Deputados
investigam critérios de seleção no futebol
feminino paulista
Cassia Gisele
Ribeiro
Especial para o GD
Quatro parlamentares
petistas, os deputados federais Virgílio Guimarães
(MG), Doutor Rosinha (PR), Gilmar Machado (MG) e João Grandão
(MS), acionaram o Ministério Público para investigar
se houve ou não preconceito racial na seletiva do campeonato
paulista de futebol feminino. A denúncia foi publicada em
setembro, na seção Asneiras
e Equívocos do site GD.
"Testemunhas
afirmaram que as negras foram mesmo discriminadas. Meninas que dedicaram
a vida à profissão perderam seu ganha pão",
afirmou o deputado Vírgilio Guimarães. Para ele, acabar
com a peneira não é suficiente. "Nossa intenção
é punir cada um dos responsáveis".
O ex-jogador
Wladimir, que participou da seleção das meninas, denuncia:
"Fiquei indignado ao ver que uma garota que eu havia reprovado,
justamente por não dominar nenhum fundamento, encontrava-se
entre as selecionadas. Ela era uma das louras mais bonitas".
Além do critério de beleza, meninas com mais de 23
anos não puderam sequer participar da seletiva.
Para Eliana
Graça, assessora parlamentar do Cfemea (Centro Feminista
de Estudos e Assessoria), a atitude da Federação Paulista
de Futebol (FPF) é só mais um exemplo da discriminação
sofrida pela mulher no mercado de trabalho. "O mesmo acontece
nas outras profissões, mas as mulheres não denunciam
porque elas precisam daquele emprego".
O vice-presidente
da FPF, Renato Duprat, admite a intenção dos organizadores
de "ressaltar a feminilidade" das jogadoras, mas reaparece
com um discurso mais brando do que aquele que usou na época
em que a seleção foi feita: "Eu disse que se
houvesse empate técnico, optaríamos pela moça
mais feminina". Na época, a explicação
foi outra: "nenhum marmanjo sairá de casa para ver um
futebol de caneladas".
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vira peneira no futebol feminino paulista
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