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MONTREAL-1976
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Turbulências políticas, na época inerentes aos Jogos, mancharam a Olimpíada da bela Montreal. Para começar, a tragédia de Munique-1972 colocou a questão da segurança como preocupação número um dos canadenses. Com todas as medidas tomadas, o orçamento da Olimpíada estourou. Montreal-1976 acabou com um fenomenal rombo de US$ 1 bilhão de prejuízo. Pelo motivo fútil de um jogo de rúgbi, que nem esporte olímpico era, Montreal assistiu a um boicote gigante da Guiana e de 22 países africanos. É que uma equipe neozelandesa excursionou pouco antes dos Jogos pela África do Sul, o país do racista apartheid. A presença da Nova Zelândia nos Jogos canadenses gerou o protesto africano, a princípio desorganizado, mas que foi engrenar bem no dia da abertura dos Jogos. Alguns países africanos bateram em retirada quando atletas de suas delegações já tinham inclusive participado de competições, nas fases preliminares. Aliado comercial da China Comunista, o Canadá se recusou a conceder vistos de entrada à Taiwan, a China Nacionalista, desafeta da nação mais populosa do mundo. Taiwan ficou de fora. Pegou mal.
 FATOS: Montreal deu ao mundo a pequena grande Nadia Comaneci, a ginasta romena de 14 anos que sonhava apenas com uma bicicleta nova depois de conquistar a primeira nota dez da história dos Jogos Olímpicos. No fim, Comaneci deixaria Montreal com sete notas dez, três medalhas de ouro, uma de prata e outra de bronze./ Pela primeira vez em uma Olimpíada, os EUA não ocuparam o primeiro ou segundo lugar no quadro de medalhas. URSS, Alemanha Oriental e uma delegação pouco inspirada alojaram os EUA no terceiro lugar./ O Brasil sonhava com a medalha de ouro no salto triplo, uma vez que o atleta João Carlos de Oliveira, o João do Pulo, tinha estabelecido o recorde mundial de 17,89 m nos Jogos Pan-Americanos do México, no ano anterior. Mas João, machucado, ficou com a de bronze. O russo Victor Saneev ficou com o ouro, com uma marca na final bem menor que a do brasileiro no Pan.
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