Bebê
britânico vai ganhar poupança ao nascer
Cada bebê britânico receberá pelo menos R$ 800 ao nascer
e, os mais pobres, até R$ 1,6 mil. Outras três parcelas
de R$ 160 a pouco mais de R$ 300 serão depositadas nos fundos
de investimentos quando as crianças tiverem 5, 11 e 16 anos.
A liberação dos recursos seria condicionada a investimento
em educação, ajudar na compra da casa ou no início
de um negócio próprio.
Os adultos também serão beneficiados por um esquema
especial de poupança. Para cada libra poupada pelos mais
pobres, o governo deposita o equivalente na poupança familiar.
Dessa forma, o governo trabalhista além de ajudar a reduzir
a pobreza e estimularia a poupança. As medidas devem entrar
em vigor em um ou dois anos e seriam destinadas a quebrar o círculo
vicioso da pobreza.
A pouco mais de um mês das eleições gerais,
os trabalhistas estão sendo acusados de imprudência
em relação ao Orçamento, num momento em que
a economia mundial está incerta. As críticas vêm
também de dentro do próprio partido que acusa o governo
de não ter feito muito pela distribuição de
renda. Na verdade, aumentou a concentração de riqueza
e o número de crianças pobres.
Fora dos meios políticos, no entanto, cresce o apoio dos
eleitores ao governo. Segundo pesquisas do Instituto Gallup, os
trabalhistas têm 53% das intenções de voto e,
os conservadores, apenas 27%. Para o primeiro-ministro britânico,
Tony Blair, as medidas significam que a sociedade estará
oferecendo melhores condições para os mais pobres
e não apenas aos que estão no topo.
(Valor)
ONU contraria EUA e pede
suspensão da pena de morte
A Comissão de Direitos
Humanos da ONU, em Genebra, aprovou ontem, contra a vontade dos EUA, uma resolução
pedindo a suspensão da pena de morte no mundo. A comissão propõe
uma moratória das execuções como primeiro passo para uma
abolição definitiva e pede que menores de 18 anos, mulheres grávidas
e doentes mentais não sejam condenados à morte.
A resolução
foi proposta pela União Européia (UE), preocupada com o grande número
de execuções, principalmente nos EUA. A Suécia, atual presidente
UE, disse que a abolição da pena de morte, considerada contrária
ao direito à vida, é um dos principais objetivos do bloco europeu
na área de direitos humanos.
A preocupação
da União Européia com o tema cresceu após a eleição,
em novembro, nos EUA, do presidente George W. Bush, um firme defensor da pena
de morte. Mais de 150 pessoas foram executadas no Texas durante os cinco anos
em que Bush governou o Estado antes de chegar à Casa Branca.
O embaixador americano George
Moose defendeu as execuções, dizendo que o direito internacional
não proíbe a pena de morte quando aplicada a crimes graves após
um julgamento correto.
Segundo ele, cada nação
deve poder decidir por si mesma se aceita ou não a pena de morte. Moose
disse que, nos EUA, a única preocupação da opinião
pública é com a justiça do processo.
A Anistia Internacional
afirma, no entanto, que os EUA têm executado prisioneiros com problemas
mentais e pessoas que tinham menos de 18 anos na época do crime, o que
é proibido por leis internacionais.
A suspensão da pena
de morte foi aprovada por 27 dos 53 membros da comissão. Dezoito países
votaram contra, entre eles EUA, China, Japão e Arábia Saudita.
Sete países, incluindo
Cuba e Índia, que também adotam a pena de morte, abstiveram-se de
votar, e um país, a Libéria, não participou da votação.
A resolução
não tem força de lei, mas é mais um trunfo para os ativistas
de direitos humanos que lutam contra a pena de morte.
A votação
de ontem foi a segunda derrota dos EUA na ONU esta semana em matéria de
direitos humanos. Na segunda-feira, a comissão aprovou resolução
proposta pelo Brasil definindo como "direito humano" o acesso dos pacientes
a medicamentos. Os EUA foram o único país que não apoiou
a proposta.
Na resolução
contra a pena de morte, a Comissão de Direitos Humanos manifesta profunda
preocupação com o fato de vários países executarem
prisioneiros sem levar em conta os limites estabelecidos pelas leis internacionais
nem as garantias para a proteção das pessoas.
A comissão exortou
os países que mantêm a pena de morte a aplicá-la somente em
crimes mais graves, após a decisão final de um tribunal competente,
independente e imparcial. Também pediu que a pena de morte não seja
imposta para crimes não violentos ligados a finanças, à prática
religiosa ou à expressão de idéias.
A pena de morte é
adotada em 86 países do mundo, mas 85% de todas as execuções
conhecidas ocorrem apenas em cinco deles: EUA, China, Irã, Arábia
Saudita e no Congo (ex-Zaire).
Argélia, Filipinas
e Quirguistão adotaram uma "moratória" nas execuções
e, em 20 países, entre eles a Turquia, a pena de morte é prevista
na lei, mas não é aplicada há dez anos. Em 76 países,
não existe pena de morte e, em 13, a execução é admitida
apenas em crimes excepcionais, como os de guerra. É o caso do Brasil.
(Folha de S.Paulo)
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