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ensino superior
10/08/2004
Estudo mostra que cotas não trarão mudanças na UEL

O ingresso de estudantes de escolas públicas na Universidade Estadual de Londrina (UEL) através do sistema de cotas não deve provocar grandes impactos no sistema superior de ensino. A avaliação é do vice-reitor da universidade, Eduardo Di Mauro, com base em estudo feito recentemente entre os alunos dos 59 cursos da instituição. A pesquisa aponta que mais de 40% dos acadêmicos da instituição são oriundos de escolas públicas.

Segundo o levantamento, concluído no final do mês passado, 33 cursos oferecidos pela UEL contam com mais de 40% de estudantes vindos de escolas públicas. Quinze deles chegam a ter percentual superior a 70%. Os 26 restantes têm menos de 40% de alunos formados no ensino médio do Estado.

A participação de alunos negros na comunidade acadêmica também foi considerada significativa pelo vice-reitor. O levantamento, diz ele, mostra que estudantes negros e pardos formam mais de 15% do corpo acadêmico de 25 cursos da universidade. No entanto a maioria dos cursos tem menos de 20% de negros nas salas de aula.

''Os valores são bem próximos do que o sistema de cotas estipula para o vestibular de 2005, que é de 40% das vagas destinadas a estudantes de escolas públicas e, destas, 50% para alunos negros e pardos'', explicou Di Mauro. ''Considerando-se a conjuntura atual da universidade, as cotas aumentariam a participação de alunos de escolas públicas de 42,5% para 51,41%, e de negros, de 13,16% para 20,73%'', calcula.

Impactos mais significativos aconteceriam nos cursos de medicina e de administração de empresas, graduações com os menores índices de participação de alunos de escolas públicas. De acordo com dados do levantamento, somente 5% dos alunos de medicina são formados em escolas públicas. No caso de administração, este índice chega a 10%.

O baixo impacto educacional gerado pela medida, no entanto, não convence os alunos da universidade do caráter democrático do sistema de cotas. Consultados pela reportagem da Folha, foram unânimes em afirmar que são contra a iniciativa. As principais críticas foram dirigidas à responsabilidade do governo estadual sobre a qualidade do ensino médio e sobre a possibilidade de discriminação profissional que os alunos cotistas poderão enfrentar (ver enquete na página).

O vice-reitor considerou normal a reação dos estudantes ao declararem a posição contrária ao estabelecimento de cotas. ''Admitimos que a medida, se analisada primariamente, passa a impressão de ter um caráter de favorecimento'', avaliou Di Mauro. ''Mas é preciso observar que a própria sociedade não oferece condições de igualdade para estudantes de escolas pública, frente aos que têm melhores condições financeiras'', ressaltou.

O representante da UEL conclui: ''O sistema de cotas realmente deve ser encarado como um paliativo e não pode ser levado como uma medida isolada. É uma solução de curto prazo, que vai democratizar o ensino superior enquanto o Estado não tiver condições de melhorar o ensino público.''



As informações são da Folha de Londrina.

   
 
 
 

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