Home
 Tempo Real
 Coluna GD
 Só Nosso
 Asneiras e Equívocos 
 Imprescindível
 Urbanidade
 Palavr@ do Leitor
 Aprendiz
 
 Quem Somos
 Expediente

Dia 01.08.01 às 12h07min
 

 

Formar cooperativas é saída para empregados de fábricas falidas

Rodrigo Zavala
Especial GD

O que os funcionários podem fazer ao perceberem que a empresa onde trabalham apresenta uma situação irreversível de fracasso? Esperar é uma das saídas menos aconselhadas pelo economista da Universidade de São Paulo, Paul Singer.

O certo, para ele, é arregaçar as mangas e formar cooperativas de trabalhos com os empregados para salvar a empresa. "Não adianta esperar a fábrica fechar as portas. Com a falência, os empregados deixam de receber e podem perder anos em processos judiciais", explica.

Considerando vantajosa a formação de cooperativas aliadas aos sindicatos dos trabalhadores, Singer afirma ser uma tendência que se consolidou há anos. "É uma fórmula que só traz benefícios. Com a falência, os empregados são credores privilegiados, já que possuem FGTS e podem arrendar a fábrica e a marca a partir de uma licença judicial", lembra.

Os benefícios, considerados pelo economista não são apenas para os gestores da cooperativa, mas também para os ex-funcionários que não aderiram, pois parte do lucro é revertido em indenizações trabalhistas. Além disso, o governo volta a receber impostos e os credores têm para quem reclamar as dívidas.

Foi o que aconteceu com a Conforja, maior forjaria da América Latina e única fornecedora nacional de anéis laminados de grande porte. Após quase meio século de atividades, a metalúrgica quase fechou as portas quando faliu em março de 1999.

Com o apoio do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC e da Associação Nacional dos Trabalhadores em Empresas Auto-Gestionárias (Anteag), a cooperativa já recuperou 60% das sua capacidade de produção, segundo reportagem da Folha de S.Paulo de 29/07.

Os operários-patrões se preparam para disputar, nos leilões judiciais, a propriedade definitiva da empresa, arrendadas provisoriamente pelos síndicos das massas falidas. Entretanto, só os recursos dos direitos trabalhistas congelados com a falência não serão suficientes. Por isso, apelam para os recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), não só para terem chances no leilão, como também modernizar a empresa.

Os principais requisitos para o financiamento a empresas em processo de autogestão pelo BNDES são a viabilidade do negócio e o comprometimento individual de cada sócio com o endividamento, que deve ser compatível com o das demais empresas do setor. O Banco também analisa o "business plan" da cooperativa, elaborado por uma agência idônea, com renome internacional.

Mais informações:
Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES)
Projetos de Autogestão e Co-gestão: GTRAB2/AS Área de Desenvolvimento Social
Telefone: (021) 2277-7374 e 3088-7374.
E-mail :autogestao@bndes.gov.br

 

 
                                               Subir    
   ANTERIORES
  Terça-feira negra deve afetar emprego no Brasil
  Deputado quer priorizar alistamento militar para menores infratores
  Greve na polícia é sinônimo de prejuízo nos negócios
  Previdência comemora diminuição no déficit, mas ainda não sabe incluir trabalhadores informais
  Qualificação profissional para domésticas
  Desemprego ainda não reflete racionamento
  Fluxo de capital estrangeiro dispara e BC faz empresas prestar contas
  Abrinq cobra mais investimentos sociais das empresas
  Trabalhadores se unem em cooperativas para resgatar a dignidade
  Responsabilidade social não pode ser redenção, diz publicitário
  Ex-detento critica papel das empresas dentro das prisões
  Crise de energia irá derrubar emprego, salário e o crescimento econômico
  Qualificação de 4 milhões de trabalhadores está fora da realidade
  Trabalhadoras rurais ganham cota de créditos
  Pesquisadores ligam legalização do aborto a diminuição da criminalidade