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11/10/2001
-
10h45
especial para a Folha de S.Paulo
Em 22 de novembro de 1910, o município do Rio de Janeiro amanheceu sob a ameaça dos encouraçados São Paulo e Minas Gerais, pertencentes à Marinha brasileira.
Nessa ocasião, os marinheiros revoltaram-se, assassinaram o comandante Batista das Neves e prenderam os oficiais. Para surpresa geral, eles não pretendiam derrubar o governo. "Não queremos a volta da chibata. Isso pedimos ao presidente da República e ao ministro da Marinha. Queremos a resposta já e já. Caso não a tenhamos, bombardearemos as cidades e os navios que não se revoltarem."
A situação chegou a esse ponto porque os marinheiros eram quase todos negros ou mulatos, comandados por uma oficialidade branca; o uso de castigos físicos era semelhante aos maus-tratos da escravidão, abolida em 1888. Por outro lado, a reforma e a renovação dos equipamentos e técnicas da Marinha eram incompatíveis com um código disciplinar dos séculos 18 e 19.
Além da extinção da chibata, os revoltosos comandados por João Cândido exigiram a anistia aos envolvidos no movimento. O governo, o Congresso e a Marinha tiveram divergências, pois a subversão da hierarquia militar (desobediência às ordens superiores) é um grave crime nas Forças Armadas.
A Marinha atacou os revoltosos com dois navios menores. Além de revidar, os marinheiros bombardearam a ilha das Cobras, exigiram o aumento dos ordenados e a diminuição das horas de trabalho.
O governo cedeu, mas, para não evidenciar a derrota, exigiu uma declaração de arrependimento dos revoltosos.
Porém as hostilidades prosseguiram. Um novo levante aconteceu em dezembro de 1910, na ilha das Cobras, mas, dessa vez, o governo, que sabia de tudo, reprimiu a revolta com violência.
Assim a República exibia cruamente a mentalidade escravista da elite brasileira.
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João Bonturi é professor de história do Colégio Singular, do Curso Singular-Anglo e colunista da Folha Online
Fovest - 11.out.2001
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Resumão/história - Marinheiros e a Revolta da Chibata
JOÃO BONTURIespecial para a Folha de S.Paulo
Em 22 de novembro de 1910, o município do Rio de Janeiro amanheceu sob a ameaça dos encouraçados São Paulo e Minas Gerais, pertencentes à Marinha brasileira.
Nessa ocasião, os marinheiros revoltaram-se, assassinaram o comandante Batista das Neves e prenderam os oficiais. Para surpresa geral, eles não pretendiam derrubar o governo. "Não queremos a volta da chibata. Isso pedimos ao presidente da República e ao ministro da Marinha. Queremos a resposta já e já. Caso não a tenhamos, bombardearemos as cidades e os navios que não se revoltarem."
A situação chegou a esse ponto porque os marinheiros eram quase todos negros ou mulatos, comandados por uma oficialidade branca; o uso de castigos físicos era semelhante aos maus-tratos da escravidão, abolida em 1888. Por outro lado, a reforma e a renovação dos equipamentos e técnicas da Marinha eram incompatíveis com um código disciplinar dos séculos 18 e 19.
Além da extinção da chibata, os revoltosos comandados por João Cândido exigiram a anistia aos envolvidos no movimento. O governo, o Congresso e a Marinha tiveram divergências, pois a subversão da hierarquia militar (desobediência às ordens superiores) é um grave crime nas Forças Armadas.
A Marinha atacou os revoltosos com dois navios menores. Além de revidar, os marinheiros bombardearam a ilha das Cobras, exigiram o aumento dos ordenados e a diminuição das horas de trabalho.
O governo cedeu, mas, para não evidenciar a derrota, exigiu uma declaração de arrependimento dos revoltosos.
Porém as hostilidades prosseguiram. Um novo levante aconteceu em dezembro de 1910, na ilha das Cobras, mas, dessa vez, o governo, que sabia de tudo, reprimiu a revolta com violência.
Assim a República exibia cruamente a mentalidade escravista da elite brasileira.
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João Bonturi é professor de história do Colégio Singular, do Curso Singular-Anglo e colunista da Folha Online
Fovest - 11.out.2001
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