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19/07/2005
-
16h00
JULIANA CARPANEZ
da Folha Online
O programa de inclusão digital "Computador Para Todos", com algumas medidas em prática desde o mês passado, exclui iniciativas relacionadas à alfabetização digital --conceito equivalente ao bê-a-bá da informática. Com esse tipo de instrução, a população atualmente off-line poderia aprender princípios básicos dos computadores, além de saber como tirar melhor proveito dessa ferramenta tecnológica.
"Quando damos acesso a computadores e à internet, já estamos abrindo uma porta para a inclusão das classes mais baixas", afirmou Sérgio Rosa, diretor do Serpro (Serviço Federal de Processamento de Dados).
A declaração rebate críticas feitas ao projeto, que tem seu foco voltado somente à venda mais barata de micros. Para alguns especialistas, preços reduzidos não promovem a inclusão digital em um país onde muitos desconhecem a utilidade dos computadores.
"Esses comentários discriminam as classes mais baixas, pois partem do princípio que elas precisam de ensino para usar a internet. São críticas elitistas. A partir do momento que essas pessoas tiverem acesso aos micros, saberão como tirar melhor proveito da internet", disse.
O diretor defende a criatividade e flexibilidade desse grupo de brasileiros, que "saberá se virar muito bem na internet". Como o programa não contará com iniciativas para ensinar o básico a esse público-alvo, Rosa afirma que a população conhecerá a importância da informática via escolas, telecentros e outras iniciativas de inclusão digital.
"Não podemos ter um modelo único de iniciativas de inclusão. Elas devem ser como livros didáticos e os professores, que têm maneiras diferentes de ensinar."
Outro lado
"Dizer que preços baixos podem ajudar na resolução do problema é como afirmar que um indivíduo estará alfabetizado quando ganhar uma caneta." A crítica foi feita pelo espanhol Roberto Aparici, diretor de mestrado de novas tecnologias da informação e comunicação da Uned (Universidade Nacional de Educação a Distância) e professor colaborador do MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts).
No Brasil há cinco meses, onde trabalha como professor visitante da UFBA (Universidade Federal da Bahia), Aparici defende a inclusão com foco na alfabetização digital --só assim, as pessoas vão saber como tirar o melhor proveito da tecnologia.
"Sozinha, a informática não transforma vidas. É necessário que as pessoas vejam a internet como uma ferramenta que melhore seu trabalho, sua vida pessoal. Para isso, elas precisam ser ensinadas com uma metodologia que inclua processos mais complexos do que o uso do teclado e do mouse."
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"Computador Para Todos" exclui iniciativas de alfabetização digital
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da Folha Online
O programa de inclusão digital "Computador Para Todos", com algumas medidas em prática desde o mês passado, exclui iniciativas relacionadas à alfabetização digital --conceito equivalente ao bê-a-bá da informática. Com esse tipo de instrução, a população atualmente off-line poderia aprender princípios básicos dos computadores, além de saber como tirar melhor proveito dessa ferramenta tecnológica.
"Quando damos acesso a computadores e à internet, já estamos abrindo uma porta para a inclusão das classes mais baixas", afirmou Sérgio Rosa, diretor do Serpro (Serviço Federal de Processamento de Dados).
A declaração rebate críticas feitas ao projeto, que tem seu foco voltado somente à venda mais barata de micros. Para alguns especialistas, preços reduzidos não promovem a inclusão digital em um país onde muitos desconhecem a utilidade dos computadores.
"Esses comentários discriminam as classes mais baixas, pois partem do princípio que elas precisam de ensino para usar a internet. São críticas elitistas. A partir do momento que essas pessoas tiverem acesso aos micros, saberão como tirar melhor proveito da internet", disse.
O diretor defende a criatividade e flexibilidade desse grupo de brasileiros, que "saberá se virar muito bem na internet". Como o programa não contará com iniciativas para ensinar o básico a esse público-alvo, Rosa afirma que a população conhecerá a importância da informática via escolas, telecentros e outras iniciativas de inclusão digital.
"Não podemos ter um modelo único de iniciativas de inclusão. Elas devem ser como livros didáticos e os professores, que têm maneiras diferentes de ensinar."
Outro lado
"Dizer que preços baixos podem ajudar na resolução do problema é como afirmar que um indivíduo estará alfabetizado quando ganhar uma caneta." A crítica foi feita pelo espanhol Roberto Aparici, diretor de mestrado de novas tecnologias da informação e comunicação da Uned (Universidade Nacional de Educação a Distância) e professor colaborador do MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts).
No Brasil há cinco meses, onde trabalha como professor visitante da UFBA (Universidade Federal da Bahia), Aparici defende a inclusão com foco na alfabetização digital --só assim, as pessoas vão saber como tirar o melhor proveito da tecnologia.
"Sozinha, a informática não transforma vidas. É necessário que as pessoas vejam a internet como uma ferramenta que melhore seu trabalho, sua vida pessoal. Para isso, elas precisam ser ensinadas com uma metodologia que inclua processos mais complexos do que o uso do teclado e do mouse."
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