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03/09/2005 - 08h21

Após Katrina, Nova Orleans mergulha no caos e vira campo militar

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da Folha Online

Nova Orleans, a histórica capital do jazz, parecia neste sábado um campo militar com a chegada de tropas, carros blindados e helicópteros, enviados para combater os saques e enfrentar o caos e a violência deflagrados após a passagem do furacão Katrina.

Desde segunda-feira, a população busca comida e água entre os escombros. "Graças a Deus, finalmente chegaram!", exclama um morador, enquanto um helicóptero pousa no chão, espalhando lixo e água suja com o forte vento de suas hélices.

Homens da Guarda Nacional foram posicionados em pontos estratégicos, os veículos de transporte de tropas já patrulham as ruas e helicópteros sobrevoam a cidade, ainda debaixo d'água.

Um comboio anfíbio, caminhões e blindados se dispersaram por vários pontos, sobretudo para o centro de convenções, onde 20 mil pessoas se reuniram em uma atmosfera de medo, em meio a corpos em decomposição por todos os lados, lixo, confrontos armados, brigas e casos de estupro.

O Superdome, o grande estádio coberto de Nova Orleans, que serviu a princípio de refúgio para desabrigados, acabou se transformando em um inferno de sujeira e violência.

Um oficial do Exército informou que o número de soldados encarregados de patrulhar a cidade junto com a polícia deve duplicar até o final do dia, chegando, possivelmente, a cerca de 7.000 homens.

"Acredito que, nas próximas 24 horas, vamos ver uma melhora espetacular na situação em matéria de segurança", garantiu o general-de-brigada Steven Blum, que está em Baton Rouge, capital do estado de Louisiana.

Pelo menos 300 membros da Guarda Nacional do Arkansas, que voltaram do Iraque, também foram enviados para a cidade com autorização para abrir fogo contra os saqueadores e outros delinqüentes que se aproveitam do caos deixado pelo furacão.

"Estes homens retornaram do Iraque, bem treinados, são combativos e estão sob as minhas ordens para retomar o controle da segurança nas ruas da cidade", anunciou na quinta-feira a governadora de Louisiana, Katheleen Blanco. "Estão armados com (fuzis) M-16, preparados e carregados. Estes homens sabem atirar para matar, têm a disposição para fazer isto e espero que o façam se for preciso", acrescentou ela.

Hoje, uma fonte militar de alta patente informou que o Exército americano poderá enviar para Nova Orleans um número maior de soldados, que retornariam do Iraque como parte de um plano para acelerar a repatriação de tropas no país árabe.

Uma brigada do Exército, com base em Louisiana, está atualmente estacionada no Iraque e "perto de ser repatriada", declarou o general John Vines que dirige as forças da coalizão em Bagdá.

A governadora Blanco disse ter pedido ao presidente Bush cerca de 40 mil homens, e as autoridades federais asseguraram que nesta sexta-feira 22 mil se preparavam para se somar às operações.

Para o capitão James Rauls, da polícia local, a situação melhora "muito lentamente" depois de quatro dias de anarquia. "Estamos treinados para enfrentar uma situação deste tipo, mas não uma de tamanha magnitude", afirmou, segurando seu fuzil de assalto.

Com agências internacionais

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