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Rússia divulga documentos secretos sobre massacre de poloneses
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da Reportagem Local
A agência federal de arquivos da Rússia publicou nesta quarta-feira, pela primeira vez, cópias eletrônicas de documentos secretos sobre o massacre de mais de 20 mil poloneses pelos soviéticos, durante a Segunda Guerra (1939-1945).
O massacre de Katyn foi realizado em 1940, por ordem do então ditador soviético Joseph Stalin, embora a antiga União Soviética tenha passado mais de meio século acusando as tropas nazistas pelo crime.
As cópias foram postadas no site do órgão por ordem do presidente russo, Dmitri Medvedev.
AP-maio1943 |
Dois oficiais alemães (esq.) e tropas aliadas observam cova rasa onde foram enterradas as vítimas do massacre de Katyn |
Nele, é possível encontrar sete documentos da chamada "pasta para guardar papéis especiais Nº1", como era chamado o arquivo máximo da chefia soviética.
O primeiro documento é uma nota do então comissário do povo (ministro) do Interior, Lavrenti Beria, dirigido a Stalin na qual propõe "examinar de maneira especial, aplicando a pena máxima, o fuzilamento" a mais de 25 mil prisioneiros de guerra poloneses, na maioria oficiais do Exército.
Com data de 5 de março de 1940 e um sinal verde de Stalin e outros membros da cúpula soviética, acrescenta que estes casos devem ser vistos "sem pedir o comparecimento dos detidos e sem apresentação de acusações".
Os documentos incluem ainda minutas de um encontro do Politburo, na mesma data, e uma nota do chefe da polícia secreta soviética em 1959, informando o líder soviético Nikita Khrushchev de que os arquivos Katyn foram destruídos.
Por 50 anos, a União Soviética culpou as forças alemãs nazistas, que invadiram o país em 1941, pelo massacre. Esta foi a posição oficial do governo até 1990, quando Mikhail Gorbachev assumiu a responsabilidade russa. Os poloneses, contudo, sempre souberam da autoria russa nos assassinatos e o tema criou animosidade entre os dois países.
Em 10 de abril, no dia dos atos comemorativos aos 70 anos do massacre, o presidente da Polônia Lech Kaczynski morreu em um acidente aéreo quando se dirigia a Katyn. Outras 95 pessoas, incluindo a primeira-dama, Maria, e membros do alto escalão do governo, também morreram.
A divulgação dos documentos foi um gesto russo para a Polônia, em um caso considerado dos mais trágicos na história do país e que atrapalhou as relações bilaterais por décadas. Os dois países vivem um momento de aproximação desde a tragédia que matou Kaczynski.
Contudo, o gesto positivo de Medvedev tem pouco efeito prático. Os documentos divulgados já eram públicos há muito tempo, tanto na Polônia, quanto na Rússia.
Por outro lado, muitos documentos continuam sob sigilo de Estado na Rússia, apesar dos apelos repetidos da Polônia para sua liberação. A lista inclui material de uma investigação realizada nos anos 90 e que incluiria nome daqueles que realizaram as execuções.
A Rússia rejeita ainda o pedido da Polônia para que reconheça as vítimas do massacre como vítimas de repressão política.
O historiados polonês Andrzej Kunert disse que, apesar dos documentos já serem públicos, colocá-los na internet foi muito significativo.
"Nós podemos certamente chamar a decisão de um avanço, porque parece que foi a primeira vez que um site acessível a todos na Rússia publica três documentos muito importantes sobre o massacre de Katyn", disse.
Poucas horas depois da publicação, quase 700 mil pessoas tentaram acessar o site, disse a agência de notícias russa ITAR-Tass. O site está com problemas pelo alto tráfego de pessoas.
Com Efe e Associated Press
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