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aniversário
11/12/2003
Modelo Febem faz 30 anos em crise

A Fundação Estadual do Bem-Estar do Menor (Febem), como é conhecida hoje a instituição do estado que atende jovens em conflito com a lei, existe há 27 anos. Mas o surgimento de seu embrião, a Fundação Estadual de Promoção Social do Menor (Pro-Menor), completa amanhã 30 anos.

Segundo Paulo Sérgio de Oliveira e Costa, presidente da Febem, como o Governo não contabiliza os três anos a partir da criação da Pro-Menor — em 1973 —, não há por que a Febem comemorar a data.

Mas, para o advogado Ariel de Castro Alves, da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), que há duas semanas discute a questão do jovem infrator no estado num ciclo de palestras, a instituição diz isso porque não há nada de bom a ser comemorado.

O problemático complexo da Febem em Franco da Rocha, na Grande São Paulo, é hoje a imagem-símbolo da instituição, que diz atender 18 mil jovens no estado. “Ao contrário do que o Governo quer demonstrar, os problemas não ocorrem só nessa unidade, mas existem em todo o estado”, afirma Ariel.

Somente este ano, as unidades 30 e 31 do complexo de Franco da Rocha somaram até agora 88 ocorrências, sendo 16 fugas, nove tentativas de fugas, 27 tumultos, 30 rebeliões e seis ocorrências não-especificadas, segundo levantamento da assessoria da Febem.

Outro problema crônico que caracterizou a má fase da fundação foi a superlotação da Unidade de Atendimento Inicial (UAI) no Brás, região central, agravada principalmente a partir de 1999, quando passou a abrigar mais de 600 internos num espaço em que cabem 62. Há menos de um mês, o estado — cumprindo uma determinação judicial — esvaziou a UAI.

Hoje, umas das prioridades do estado, além do fechamento da unidade 30 de Franco da Rocha até o final do mês, também por determinação da Justiça (leia abaixo), é convencer as prefeituras do interior a aceitarem a construção de unidades da Febem em seus municípios. “Avançamos muito nas negociações”, garante Costa. Desde que assumiu a Febem, em janeiro, ele se dedica a isso.

“As prefeituras querem modelos como o Núcleo de Atendimento Integrado que funciona em São Carlos, em que toda a comunidade está envolvida em resolver essa questão, ou então os internatos”, diz Ariel. “E não as unidades enormes, nos moldes de presídios, como Franco da Rocha, que o governo quer impor.” (Luísa Alcalde)

LUÍSA ALCALDE
do Diário de S. Paulo

   
 
 
 

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