Deputado
quer priorizar alistamento militar para menores infratores
Raquel Souza
Especial para GD
O deputado Jorge
Pinheiro (PMDB-DF) quer priorizar a entrada de menores infratores
no serviço militar. Para isso, acaba de encaminhar um projeto
de lei que tornará a medida viável. Antes mesmo de
aprovada, sua idéia já causa polêmica.
Segundo a professora
da PUC-SP e membro do Conanda (Conselho Nacional de Direitos da
Criança e do Adolescente), Maria Stela Santos Graciani, a
idéia de prioridade do alistamento para jovens infratores
é um equívoco.
"É
mais uma vez uma tentativa de estigmatizar o jovem infrator. Se
todos devem servir o exército isso deve ocorrer independente
da cor, religião, ou o que fez no passado", diz Maria
Stela.
A professora
também questiona se o alistamento nas Forças Armadas
representa medida sócio-educativa, como prevê o Estatuto
da Criança e do Adolescente (ECA).
"Se o interesse
é reeducar, por que não propor que esses jovens tenham
educação e cursos profissionalizantes de primeira
linha? Por que a eles só é possível a marcenaria,
a carpintaria, e, agora, o exército?", indaga.
Pinheiro defendeu,
em entrevista à Agência Câmara, que sua proposta
é uma maneira das Forças Armadas contribuírem
para a área social. Além disso, daria possibilidade
aos jovens infratores de não entrar "no mundo das drogas,
doenças e de maus tratos nas instituições que
deveriam cuidar de sua recuperação".
O projeto de
Pinheiro foi encaminhado às comissões de Relações
Exteriores e de Defesa Nacional e de Constituição
e Justiça. Como possui caráter conclusivo, se aprovado
pelas comissões, o projeto irá diretamente para o
Senado.
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