Publicidade
Publicidade
24/01/2007
-
20h30
ANA PAULA RIBEIRO
da Folha Online, em Brasília
Mesmo com a torcida por um corte maior, o Banco Central decidiu diminuir o ritmo de redução da taxa básica de juros. O Copom (Comitê de Política Monetária) anunciou hoje que a Selic caiu de 13,25% ao ano para 13%. Nas últimas cinco reuniões, o corte foi de meio ponto percentual.
Assim como na reunião anterior, a decisão de hoje não foi unânime. Dos membros do Copom, cinco votaram por uma redução de 0,25 ponto percentual e três pela queda de 0,5 ponto.
Dando prosseguimento ao processo de flexibilização da política monetária, o Copom decidiu reduzir a taxa Selic para 13% ao ano, sem viés, por cinco votos a favor e três votos pela redução da taxa Selic em 0,5 ponto percentual. Diante das incertezas associadas ao mecanismo de transmissão da política monetária e considerando que os efeitos das reduções de juros desde setembro de 2005 ainda não se refletiram integralmente na economia, o Copom avalia que a decisão contribuirá para aumentar a magnitude do ajuste a ser implementado", diz o Copom na nota divulgada logo após a reunião.
O corte para 13% ao ano já era esperado por parte do mercado. Uma ala mais otimista de analistas, porém, esperava redução de 0,5 ponto. Com o anúncio do PAC (Programa para Aceleração do Crescimento), alguns analistas reforçaram a expectativa de manutenção do ritmo de corte da taxa, já que o juro menor favorece o crescimento da economia. Outros, entretanto, avaliaram que como as medidas do pacote são expansionistas, o Copom poderia ser mais cauteloso.
No dia do anúncio das medidas, o ministro Guido Mantega (Fazenda) direcionou um comentário ao presidente do BC, Henrique Meirelles.
"O mercado está esperando uma redução da taxa Selic. A continuação [do processo de queda], viu, Meirelles?", disse o ministro na segunda-feira. Hoje, ele afirmou que o comentário foi apenas uma "brincadeira".
Apesar da expectativa por um corte maior, na ata da última reunião do ano, realizada em novembro, o Copom já havia sinalizado que poderia reduzir o ritmo de redução da Selic.
A cautela do BC ocorre em um momento em que não há nenhum temor de choque externo ou interno que possa afetar a economia a ponto de colocar em risco a meta de inflação, que é um IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) de 4,5%, com margem de dois pontos para cima ou para baixo. No ano passado, os preços subiram 3,14%.
O nível de utilização da capacidade instalada da indústria está no mesmo patamar de um ano atrás, mesmo com o aumento das vendas. Segundo a CNI (Confederação Nacional da Indústria), era de 82% em novembro de 2006. A manutenção desse nível mostra que não há pressão sobre a capacidade de produção das empresas. Em setembro de 2004, esse temor fez com que o Copom aumentasse os juros.
Os analistas também não apostam em um forte crescimento da economia, o que poderia causar pressão sobre os preços. A aposta é que o PIB (Produto Interno Bruto) tenha uma expansão de 3,5% neste ano. Menor que o previsto pelo BC no "Relatório de Inflação" --3,8%. Mas a aposta maior ainda é a que consta do PAC --4,5%.
O Copom divulga na quinta-feira da próxima semana a ata da reunião ocorrida ontem e hoje.
Leia mais
Para comércio, rigidez do Copom não condiz com novo plano do governo
Para financeiras, decisão do Copom reforça independência do BC
Entenda o efeito da redução dos juros sobre a economia
Especial
Leia o que já foi publicado sobre o Copom
Dividido, Copom mantém conservadorismo e corta Selic em 0,25 ponto
Publicidade
da Folha Online, em Brasília
Mesmo com a torcida por um corte maior, o Banco Central decidiu diminuir o ritmo de redução da taxa básica de juros. O Copom (Comitê de Política Monetária) anunciou hoje que a Selic caiu de 13,25% ao ano para 13%. Nas últimas cinco reuniões, o corte foi de meio ponto percentual.
