Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
05/02/2006 - 09h45

CDFs da USP avaliam se esforço valeu a pena

Publicidade

LAURA CAPRIGLIONE
da Folha de S.Paulo

O médico Ronaldo Cesar Borges Gryschek, 50, foi o melhor aluno do curso de medicina da Universidade de São Paulo dentre os formandos de 1980.

Obteve nota média 9,12 nas disciplinas que cursou ao longo dos seis anos de graduação. Vinte e cinco anos depois, o "geninho" Gryschek obriga-se a uma rotina extenuante, com quatro empregos, e uma jornada de 14 horas e meia de trabalho por dia. Valeu a pena todo o esforço na faculdade, doutor? "Eu gosto do que faço e preciso sustentar minha família", responde.

A segunda melhor aluna da medicina, Ilana Zylberman, 50, formada com média 8,88, tornou-se psiquiatra. Mora há 20 anos em Nova York. Trabalha no hospital St. Luke's-Roosevelt, onde cuida de pacientes graves de esquizofrenia, doença maníaco-depressiva, abuso de drogas e depressão. É professora-assistente da Universidade Columbia. Valeu a pena todo o esforço na faculdade, doutora? "Valeu, mas se eu pudesse mudar um pouco o roteiro, teria prestado mais atenção na minha própria vida. Talvez isso me desse o filho que não tive e tivesse evitado o casamento errado."

Com a divulgação dos resultados do vestibular, uma nova geração começa a ser formada. Para saber se vale a pena ser um CDF na faculdade, nada melhor do que verificar o que aconteceu aos melhores alunos dos cursos mais concorridos da melhor universidade do país, a USP, 25 anos depois dos abraços, beijos e homenagens nas festas de formatura.

A lista dos "geninhos" das faculdades de arquitetura e urbanismo, direito, economia, engenharia elétrica, engenharia química e medicina foi elaborada pelo Núcleo de Apoio aos Estudos de Graduação, órgão ligado à Pró-Reitoria de Graduação da Universidade de São Paulo, a partir dos registros de notas nas seções de alunos.

Dos 18 formandos listados (1º, 2º e 3º colocados em cada uma das seis escolas), a Folha conseguiu localizar 16. Segundo todos os entrevistados, as longas jornadas de estudos abriram-lhes a chance de, se não ficar mais ricos do que seus pais eram, ao menos de viver intelectualmente de acordo com o que sonharam.

Apenas um abandonou a área, o terceiro melhor aluno da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, com nota média no curso igual a 8,11. Hoje, ele cuida dos negócios da família.

Em uma época em que a palavra "empregabilidade" é a régua que mede a eficiência dos cursos, a USP ainda não possui registro do que acontece com seus alunos depois que eles põem as mãos nos diplomas.

Para sanar o problema, o professor Adilson Simonis, coordenador do núcleo de estudos da graduação, colocou no endereço http://naeg.prg.usp.br/ exalunos/index.phtml, um questionário para ex-alunos.

Leia mais
  • Filho de pedreiro chegou a executivo
  • Nota alta não é garantia de bom emprego

    Especial
  • Leia o que já foi publicado sobre provas da USP
  •  

    Publicidade

    Publicidade

    Publicidade


    Voltar ao topo da página