Para
atender melhor a clientela, bares e restaurantes procuram
universitários
Rodrigo
Zavala
Equipe GD
Longe
dos paletós brancos e das gravatas borboletas, universitários
estão ocupando empregos que antes eram considerados
para pessoas sem curso superior: ser garçom em bares
e restaurantes de São Paulo. Jovens e com fluência
em outras línguas, muitos deles fazem fila para trabalhar
nesses estabelecimentos para ganhar em média R$ 1.500
por mês.
"Os
restaurantes, principalmente os mais sofisticados, têm
preferência por universitários ou modelos. Antes
eram apenas os profissionais da área, hoje preferem
funcionários com o mesmo perfil jovem dos clientes",
afirma o maitre Aparecido Santos, professor da Escola de Hotelaria
do Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares
de São Paulo.
Santos,
que ministra os cursos de garçons e barman no sindicato,
conta que a maioria desses jovens buscam um dinheiro extra,
já que fazem estágios em suas respectivas áreas
de formação. "Tenho em meu curso alunos
que estão no 4º ano de direito, que fazem estágios
em empresas e mesmo assim vão ser garçons",
lembra.
Segundo
Julia Hinoue, coordenadora administrativa do Sindicato dos
Trabalhadores de Hotéis, Restaurantes e Bares, ainda
não é perceptível qualquer mudança
no comportamento, sugerindo que bares e restaurantes que contratam
exclusivamente jovens para trabalhar é exceção.
Mesmo
assim, Julia admite que muitos garçons não-universitários
estão procurando melhores qualificações.
"Há muita procura pelos cursos oferecidos pelo
sindicato, principalmente os de idiomas. Há também
aqueles que estão se encaminhando para a faculdade
de turismo ou mesmo para o Senac", diz.
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