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01/12/2003 - 13h07

Eventos marcam o Dia Mundial de Luta contra a Aids

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da Folha Online

Ativistas e agentes de saúde realizaram eventos hoje em todo o mundo para marcar o Dia Mundial de Luta contra a Aids, pedindo apoio à contínua batalha contra a doença, que atingiu um número recorde de pessoas neste ano.

Na China, o governo disse que ao menos 840 mil pessoas estão infectadas com o HIV e teme que 10 milhões sejam infectadas até 2010 sem um programa de prevenção adequado.

O premiê Wen Jiabao visitou um hospital em Pequim para demonstrar seu apoio, e agentes de saúde foram enviados a construções e escolas da capital para ensinar métodos de prevenção à Aids.

Na Índia, onde estimadas 4 milhões de pessoas foram infectadas pelo HIV, o governo disse que planeja dar drogas anti-retrovirais a pacientes com Aids, comprando versões genéricas das drogas de empresas indianas a um preço mais baixo. No primeiro ano, o governo vai gastar US$ 44 milhões para cobrir 100 mil pacientes nos seis Estados da Índia mais atingidos pela doença.

Hoje, mais de 2.000 estudantes se juntaram em uma marcha em Nova Déli, capital da Índia. Em Bombaim, grupos voluntários organizaram exposições, peças de rua e seminários como parte de uma campanha semanal para "lutar contra o estigma e a discriminação contra as vítimas da Aids".

O ator Richard Gere passou uma semana mobilizando celebridades locais para participara de uma campanha contra a disseminação da doença do sul da Ásia.

Recorde

A Aids, que foi diagnosticada pela primeira vez em 1981, ataca o sistema imunológico humano. Não há uma cura conhecida para a doença, apesar de vários tratamentos terem funcionado significantemente para prolongar a vida dos pacientes de Aids.

Na semana passada, novas estimativas globais baseadas em recentes pesquisas foram divulgadas pela ONU (Organização das Nações Unidas) e mostram que cerca de 40 milhões de pessoas no mundo vivem com HIV/Aids, incluindo estimadas 2,5 milhões de crianças com menos de 15 anos. Cerca de 5 milhões de pessoas foram infectadas em 2003 e mais de 3 milhões morreram neste ano.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Unaids (Programa das Nações Unidas para a Aids) anunciam hoje o lançamento de uma campanha para simplificar a distribuição dos remédios e melhorar a eficácia do tratamento da doença. A meta é fornecer tratamento a 3 milhões de portadores do vírus HIV até 2005.

A organização estima que 6 milhões de pessoas no mundo necessitem de tratamento imediato, e a estratégia é que a terapia contra a Aids seja dada à metade dos infectados nos próximos anos. Atualmente menos de 400 mil infectados recebem a droga anti-retroviral para combater a doença.

"A vida de milhões de pessoas está em jogo. Essa estratégia exige esforço maciço e não-convencional para que elas continuem vivas", afirmou o diretor-geral da OMS, Jong-wook Lee.

Duas pílulas

Especialistas dizem que com tratamento simplificado e terapia combinada os portadores do vírus da Aids tomarão apenas duas pílulas por dia, diferentemente do que ocorre em programas nos países ricos, no qual são ingeridos oito ou mais tipos de droga.

A terapia combinada deve afetar o setor farmacêutico: empresas multinacionais têm sido impedidas, por restrições de patente, de produzir pílulas combinadas. Esse tipo de preocupação não é compartilhado pelos fabricantes de genéricos.

Em Phnom Penh, capital do Camboja, que tem a mais alta taxa de infecção de HIV no Sudeste Asiático, cerca de mil pessoas usando bonés e camisetas com slogans educacionais sobre a Aids participaram de uma marcha no centro da cidade.

Cerca de 160 mil dos estimados 13 milhões de habitantes do Camboja estão infectados com o HIV. Até 90 mil pessoas morreram no país desde que o primeiro caso da doença foi descoberto, há mais de uma década.

Na Europa, diversos eventos foram planejados para hoje, incluindo vigílias de luz de velas em diversas cidades do Reino Unido e de Estocolmo, capital da Suécia, além de oficinas e paradas na Turquia e em Portugal.

O governo britânico anunciou que vai duplicar sua ajuda ao Unaids no próximo ano para US$ 10,2 milhões.

Vaticano

O Vaticano, que tem sido criticado por sua oposição ao uso de preservativos na prevenção à transmissão do HIV, exortou as pessoas a "intensificar a prevenção segundo a doutrina da Igreja, a praticar a virtude da castidade em uma sociedade pansexual".

No mês passado, a OMS considerou "perigosos e totalmente errados" os comentários realizados por um alto cardeal do Vaticano, Alfonso Lopez Trujillo, de que os preservativos não protegem suficientemente contra a Aids porque o vírus da Aids é tão pequenos que passa por eles.

Um grupo de católicos disse que estava lançando hoje um campanha educativa para corrigir a "desinformação" do Vaticano sobre a eficácia dos preservativos.

Com agências internacionais

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