Assim como na reunião anterior, a decisão de hoje não foi unânime. Dos membros do Copom, cinco votaram por uma redução de 0,25 ponto percentual e três pela queda de 0,5 ponto.
Folha Online |
Dando prosseguimento ao processo de flexibilização da política monetária, o Copom decidiu reduzir a taxa Selic para 13% ao ano, sem viés, por cinco votos a favor e três votos pela redução da taxa Selic em 0,5 ponto percentual. Diante das incertezas associadas ao mecanismo de transmissão da política monetária e considerando que os efeitos das reduções de juros desde setembro de 2005 ainda não se refletiram integralmente na economia, o Copom avalia que a decisão contribuirá para aumentar a magnitude do ajuste a ser implementado", diz o Copom na nota divulgada logo após a reunião.
O corte para 13% ao ano já era esperado por parte do mercado. Uma ala mais otimista de analistas, porém, esperava redução de 0,5 ponto. Com o anúncio do PAC (Programa para Aceleração do Crescimento), alguns analistas reforçaram a expectativa de manutenção do ritmo de corte da taxa, já que o juro menor favorece o crescimento da economia. Outros, entretanto, avaliaram que como as medidas do pacote são expansionistas, o Copom poderia ser mais cauteloso.
No dia do anúncio das medidas, o ministro Guido Mantega (Fazenda) direcionou um comentário ao presidente do BC, Henrique Meirelles.
"O mercado está esperando uma redução da taxa Selic. A continuação [do processo de queda], viu, Meirelles?", disse o ministro na segunda-feira. Hoje, ele afirmou que o comentário foi apenas uma "brincadeira".
Apesar da expectativa por um corte maior, na ata da última reunião do ano, realizada em novembro, o Copom já havia sinalizado que poderia reduzir o ritmo de redução da Selic.
A cautela do BC ocorre em um momento em que não há nenhum temor de choque externo ou interno que possa afetar a economia a ponto de colocar em risco a meta de inflação, que é um IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) de 4,5%, com margem de dois pontos para cima ou para baixo. No ano passado, os preços subiram 3,14%.
O nível de utilização da capacidade instalada da indústria está no mesmo patamar de um ano atrás, mesmo com o aumento das vendas. Segundo a CNI (Confederação Nacional da Indústria), era de 82% em novembro de 2006. A manutenção desse nível mostra que não há pressão sobre a capacidade de produção das empresas. Em setembro de 2004, esse temor fez com que o Copom aumentasse os juros.
Os analistas também não apostam em um forte crescimento da economia, o que poderia causar pressão sobre os preços. A aposta é que o PIB (Produto Interno Bruto) tenha uma expansão de 3,5% neste ano. Menor que o previsto pelo BC no "Relatório de Inflação" --3,8%. Mas a aposta maior ainda é a que consta do PAC --4,5%.
O Copom divulga na quinta-feira da próxima semana a ata da reunião ocorrida ontem e hoje.
Leia mais
Especial
Publicidade
As Últimas que Você não Leu
Publicidade
+ LidasÍndice
- Ministério Público pede bloqueio de R$ 3,8 bi de dono de frigorífico JBS
- Por que empresa proíbe caminhões de virar à esquerda - e economiza milhões
- Megarricos buscam refúgio na Nova Zelândia contra colapso capitalista
- Com 12 suítes e 5 bares, casa mais cara à venda nos EUA custa US$ 250 mi
- Produção industrial só cresceu no Pará em 2016, diz IBGE
+ Comentadas
- Programa vai reduzir tempo gasto para pagar impostos, diz Meirelles
- Ministério Público pede bloqueio de R$ 3,8 bi de dono de frigorífico JBS
+ EnviadasÍndice