Presidiários
devem ser capacitados para trabalhar com tecnologias, afirma Pastore
Rodrigo Zavala
Equipe GD
O lançamento
do Manual "O que as empresas podem fazer pela reabilitação
do preso" foi aplaudido pelo economista José Pastore.
No entanto, ele faz um alerta: "Não adianta nada o presidiário
apertar parafuso. Ele deverá lidar com tecnologias para conseguir
almejar futuramente o mercado de trabalho."
Segundo Pastore,
que assina o prefácio da publicação, se não
houver vínculo com o trabalho contemporâneo, os resultados
serão inócuos. "Não há pesquisas
econômicas conclusivas sobre o impacto do trabalho prisional.
Mas, o que se pode deduzir é que apenas com uma boa qualificação
profissional, que atenda as necessidades do mercado, ele poderá
competir por um emprego ao sair da prisão", explica.
Elaborado pelo
Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social e pelo Conselho
de Cidadania do Sistema Penitenciário do Estado de São
Paulo, o manual dá dicas de como a empresa pode investir
na reabilitação dos presos e experiências efetivas
realizadas em diversos estados brasileiros.
Seguindo os
princípios do economistas, a Eletropaulo assinou, durante
o lançamento da publicação, um protocolo de
intenções, no qual se compromete a contratar presidiários
em regime de semi-liberdade. O grupo piloto será capacitado
até o começo de 2002.
Ao assinar o
documento, Ricardo Teixeira Custódio, representante da empresa,
afirmou: "podemos seguir apenas dois caminhos, ou esperamos
ou ajudamos. E esperar não é um bom negócio."
Os futuros funcionários
da empresa, garante Custódio, trabalharão como qualquer
outro profissional da empresa. "Eles apreenderão como
funciona, por exemplo, os geradores de energia que vemos em postes.
Com esse conhecimento eles podem trabalhar em 189 países",
orgulha-se.
Para Berenice
Giannella, diretora-executiva da Fundação Prof. Manoel
Pedro Pimentel, instituição ligada ao governo do estado
que administra ações nos presídios, a iniciativa
atende três requisitos necessários para o projeto:
o presidiário ser educado, treinado e profissionalizado.
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