Formar
cooperativas é saída para empregados de fábricas falidas
Rodrigo Zavala
Especial GD
O que os funcionários
podem fazer ao perceberem que a empresa onde trabalham apresenta
uma situação irreversível de fracasso? Esperar
é uma das saídas menos aconselhadas pelo economista
da Universidade de São Paulo, Paul Singer.
O certo, para
ele, é arregaçar as mangas e formar cooperativas de
trabalhos com os empregados para salvar a empresa. "Não
adianta esperar a fábrica fechar as portas. Com a falência,
os empregados deixam de receber e podem perder anos em processos
judiciais", explica.
Considerando
vantajosa a formação de cooperativas aliadas aos sindicatos
dos trabalhadores, Singer afirma ser uma tendência que se
consolidou há anos. "É uma fórmula que
só traz benefícios. Com a falência, os empregados
são credores privilegiados, já que possuem FGTS e
podem arrendar a fábrica e a marca a partir de uma licença
judicial", lembra.
Os benefícios,
considerados pelo economista não são apenas para os
gestores da cooperativa, mas também para os ex-funcionários
que não aderiram, pois parte do lucro é revertido
em indenizações trabalhistas. Além disso, o
governo volta a receber impostos e os credores têm para quem
reclamar as dívidas.
Foi o que aconteceu
com a Conforja, maior forjaria da América Latina e única
fornecedora nacional de anéis laminados de grande porte.
Após quase meio século de atividades, a metalúrgica
quase fechou as portas quando faliu em março de 1999.
Com o apoio
do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC e da Associação
Nacional dos Trabalhadores em Empresas Auto-Gestionárias
(Anteag), a cooperativa já recuperou 60% das sua capacidade
de produção, segundo reportagem da Folha de S.Paulo
de 29/07.
Os operários-patrões
se preparam para disputar, nos leilões judiciais, a propriedade
definitiva da empresa, arrendadas provisoriamente pelos síndicos
das massas falidas. Entretanto, só os recursos dos direitos
trabalhistas congelados com a falência não serão
suficientes. Por isso, apelam para os recursos do Banco Nacional
de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), não
só para terem chances no leilão, como também
modernizar a empresa.
Os principais
requisitos para o financiamento a empresas em processo de autogestão
pelo BNDES são a viabilidade do negócio e o comprometimento
individual de cada sócio com o endividamento, que deve ser
compatível com o das demais empresas do setor. O Banco também
analisa o "business plan" da cooperativa, elaborado por
uma agência idônea, com renome internacional.
Mais informações:
Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES)
Projetos de Autogestão e Co-gestão: GTRAB2/AS Área
de Desenvolvimento Social
Telefone: (021) 2277-7374 e 3088-7374.
E-mail :autogestao@bndes.gov.br
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