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12/05/2004
Cultura ganha R$ 60 milhões

Tem projeto até de Roraima”, anunciou, orgulhoso, o gerente executivo de comunicação da Petrobras, Wilson Santarosa. Ele abriu a cerimônia em que a empresa, a maior estatal do país, anunciou os resultados da primeira edição do Programa Petrobras Cultural, que, ao longo de 2004, vai investir R$ 60 milhões nas áreas de música, cinema, patrimônio e formação e cidadania. O “até de Roraima” mostra a cara do resultado. Para escolher os 141 projetos contemplados em todas as áreas (há ainda mais 48 projetos convidados pela empresa, num total de 189), os jurados procuraram priorizar a descentralização, diminuindo a hegemonia do eixo Rio-São Paulo.

"É uma questão didática a maior empresa do Brasil ser a maior investidora em cultura", disse o ministro da Cultura, Gilberto Gil. "É um exemplo para que outras empresas também possam ter consciência de que é uma responsabilidade social apoiar a cultura".

O programa marca o casamento dos dois maiores braços empresariais da Petrobras: a Petrobras holding e a BR Distribuidora. Em 2003, as empresas, que sempre atuaram separadas no patrocínio à cultura, não mantiveram nenhum programa organizado de fomento. Em 2001 e 2002, a Petrobras criou programas para áreas específicas da cultura. O primeiro foi o Petrobras nas Artes Visuais. Já a BR nunca manteve programas, mas o investimento maciço em cinema fez com que a empresa se transformasse numa espécie de Meca para os produtores da área, ocupando posição estratégica no governo.

"Fizemos a fusão das duas empresas porque percebemos que, com programas isolados, tínhamos sempre muito trabalho e perdíamos exposição e divulgação na mídia", disse o gerente de comunicação da BR Distribuidora, Sergio Bandeira de Mello.

Cinema
O cinema, xodó da distribuidora, ficou com a fatia maior do patrocínio: R$ 23 milhões foram distribuídos entre 28 longas-metragens e 24 curtas. Há ainda R$ 2 milhões para o lançamento de filmes em salas comerciais e R$ 5 milhões para mostras ou festivais. Entre os premiados no grupo de longas, estão os filmes “Uma ou duas coisas sobre ela”, de Beto Brant; “Os desafinados”, de Walter Lima Jr.; “Cleópatra”, de Julio Bressane; e o documentário “As meninas”, de Sandra Werneck.

"O programa também serviu para fazermos um mapeamento do que está sendo feito no país. Pernambuco, por exemplo, foi o terceiro estado em termos de quantidade de projetos ligados ao cinema digital", disse Eliane Costa, gerente de patrocínio da Petrobras. "Outro dado curioso foi a participação do estado do Pará, que teve quatro projetos aprovados, o que mostra a força cultural da região".

Um dos projetos do Pará é a gravação em CD das músicas do carimbó, dança típica da região. O projeto foi selecionado pelo segmento de música, que vai receber R$ 10 milhões e priorizou propostas ligadas à preservação da memória musical brasileira e da cultura popular, além de artistas que não têm oportunidade de entrar no mercado fonográfico. Entre os premiados nesta área estão a disponibilização na internet de todo o acervo de Tom Jobim; a recuperação das gravações originais do flautista Benedito Lacerda; a gravação dos sambas de raiz do Candongueiro, palco tradicional do ritmo em Niterói; e “Pretobras, por que eu não pensei nisso antes, Songbook de Itamar Assumpção”, que é, como o bem-humorado título diz, a reunião do cancioneiro do compositor.

A área de Patrimônio contemplou projetos em dois segmentos: Memória das Artes e Patrimônio Imaterial. A criação deste último facilitou a premiação de projetos como a valorização da memória no quilombo de Guimarães, no interior de São Paulo. A recuperação de acervos, outra antiga marca da Petrobras, foi lembrada com a seleção da Escola de Belas Artes da UFRJ, que vai ganhar verbas para a recuperação das peças e conservação de documentos da antiga Academia Imperial de Belas Artes. E os artistas contemporâneos Anna Bella Geiger e Eduardo Sued vão publicar livros sobre suas obras.

As informações são do jornal O Globo.

   
 
 
 

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