras cultiváveis, pastos, florestas e bosques,
sofreram degradação e as florestas tropicais estão
desaparecendo a uma taxa de 5% por década", informa
o relatório.
Meio ambiente
Nos países em desenvolvimento, centenas de cidades ainda
registram altos níveis de poluição e, em nível
global, a capacidade da biosfera de absorver dióxido de carbono
sem alterar a temperatura tem sido comprometida, pois combustíveis
fósseis, como petróleo, são a principal fonte
de energia. O consumo de energia tem crescido nas mesmas taxas do
produto interno bruto.
Nos últimos
50 anos, diz o relatório, o mundo tem gerado excesso de nitrogênio
- em especial de fertilizantes, esgoto humano e queima de combustíveis
fósseis. O nitrogênio em excesso produz desequilíbrios
na natureza, como redução da fertilidade do solo e
aumento exagerado de nutrientes em lagos, rios e águas costeiras,
observam os técnicos do Bird.
Se a taxa atual
de liberação de nitrogênio for mantida, sua
quantidade na natureza poderá dobrar em 25 anos.
O relatório
lembra que o mundo demorou quase 20 anos para perceber quão
danosa era a emissão do gás cloro-flúor-carbono
(CFC), aquele usado em geladeiras, extintores de incêndio
e aerosóis. No início dos anos 70, um cientista inglês,
James Lovelock, desenvolveu uma técnica para detectar traços
de CFC na atmosfera e chegou a pedir permissão para medir
a concentração de CFC sobre o Atlântico.
A permissão
foi negada, mas ele persistiu. Anos depois, descobriu-se que a camada
de ozônio estava sendo perfurada e que os "buracos"
permitiam que raios ultravioleta atravessassem a atmosfera, aumentando
o risco de câncer de pele. Apenas em 1987, com o Protocolo
de Montreal, os países concordaram em reduzir o uso do CFC
e hoje o problema continua sendo tratado, com gastos estimados em
mais de US$ 1,3 bilhão por parte dos países em desenvolvimento.
Mais grave,
porém, é a questão da emissão de gases-estufa,
como o dióxido de carbono, por exemplo, cuja grande quantidade
na atmosfera provoca desequilíbrios na temperatura.
O relatório
do Bird não diz, mas sabe-se que o Protocolo de Kyoto, que
estabelece metas de redução de emissão para
esse tipo de gás, não foi ratificado pelo maior poluidor
do mundo, os Estados Unidos.
E os custos
da poluição do ar e da água são mais
pesados nos países em desenvolvimento. Estimativas recentes,
segundo o relatório do Bird, indicam que cerca de 11% de
doenças e mortes em recém-nascidos em países
em desenvolvimento são causadas por problemas relacionados
a fornecimento de água, saneamento e poluição
do ar. Esse percentual é bem próximo da taxa de 15%
de doenças e mortes causadas por má nutrição.
(Gazeta Mercantil)
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