Folha Online

Página inicial

A
B
C
D
E
F
G
H
I
J
L
N
O
P
Q
R
S
T
U
V
X
Z

MOSCOU-1980

Na Olimpíada em que o ursinho Misha chorou, brilhantemente organizada e que tinha tudo para ser o mais vistoso dos Jogos Olímpicos, Moscou deu azar. Foi escolhida como sede em 1974. Em 1979, mais de 100 mil soldados soviéticos tomaram conta do Afeganistão, nação em guerra civil. Em plena Guerra Fria, os EUA chiaram em protesto. Poucos meses antes da Olimpíada, o presidente Jimmy Carter soltou o ultimato: ou a URSS abandonava o Afeganistão ou os EUA não iriam aos Jogos. Não abandonaram, e não foram. A política estragou Moscou-1980. Nunca os EUA tinham se preparado tanto para uma Olimpíada, para apagar o fiasco anterior, em Montreal-1976. A certeza de triunfo americano fez a poderosa rede NBC comprar os direitos de TV pela quantia recorde de US$ 72 milhões. Muitos atletas ianques de ponta se posicionaram a favor da participação dos EUA na Olimpíada. Jimmy Carter não só jogou todos esses argumentos no lixo como também convenceu outras 60 nações a boicotarem Moscou-1980.

FATOS: Com os norte-americanos fora, ficou prejudicado o tira-teima do basquete masculino. Os soviéticos, que já comemoravam o ouro por antecipação, tiveram que assistir à final de ouro e prata entre Iugoslávia (campeã) e Itália. Para os favoritos soviéticos, só bronze./ O pugilista cubano Teófilo Stevenson ganhou fácil sua terceira medalha de ouro consecutiva dos pesados. Foi fácil porque os adversários fugiam dos seus golpes, no ringue./ O ginasta soviético Alexander Dityatin entrou para a história dos Jogos com a impressionante marca de oito medalhas em uma só Olimpíada (três de ouro, quatro de prata e uma de bronze)./ O iatismo brasileiro começa sua coleção de medalhas. Em Moscou foram duas, com Marcos Soares e Eduardo Penido, na classe 470, e Alex Welter e Lars Bjorkstrom, na tornado./ João Carlos de Oliveira repete o bronze no salto triplo, em final, corre a história, feita “por encomenda” para os russos Victor Saneev e Jaak Uudmae, prata e ouro.