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25/11/2003
Santas Casas já acumulam dívida de R$ 100 milhões

As 451 Santas Casas de São Paulo, responsáveis por 44 mil leitos do Sistema Único de Saúde (SUS) do estado, acumulam hoje cerca de R$ 100 milhões em dívidas com fornecedores e funcionários. Na Capital, as entidades que apresentam situações mais críticas são a Santa Casa de Santo Amaro, na Zona Sul, e o Hospital Santa Marcelina, na Zona Leste.

Na tentativa de minimizar o problema, amanhã o Governo do estado e a Nossa Caixa assinam acordo para liberar empréstimos a todos os filantrópicas. O principal motivo da crise é o repasse do SUS, que não cobre o valor real das despesas.

Um ultra-som, por exemplo, custa a um hospital R$ 45. O SUS repassa para o exame somente R$ 11.

No Santa Marcelina, os 518 partos realizados por mês custam R$ 438 mil. O Governo federal repassa para esta especialidade R$ 220 mil. Para as 803 internações no setor de clínica médica, o hospital gasta R$ 1,330 milhão. Do SUS vêm apenas R$ 538 mil.

Segundo o secretário estadual da Saúde, Luiz Roberto Barradas Barata, o índice de atendimento pelo SUS chega a 95% em hospitais filantrópicos de São Paulo. “Quem atende mais de 70% pelo SUS já está no prejuízo. Geralmente o atendimento particular é que cobre os déficits do SUS em uma Santa Casa”, declara ele.

A Federação das Santas Casas de Misericórdia, Hospitais e Entidades Filantrópicas do Estado de São Paulo (FESEHF) afirma ainda que 56% dos filantrópicos são também o único hospital de seus municípios ou regiões.

Diante disso, a maioria das santas casas deve para fornecedores e já atrasa o pagamentos de funcionários. Neste ano, as unidades receberam do governo estadual um adicional de R$ 18 milhões. Agora cada uma delas poderá também solicitar à Caixa empréstimo de até duas vezes o valor médio de seu faturamento nos últimos 12 meses. Os prazos para os pagamentos vão variar de 2 a 14 meses.

“Há promessa do Governo federal de reajustar a tabela de repasses no início do ano que vem. O objetivo, com essa linha de crédito, é oferecer um socorro para essas entidades pagarem o 13º salário de funcionários e comprarem materiais e medicamentos, já que elas não têm mais créditos com fornecedores”, diz Barradas Barata.

Para o superintendente geral da FESEHF, Henrique de Mesquita Corrêa, a linha de crédito não resolve, mas apenas dá fôlego a um setor que estava asfixiado. “Esperamos que o Estado e os gestores tenham se sensibilizado e que o atendimento à população seja garantido”, declara Corrêa.




Jaqueline Falcão,
do Diário de S. Paulo.

 
 
 

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