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racismo
29/06/2004
Preconceito em banheiros da UnB

Pichações em banheiros da Universidade de Brasília (UnB) explicitam a questão do preconceito contra o polêmico sistema de cotas para negros adotado no segundo vestibular 2004 da instituição. Surpresos, os candidatos que declararam ser de "cor negra" presenciaram, no último final de semana – durante o concurso – manifestações declaradas de opiniões contrárias ao sistema.

As pichações foram feitas nos banheiros masculinos dos pavilhões Anísio Teixeira e João Calmon, locais onde foram aplicadas as provas. São frases anônimas, agressivas e depreciativas sobre o sistema de cotas e participantes. Prova da falta de informação que ainda impera sobre o assunto.

"Alguém já fez vestibular com a pele?", "Não às cotas!", "Cotistas, sejam mal-vindos à UnB", "Cotas – trocar racismo pela exclusão social", "Abaixo as cotas para negros por 20% para escola pública (sic)" e "Pobreza não tem cor" são algumas das pichações.

Boneco de Neve
Uma das frases que chamou a atenção do candidato Stênio Muniz, 22 anos, que tenta uma vaga para o curso de Filosofia por meio do sistema de cotas, é "Cotas para boneco de neve". Ele viu a mensagem no último dia do vestibular (domingo), e apesar de ser a favor do direito de expressão, achou a pichação agressiva. "Não me incomodo com as manifestações, mas algumas frases estão ofensivas demais", confessou. "O silêncio da polêmica acaba quando o inscrito entra no banheiro", afirma Stênio.

Um dos auxiliares responsáveis pela limpeza dos banheiros, Manuel de Jesus Santos, 33, diz "achar estranho limpar esses locais". "O racismo está naquelas palavras. As frases são contra as cotas e a favor da discriminação."

O candidato Timóteo Guimarães da Conceição, 17, fez vestibular para Comunicação Social, também pelo sistema. Na opinião dele é triste para os negros aceitarem o sistema de cotas, porque a sociedade ainda não compreendeu o projeto. "O sistema não quer beneficiar uma raça e, sim, promover a inclusão social. Os negros não são culpados pelo sistema. A desigualdade social é que é. Temo que me julguem incapaz intelectualmente caso entre na UnB pelas cotas", desabafou o candidato.

 

As informações são do Jornal de Brasília.

   
 
 
 

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